Fundamentos para formação e atuação do psicopedagogo

FUNDAMENTOS PARA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO
FUNDAMENTOS PARA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO

Psicologia

22/07/2013

 INTRODUÇÃO

 Este artigo se insere na linha de pesquisa que será do tipo qualitativa em relação à abordagem do problema e exploratória, sendo o procedimento técnico a ser utilizado o de uma pesquisa bibliográfica com relação à pesquisa proposta, serão utilizado os seguintes procedimentos metodológicos como consulta bibliográfica: onde serão revisados livros das disciplinas de formação e profissionalização docente, fundamentos da psicopedagogia e teorias da aprendizagem que tem como objetivo apresentar a importância do estudo destas disciplinas para a formação do psicopedagogo, pois o mesmo deve ser levado a refletir sobre a condição do ser professor, de suas experiências e a relação dos conhecimentos que os mesmos apresentam, de sua valorização profissional, através de uma avaliação de sua profissão e de sua própria prática pedagógica, dentro da sociedade em que vive, e como agente de mudanças desta sociedade, e ter conhecimento da psicopedagogia de como se deu o seu surgimento e implantação e sua área de atuação, que continua em construção e transformação, para tentar compreender o fracasso escolar e as dificuldades de aprendizagem, o conhecimento das diferentes teorias de aprendizagem, deverá levar o professor a aliar os conceitos teóricos em relação a sua prática, procurando explicações sobre os fatos que envolvem o processo de ensino-aprendizagem. E o estudo destas teorias poderá se tornar um campo de pesquisa e prática docente.

 

DESENVOLVIMENTO

 Professor e aquele que ensina e educa, mas isto outras pessoas também fazem, portanto o professor e aquele que tem por ofício ser mestre. Segundo Romanowski (2007, p.15) “Para Arroyo, um ofício representa um fazer qualificado de um coletivo de trabalhadores que possui identidade, história própria, preparo e formação específica, que desenvolve um corpo de saberes e tem reconhecimento social.”

 O enfoque tradicional na prática docente tem como objetivo a transmissão de conhecimentos pelo professor e os mesmos devem ser assimilado pelos alunos, com aula expositiva e desvinculada com a realidade dos alunos. No enfoque tecnicista o professor tem de ter o domínio da disciplina ensinada, sua função e o desenvolvimento de competências e atitudes para formar um profissional que vai atuar no mercado de trabalho. Na escola nova a aprendizagem dos alunos tem de ser de modo ativo,sendo o professor um mediador e o aluno o centro do processo escolar e o próprio professor é considerado um aprendiz.No enfoque construtivista á uma construção do desenvolvimento entre o sujeito e o objeto,através de transformações de estruturas internas (ROMANOWSKI, 2007).

As maiores preocupações docentes são com relação às dificuldades e os distúrbios de aprendizagem dos alunos, a disciplina escolar, a avaliação da aprendizagem escolar e como ela deve ser feita no ensino fundamental, e de que maneira recuperar esses alunos e como proceder à continuidade desta avaliação (ROMANOWSKI, 2007).

A formação continuada tem como objetivo não só a melhoria da formação do profissional, mas também do ensino. A principal preocupação com a formação docente e em relação aos primeiros anos de docência, geralmente esquecido pelos cursos de formação de professores, pois a tarefa de ensinar no primeiro ano se constitui em uma experiência de erros e acertos. O Ideal seria um professor tutor com mais experiência para supervisionar e apoiar o professor principiante, bem como serviços de apoio (ROMANOWSKI, 2007, p.131).

A psicopedagogia nasceu no século XIX, na Europa devido a mudanças políticas, sociais e econômicas, com a consolidação do capitalismo industrial, a ampliação do acesso a escolarização tendo por finalidade a formação de mão de obra especializada. Com o sugirmento de ideologias que levam o homem a considerar natural a divisão da sociedade em classes e que o trabalho dignifica o homem, aparecendo à psicologia para justificar tudo isso. (GRASSI, 2009).

No final do século XIX antes do aparecimento da psicopedagogia segundo Grassi (2009, p.23) “Itard, médico francês nascido em 1715 e falecido em 1838, foi um dos primeiros a trabalhar com as dificuldades de aprendizagem.”

Maria Montessori desenvolveu um método de trabalho, em que a educação deveria ser mais do que um acúmulo de informações, através do uso de recursos materiais ricos e simples, partindo do concreto para o abstrato. Revolucionando o trabalho com crianças com deficiência mental e atualmente ainda várias escolas adotam esse método (GRASSI, 2009).

