TDAH/DDA - Como conviver normalmente

A orientação profissional é essencial nesse processo
A orientação profissional é essencial nesse processo

Psicologia

26/02/2013

Tenho 41 anos e convivi com este problema por muitos anos. Fui diagnosticado ainda criança, devido ao fato de se ser hiperativo na escola e ter um intelecto que ia muito além de minha faixa etária. Após este período, passei parte de minha vida tentando me encaixar na sociedade, já que era taxado como um cara muito inteligente e sempre a frente do meu tempo.

Mesmo com toda esta aparente boa fama eu me julgava um alienígena, pois achava as pessoas tão aquém de meu mundo, pois elas não acompanhavam meu raciocínio, já com 9 anos eu já falava de ciência e tecnologia de forma natural e inclusive fui reprovado na escola por defender uma tese da qual a professora não tinha a mínima ideia e por isso julgou ser tudo invenção de minha parte. Mas mesmo sendo considerado inteligente, tive muita dificuldade na escola, pois me dispersava por qualquer motivo e frequentemente esquecia de tudo.

Na fase da adolescência, começaram as dificuldades e assim acabei por repetir anos e ir mal às provas, pois não conseguia acompanhar o andamento das aulas, nem cumprir prazos. Quando entrei no mercado de trabalho as coisas só pioraram, pois não conseguia manter o foco nas atividades e vivia me atrapalhando com as tarefas. Eu trocava de emprego com frequência e por isso minha autoestima foi caindo cada vez mais, pois não conseguia fazer planos e segui-los à risca. Meus namoros eram de curta duração, pois simplesmente acabava sem motivo aparente. Já na fase adulta, comecei a entrar naquele ciclo de planejar e não cumprir, ou então criar planos mirabolantes para logo em seguida mudar de ideia. Ingressei em três cursos diferentes na faculdade e não conclui nenhum e por conta disso perdi tempo e dinheiro.

Após casar, minha vida complicou-se ainda mais, pois por não ter foco, vivia em um mundo de sonhos e planos. Meus empregos eram do tipo "quebra-galho" como promotor de vendas e técnico em informática. Mas foi após eu trabalhar em uma agência de publicidade como assistente de T.I. que descobri que tinha algo de errado, pois fui orientado a procurar ajuda e desde então me trato com psicólogo e psiquiatra. Hoje estou estabilizado e consegui definir um rumo profissional, além de ter eliminado para sempre a alergia do tipo rinite e uma dor de cabeça na parte da nuca que me acompanhava desde a adolescência.

Mas ainda assim continuo o tratamento, pois sei que tenho muito a evoluir. A orientação aqui é: buscar ajuda de um profissional e não achar que pode resolver sozinho o problema, pois nem tudo depende livros de autoajuda ou de simplesmente "querer", pois isto é um problema sério e requer medicação apropriada e intervenção médica. Não desistir do tratamento e não isolar-se, pois é necessário acreditar que é possível conviver de forma natural com as demais pessoas, pois isso é parte do processo. linuxpoa

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Marco Ribeiro

por Marco Ribeiro

Jornalista e ex analista de suporte, com experiência em design gráfico, treinamento técnico e institucional. Nas horas vagas, me entrego à música, culinária e ciclismo como forma de lazer. Sou pai, marido e apaixonado por escrever principalmente sobre temas ligados às áreas comportamentais, sociedade, tecnologia e ciência.

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