Idealizando o passado

Psicologia

12/07/2013

No dia 4 de junho do ano passado (2012) assisti "Meia Noite em Paris", não é meu tipo preferido de filme, mas adorei, pois o tema principal sempre rondou a minha vida.

No filme, o personagem principal é um escritor frustrado que está sempre idealizando o passando, mais precisamente os anos 20.

Durante as minhas fases da vida, sempre há alguém me dizendo "Bah, acorda, tu vive no passado, só tira coisas do baú!" etc... e eu sou assim mesmo, igual o cara do filme, igual a muuuuita gente por ai.

Existem dois tipos de pessoas (que eu percebo), as que vivem no passado, e as que vivem no futuro. É difícil encontrar alguém satisfeito com o aqui e o agora, o presente sempre parece tão sem graça, ou falta algo de que sentimos saudades, ou, naquelas pessoas bastante ansiosas, falta aquilo que pode "mudar a sua vida" mas você não sabe bem o que é.

Acredito que as pessoas que idealizam o passado o escolhem por certas razões: serem depressivas, terem medo do desconhecido, de mudança, serem muito apegadas, ou, não perceberem que mesmo voltando no tempo você continuará descontente. Essa é a natureza do ser humano, querer sempre mais, sempre algo diferente do que tem.

O problema é que o passado nunca volta de verdade, por mais que você refaça tudo igualzinho, o TEMPO passou e com ele as pessoas mudaram. O que resta é a vontade de desfrutar aqueles momentos gostosos, e a frustração de não ter estado pronto, maduro, para lidar da forma correta quando o passado ocorreu.

Pra quem se interessa pelo tema, indico um artigo bem curtinho e esclarecedor: "A vivência do tempo no deprimido - Um olhar sobre Eugène Minkwoski".