A diferença de pressão sobre o desempenho sexual das mulheres e dos homens

A atividade sexual do indivíduo nem sempre é igual durante toda a vida
A atividade sexual do indivíduo nem sempre é igual durante toda a vida

Psicologia

11/11/2013

Segundo Ribeiro (1996 apud FERIANCIC; GOTTER, 2007, p. 2), a sexualidade é a maneira como uma pessoa expressa seu sexo, ou seja, onde a mulher vivencia e expressa o ser mulher e o homem o ser homem.

Para Brito e Benetti (2010, p. 244) o desempenho sexual é um dos aspectos com importante contribuição para o bem-estar psicológico do ser humano. Isto é, a questão de como o ser humano mantém relações sexuais faz com que a sexualidade seja um importante polo estruturante da identidade e da personalidade. O mesmo ainda refere que a sexualidade pode ser tanto fonte de prazer como de frustação, afetando a vida em geral do indivíduo, sendo a disfunção sexual um grande inimigo da saúde pública.

A atividade sexual do indivíduo nem sempre é igual durante toda a vida. Na sexualidade, a ideia que ainda permanece socialmente em relação à função do homem quanto a sua função genitália é o papel de conquistador, de ir à busca da mulher além da ideia, da coragem e da força para autorrepresentação da sua masculinidade. A mulher, ao contrário da visão social em relação ao papel masculino, visa seduzir e vive em uma espera ativa de receber o homem (GIRALDI; HASHIMOTO, 2011, p. 38).

Como o homem socialmente é visto como principal responsável para que o ato sexual aconteça, a cobrança do desempenho sexual fica mais exposta neste grupo. A culpa de não desempenhar o seu real papel masculino frente ao mau desempenho sexual é mais doloroso, e a sensação de incapacidade diante desta situação é intensa. Na mulher esta situação é compreendida de maneira diferente com uma menor cobrança visto que este grupo possui o seu papel representativo voltado para maternidade e cuidadora o lar (FERNANDES, 2009, p. 3).

Quanto à preocupação em relação ao desempenho sexual nos dois gêneros, a mulher, de uma maneira em geral, se preocupa mais com a parte estética e juvenil do que propriamente com a sua função sexual. Neste caso, também é positivo o fato de não sentir tanto as cobranças do seu desempenho sexual, levando em conta que as mulheres possuem uma vantagem em relação ao homem, que é poder ter relações sexuais sem estarem sexualmente excitadas. No homem, ao contrário da mulher, se não apresentarem excitação ou se estiverem ansiosos não conseguem ter um bom ou até algum desempenho sexual, além de ser visível para a sua parceira quando não consegue este desempenho. Devido a esta desvantagem e a uma maior exigência do homem para que o ato sexual se conclua, este grupo é mais pressionado a ser “perfeito na cama” para garantir a sua virilidade para sua companheira e perante a sociedade, exigindo assim uma maior concentração no desenrolar da relação sexual (ALMEIDA; PATRIOTA, 2009, p.11).

Essa pressão sobre desempenho sexual no homem devido ao conceito social em relação à sua afirmação masculina pode alterar a sua condição emocional, gerando ansiedade e depressão. Sobre essas alterações emocionais no homem com problemas de disfunção sexual, os pesquisadores Grassi e Pereira (2001, p. 63-66) apresentam o relato de homens com problema no seu desempenho sexual:

“É, eu nem tenho falhado agora, mas a angústia continua, não sei, não me larga. Eu não me sinto seguro com isso, mesmo que eu tenha conseguido eu fico pensando que na próxima vez pode ser que eu não consiga, eu não confio em mim mesmo, sei lá” (Benedito) (GRASSI; PEREIRA, 2001, p. 63-66).

Em relação à dificuldade em continuar a sexualidade na terceira idade os autores Lara e Soares (2009, p. 10) argumentam que este problema pode ter relação com os mitos associados a corpos perfeitos esculpidos, ao vigor físico e à juventude. Esses fatores contribuem negativamente na expressão sexual humana, colaborando assim para o mau desempenho sexual.

Com relação à diferença de idade muito grande em um casal, assunto esse que será abordado mais adiante, o parceiro mais velho pode se sentir pressionado pelo mais jovem a apresentar o mesmo desempenho sexual.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Colunista Portal - Saúde

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