Claparède nos fala que o aluno, o professor e a escola seriam responsáveis pela aprendizagem. Outra contribuição sua foi o uso de jogos e brincadeiras sendo inovadoras na época, visando facilitar a aprendizagem. E sua participação com Neville, foi responsável pela criação das classes especiais nas escolas públicas atendendo as crianças com deficiência mental (GRASSI, 2009).

Na década de 1960 outros médicos chegaram à conclusão que estas dificuldades de aprendizagem, não eram causadas por uma lesão e sim por uma disfunção, tendo mudado o termo então para disfunção cerebral mínima (DCM) (GRASSI, 2009, p.40). Segundo Grassi (2009, p.40), “O Diagnostico de DCM era dado quando não se encontrava uma causa determinante, que pudesse ser comprovada, da dificuldade de aprendizagem ou da deficiência mental.”

Mery utilizou o termo pedagogia curativa para caracterizar seu trabalho terapêutico com crianças que não aprendiam. Sendo nesse contexto que começou a formação do profissional da psicopedagogia, com a ampliação da forma de atendimento à indivíduos com dificuldades de aprendizagem e deficiência mental, mas persistindo as propostas tradicionais (GRASSI, 2009).

Na segunda metade do século XX, a teoria do conhecimento desenvolvida por Piaget, afirma que a aquisição do conhecimento se da por meio das descobertas da própria criança, sendo contra o behaviorismo (tabula rasa) e o inatismo (fatores genéticos) (GRASSI, 2009).

De acordo com Grassi (2009, p.45):

Segundo Piaget, a inteligência tem uma base biológica, mas também depende das ações do sujeito sobre os objetos, numa relação entre estruturas internas e meio externo, num processo de construção. Daí que sua teoria seja conhecida como construtivismo.

Vigotski nos anos de 1980, cuja visão sobre aprendizagem e desenvolvimento deu origem ao sociointeracionismo por que para ele as relações sociais tem suma importância nos processos de aprendizagem e desenvolvimento. (GRASSI, 2009).

A psicopedagogia teve um grande desenvolvimento na Argentina pelo fato de no começo do século XX os psicólogos não poderem atuar clinicamente, o que os levou para dentro das escolas (GRASSI, 2009, p.52).

O psicopedagogo deve conhecer as tendências pedagógicas para tentar entender a relação entre a história da psicopedagogia e seus postulados teóricos que influenciaram a educação nacional e continuam aí influenciando (GRASSI, 2009, p.70).

A Pedagogia liberal tem por finalidade justificar o sistema capitalista, mas enfatiza só os aspectos culturais, escondendo a diferença de classes, com a defesa da igualdade de oportunidades, e não considera as condições que são totalmente desiguais (GRASSI, 2009, p.70).

A Teoria liberal tradicional marcou a educação brasileira das décadas iniciais do século XX, o sucesso na aprendizagem depende do esforço do aluno, permanecendo até hoje algumas de suas características (GRASSI, 2009).

Tendência liberal renovada progressista tem sua representante na Escola Nova em que os processos mentais são mais valorizados do que os conteúdos. O professor tem a função de facilitar e auxiliar os alunos. Numa convivência harmoniosa e democrática (GRASSI, 2009).

Tendência Liberal renovada não diretiva, o papel fundamental da escola seria a formação de atitudes se preocupando mais com os aspectos psicológicos do que com os sociais e pedagógicos. O professor atua como um facilitador, aceitando o aluno com ele é (GRASSI, 2009).

Tendência liberal tecnicista, a função da escola e preparar o homem para o trabalho, devido à industrialização crescente no país (GRASSI, 2009).

Pedagogia progressista é um instrumento de luta do professorado analisando de maneira critica a realidade social sendo o sujeito o construtor e transformador dessa realidade (GRASSI, 2009).

Tendência progressista libertadora, caracterizada pelo antiautoritarismo e pela educação informal, sendo Paulo freire seu principal representante, os educandos se reconheçam como agentes transformadores da realidade social. Sendo que educador e educando aprendem juntos (GRASSI, 2009, p.82).

Tendência progressista libertária tem como representante Freinet apresenta também a luta contra o antiautoritarismo e autogestão, tendo uma preocupação com a educação política, promovendo a liberdade e o desenvolvimento integral da criança (GRASSI, 2009, p.84).

Tendência progressista crítico-social dos conteúdos, tem uma visão da escola como aquela que vai socializar os conhecimento e saberes universal (GRASSI, 2009, p.86).

