Os benefícios da atividade física para pessoas com depressão

A atividade física trás benefícios para a saúde.
A atividade física trás benefícios para a saúde.

Psicologia

12/04/2013

A depressão é um distúrbio mental decorrente de um conflito interno e de uma alteração bioquímica, visto que, pode ser desencadeado por vários fatores: psíquicos, orgânicos e sociais. A intensidade do conflito interno e a sua durabilidade determinarão a gravidade da depressão. Os critérios diagnósticos de acordo com o DSM IV-TR (2004) são humor deprimido, alterações nas relações sociais, alteração do peso ou apetite, insônia ou hipersonia, agitação ou retardo psicomotor, redução da energia, sentimentos de desvalia ou culpa, dificuldade em se concentrar ou pensar, pensamentos de morte ou suicídio e tentativa de suicídio. Para ter o diagnóstico é necessário que a pessoa apresente cinco ou mais sintomas, quase todos os dias, durante ao menos duas semanas.

Recentemente, vários estudos bem delineados têm demonstrado a eficácia de diferentes formas de tratamento não farmacológicos para a depressão. A atividade física tem estado entre essas novas descobertas para o tratamento da depressão, onde seus efeitos antidepressivos têm recebido considerável atenção. Alguns benefícios que a atividade física pode proporcionar são a distração dos estímulos estressores, melhor qualidade de vida, maior controle sobre o seu corpo e sua vida, melhora da capacidade respiratória, o aumento de estímulos ao sistema nervoso central, na memória recente, funções motoras e a interação social, proporcionada pelo convívio com outras pessoas. A atividade física deve fazer parte do indivíduo, com ou sem doenças, durante um longo período de tempo para que o mesmo possa beneficiar-se de todas as melhorias que a atividade física possa oferecer.

Durante a realização de exercícios físicos, o organismo libera dois hormônios essenciais para auxiliar no tratamento da depressão, a endorfina e a dopamina. Ambos têm influência principalmente sobre o humor e emoções. Autores afirmam que a prática de exercícios físicos aeróbios de 20 a 40 minutos com frequência cardíaca entre 120/140 Batimentos por minuto, duas vezes por semana tem a capacidade de liberar B-endorfina. Esse hormônio propicia um efeito tranquilizante e analgésico maior que a endorfina no praticante regular. A pessoa consegue beneficiar-se de um efeito relaxante e manter-se em um melhor estado psicossocial.

Vale destacar também o efeito da serotonina, um importante neurotransmissor que também regula o nosso humor, temperatura corporal, etc. Exercícios ao ar livre são muito benéfico, pois há maior sensação de aumento de energia e motivação, juntamente com diminuição da tensão, raiva, confusão mental e depressão. É comprovado também que os praticantes de atividades ao ar livre têm maior prazer em repetir as atividades no dia seguinte. Dessa forma, a atividade física, aliada à psicoterapia e ao tratamento farmacológico, é um instrumento importante, não apenas como papel de reabilitação ou ocupacional, mas terapêutico da mesma forma.

 

Autores: Larissa Link e Lucas Zick


 
Referências


CHEIK, N.C.; REIS, I. T.; HEREDIA, R. A. G.; VENTURA, M.L.; TUFIK, S.; ANTUNES, H. K. M.; MELLO, M. T. Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e ansiedade em indivíduos idosos. R. bras. Ci. e Mov. 2003;


 CORDIOLI, Aristides Volpato. Psicoterapias: abordagens atuais. Porto Alegre: Artmed, 2008


 FIRST, Michael B ; FRANCES Allen ; PINCUS Harold Alan . Manual de diagnóstico diferencial do DSM – IV – TR. Porto Alegre: Artmed, 2004


GUARIENTE, J. C. A. Depressão: dos sintomas ao tratamento. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002. In: KURITZA, Adriane Martinez ; GONÇALVES, Andréa Kruguer. Atividade física orientada para pacientes depressivos: lançando um novo olhar sobre o corpo. Boletim da Saúde, 2003


KURITZA, Adriane Martinez ; GONÇALVES, Andréa Kruguer. Atividade física orientada para pacientes depressivos: lançando um novo olhar sobre o corpo. Boletim da Saúde, 2003

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Larissa Link

por Larissa Link

Psicóloga pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (2012), pós graduanda em Psicooncologia: atendimento a pacientes com Câncer e terminais pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Saúde- CEPPS.

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