29/10/2013
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, também conhecido pela sigla TDAH, é um transtorno neurobiológico e hereditário que teve sua primeira citação na literatura no ano de 1865, na poesia do médico alemão Heinrich Hoffman, que escrevia sobre muitas doenças infantis que encontrava em sua prática médica. Entretanto, encontramos com maior frequência, na literatura, o nome dos pesquisadores George Still e Alfred Tredgold por dedicarem a atenção ao comportamento infantil que se aproxima do que hoje conhecemos como TDAH (BARKLEY, 2008).
Atualmente, nos baseamos em uma listagem de critérios diagnósticos, do Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM), para identificarmos a presença do transtorno. Essa listagem é dividida em dois grupos, sendo nove sintomas no grupo de desatenção e nove sintomas no grupo de hiperatividade. De acordo com a nova versão deste manual diagnóstico, DSM-V, as crianças devem ter no mínimo seis sintomas de um ou ambos os grupos e a partir dos 18 anos considera-se somente cinco sintomas, devendo estes persistir por pelo menos seis meses, ocasionando prejuízos em dois ou mais contextos. Outra importante mudança apresentada no manual é a idade mínima para o fechamento do diagnóstico do TDAH que passa de 7 para 12 anos, ou seja, antes dos 12 anos podemos dizer que existe uma suspeita do transtorno e somente com a idade referida podemos fechar o diagnóstico.
Por se tratar de um transtorno neurobiológico com comprometimento comportamental, a avaliação diagnóstica deverá ser realizada por uma equipe multiprofissional, que seja composta, inicialmente, por um neurologista ou psiquiatra e por um psicólogo, especializado no assunto, que realizará, quando criança, uma entrevista de anamnese cuidadosa com os pais e com a professora, e ,quando adulto, uma entrevista detalhada com o paciente, seu companheiro e se possível com um parente próximo que tenha convivido com ele quando criança.
Ainda na avaliação, o profissional deverá observar se existe a presença de algum transtorno associado, como por exemplo, o Transtorno de Aprendizado. Neste caso, é importante que o paciente realize, também, avaliação com outros profissionais: fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicopedagogo (APA, 2000). A indicação do melhor tratamento poderá ser realizada somente após o término de todas as avaliações por se tratar de um transtorno que afeta de maneira singular cada indivíduo, ou seja, o acompanhamento deverá ser personalizado conforme as necessidades individuais.
Nos últimos anos, a indicação de medicação, em especial do metilfenidato, para o tratamento do TDAH tem crescido radicalmente. Porém, para Barkely (2008), a medicação não deve ser a primeira escolha para as crianças muito pequenas, sendo a melhor opção os métodos de controle comportamental para pais, ou seja, a psicoterapia com enfoque na abordagem teórica Cognitivo-Comportamental. Para adolescentes e adultos, conforme a analise do profissional, o tratamento deverá ser combinado: acompanhamento neurológico ou psiquiátrico para administração de medicações, psicoterapia com enfoque na abordagem teórica Cognitivo-Comportamental e, ainda, treinamento com o neurofeedback.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
TÍTULOS: Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental. Especialista em Sexualidade. Especialista em Psicologia da Saúde. Mestre pela USP Consultório desde 2005. GRADUAÇÃO: Graduação em Psicologia. Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4241300H9
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