Num primeiro momento no Brasil a psicopedagogia tinha um enfoque clínico e reeducativo, mas aos poucos foi adquirindo caráter preventivo e terapêutico, envolvendo tanto os alunos como os professores como participantes do processo ensino e aprendizagem. Já existiam profissionais de psicopedagogia antes do surgimento dos cursos de formação na área, pois já havia profissionais de diversas áreas, que já se interessavam pelas dificuldades de aprendizagem e pelo fracasso escolar, nascendo a psicopedagogia para atender esta demanda. (GRASSI, 2009).

A partir de 1980 a psicopedagogia começou a se consolidar no Brasil, e no final da década já tinha a ABPq (Associação Brasileira de Psicopedagogia). Deixando de lado o enfoque orgânico que predominou nos anos de 1970. Nos anos de 1990 então a psicopedagogia clínica passou a seder espaço para psicopedagogia institucional (GRASSI, 2009).

A psiopedagogia no Brasil sofreu influência da psicopedagogia argentina, devido à proximidade geográfica e a disponibilidade de literatura sobre psicopedagogia devido ao idioma (GRASSI, 2009).

A psicopedagogia reúne o conhecimento de várias ciências, procurando compreender e integrando o processo de ensino e aprendizagem, que ocorre dentro da escola e fora dela. Que atua tanto no campo clínico como institucional (GRASSI, 2009, p.124).

O objeto da psicopedagogia é o processo ensino e aprendizagem, que é um processo dinâmico que ocorre durante toda a vida, focando sua atenção na prevenção das dificuldades de aprendizagem, e no atendimento terapêutico (GRASSI, 2009).

Segundo Grassi (2009, p.143) “Na psicopedagogia clínica, desenvolve-se um trabalho de avaliação diagnóstica psicopedagógica em que se procura conhecer o sujeito como ele é, considerando todos os aspectos que constituem.”

Na psicopedagogia institucional o objeto de estudo é a instituição, que pode ser uma escola, hospital ou empresa, isto é onde pessoas se relacionam,ensinam e aprendem. Sendo na escola que a não aprendizagem aparece com destaque. Mas e na sociedade que vai se refletir o efeito do fracasso escolar e das conseqüências do mesmo (GRASSI, 2009,p.146).

O psicopedagogo na instituição escola tem a função de mostrar ao sujeito institucional e aqueles que a compõem, as possibilidades de superação das dificuldades que se apresentam,estimulando os mesmos a encontrar soluções através das discussões e reflexões em grupo (GRASSI, 2009).

O trabalho desenvolvido em uma empresa pelo psicopedagogo não difere do desenvolvido em uma escola, apesar de ser uma atuação nova no Brasil (GRASSI, 2009, p.152).

Na empresa o trabalho do psicopedagogo será focado na melhoria dos indivíduos consigo mesmo e com os outros, de modo que a relação empresa e funcionários sejam de parceria (GRASSI, 2009, p.152).

O profissional da psicopedagogia pode trabalhar com o assessoramento, sem vinculo empregatício, assim ele poderá trabalhar com autonomia, possibilitando um olhar e uma escuta ética (GRASSI, 2009, p.153).

Pode trabalhar também com pesquisas sobre aprendizagem e suas dificuldades enriquecendo e promovendo o desenvolvimento desta área e sua consolidação (GRASSI, 2009, p.154).

O enfoque psicopedagogico pode ser preventivo ou terapêutico. No aspecto preventivo cabe a identificação das chances de aprendizagem do sujeito, analisando o desenvolvimento do mesmo e no terapêutico é a busca para a resolução e superação destas dificuldades. O código de ética vem organizar a profissão, bem como deixar claro seus limites e possibilidades, seu compromisso e suas responsabilidades,e regulamentar as relações profissionais(GRASSI, 2009).

Várias são as teorias sobre aprendizagem, pois não há concordância de como ela ocorre. O professor conhecendo-as vai usá-las como estratégias para estimular o desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem, tornando-a mais produtiva e duradoura, com isso ocorre à elaboração de novas práticas de ensino. Temos, portanto os Teóricos comportamentais (behavioristas) em que a aprendizagem seria o resultado de uma mudança de comportamento observável, através de fatores como punição ou recompensa, e os Cognitivistas (interacionistas) em que a aprendizagem se processa interiormente (LACOMY, 2008, p.19).

Na perspectiva cognitivista, os alunos são agentes ativos que atuam no ambiente interno e externo, utilizando o que foi adquirido anteriormente, através da organização das informações, com a finalidade de adquirir novos conhecimentos (LACOMY, 2008, p.20).

Os trabalhos de Pavlov e Skinner como representantes do behaviorismo focam na importância do estudo dos comportamentos que podem ser observáveis, e os efeitos da mudança de comportamento em função do meio ambiente. E que os comportamentos são apreendidos através do binômio punição ou recompensa (LACOMY, 2008, p.22).

Albert Bandura desenvolveu a teoria cognitiva social se dedicando aos processos cognitivos que não podem ser observados diretamente, como os fatores sociais, ambientais e comportamentais (LACOMY, 2008, p.25).

Jean Piaget por meio de várias pesquisas fundamentou uma das mais importantes teorias cognitivas que é o construtivismo psicogenético que nos fala da importância do conhecimento para o desenvolvimento da inteligência (LACOMY, 2008, p.30).

Para Vygotsky caminham lado a lado o contexto social e o desenvolvimento cognitivo (LACOMY, 2008, p.38).

As propostas de Vigotsky e Piaget sempre devem ser entendidas como teorias complementares, pois apresentam diferenças básicas, pois Piaget da destaque para os aspectos estruturais e biológicos e Vigotsky destaca as contribuições da cultura, da interação social e da linguagem, e segundo ele o pensamento e a linguagem são interdependentes (LACOMY, 2008, p.43).

A concepção construtivista oferece uma base para o professor na sua prática docente, desde ao planejar uma aula, como no decorrer do processo ensino-aprendizagem, bem como entender o que se passa na sala de aula (LACOMY, 2008, p.46).

Henri Wallon nas décadas de 1950 e 1960 ampliou a teoria psicogenética, em que a afetividade tem papel central na aprendizagem, pois a mesma se desenvolve junto com a inteligência, auxiliando o individuo tanto no desenvolvimento cognitivo como pessoal (LACOMY, 2008, p.65).

A concepção dominante era a de que possuíamos uma inteligência única, igual a todos, medida através dos testes de quociente intelectual (QI). Na década de 1980, Howard Gardner, propôs a teoria das inteligências múltiplas, baseado em estudos afirmou que possuímos várias inteligências (LACOMY, 2008, p.72).

A ideia de uma inteligência única levou em muitos países a altos índices de repetência e evasão escolar durante muito tempo, pois as crianças possuem inteligências múltiplas, e, portanto aprendem de formas variadas, e o objetivo da escola e desenvolver estas inteligências variadas em seus alunos, desde que devidamente estimulados (LACOMY, 2008, p.77).

A avaliação do aluno ocorre durante o processo e deve abranger vários instrumentos num período prolongado. E o planejamento da aula e de fundamental importância, pois o atendimento e individualizado. (LACOMY, 2008, p.80).

A teoria da afetividade, da aprendizagem significativa e das inteligências múltiplas, se baseia no aluno como o centro do processo ensino-apredizagem, além de ser o construtor do seu conhecimento e seu desenvolvimento como um todo, sendo o professor um mediador entre o conteúdo ministrado e o mundo que o rodeia (LACOMY, 2008, p.81).


CONSIDERAÇÕES FINAIS



O professor continua sendo o sujeito mais importante no desenvolvimento do processo ensino aprendizagem, mas precisa ser valorizado através de um salário digno e uma educação continuada, em que a teoria e a prática caminhem juntas, que os cursos de licenciatura e pedagogia sejam reestruturados de acordo com as praticas docentes do dia a dia de uma sala de aula e do funcionamento de uma escola. A psicopedagogia e uma área em constante construção e reconstrução, que vem para auxiliar tanto a escola, como os professores e os aluno na prevenção das dificuldades de aprendizagem, e no atendimento terapêutico, que a cada dia que passa esta se tornando mais importante, pois os problemas estão aí e precisam ser resolvidos, e o psicopedagogo deveria ser parte integrante na escola lado a lado com o diretor, mas não subordinado ao mesmo e sim com autonomia total, porque tem muitas escolas que enfrentam tanto problemas institucionais como clínicos, assim como empresas diversas que também deveriam ter o asseramento destes profissionais, assim teríamos mudanças para melhorar as relações humanas e a sociedade como um todo.

REFERÊNCIAS


GRASSI, Tânia Mara. Psicopedagogia: um olhar uma escuta. 1. ed.Curitiba:Ibpex,2010.

LAKOMY, Ana Maria. Teorias cognitivas da aprendizagem. 2. ed. rev. e anual. Curitiba: Ibpex, 2008.

ROMANOWSKI, Joana Paulin. Formação e profissionalização docente. 3. ed. rev. e atual. Curitiba: Ibpex, 2007.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Sirlei Aparecida Ostrowski

por Sirlei Aparecida Ostrowski

SOU FUNCIONÁRIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, NO CARGO DE PROFESSORA,COM 20 ANOS DE EXPERIÊNCIA, LECIONANDO AS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA,FÍSICA,QUÍMICA E BIOLOGIA,SENDO TAMBÉM BIÓLOGA , COM CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA.

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