23/01/2014
Você se lembra de como foi a sua infância? Sua casa era acolhedora, seus pais entendiam os seus desejos logo ao primeiro olhar? Todo o alimento era compartilhado com amor, mesmo diante de dificuldades financeiras, todos estavam ali, unidos, partilhando o que possuíam? Ou será que na sua infância você viveu em um lar onde as pessoas não estavam verdadeiramente ali, não notavam seus sentimentos, não percebiam seus desejos, não se dedicavam a ouvir o que a sua alma necessitava? Poderia até haver uma situação financeira excelente, mas faltava o afeto…
Pense um pouco e traga de volta as imagens desse passado, que pode estar muito perto ou a milhares de anos-luz… Digo isso, porque em muitos casos, mesmo um passado que é muito recente pode estar praticamente habitando no mundo dos dinossauros, tal o terror que a pessoa vive a cada momento que tem uma recordação sequer do mesmo.
Como eram os abraços? Calorosos, acolhedores, ou não havia abraços?
Quantas vezes, você, se sentindo a pessoa mais maravilhosa do universo, ouviu, “veja como o seu amigo(a) é inteligente, observe como se comporta”. Ou “não faça isso”, “não pense assim”. E ouvindo essas pequenas expressões, o “eu sou” dentro de sua alma amortecia. Aquele “eu sou”, que iria gerar a autoestima tão necessária para estruturar a sua vida futura, aquela chama de autoconfiança, ficava cada vez mais fraca.
E você sabe qual a expressão que começava, pouco a pouco, a substituir ao “eu sou? Eu “não sou, mas devo ser”.
E com isso iniciou-se uma difícil jornada: a busca incessante por aquilo que “devo ser”. Mas esse “devo ser” é muito exigente. Cobra um preço muito elevado, afinal é uma tentativa de se transformar em algo que não se é.
A partir daí, a dor na alma foi instalada com todas as suas forças. E a dor era tanta que necessitava de algo para minimizá-la. E eis que nesse momento, chegaram aliados poderosos: as compulsões. Elas se transformaram nas companheiras perfeitas para suprir as carências, os medos, as angústias, mas, principalmente, para preencher o vazio deixado pelo “eu sou”.
Mas afinal, quem nunca teve uma delas por companheira? Comer, beber, mentir, comprar… Uma lista infindável…
O tempo passou e com ele um novo objetivo: vencer as compulsões.
Mas como fazer isso?
Todos sabem que quanto mais se luta contra as compulsões, mais elas ganham forças. E afinal: como se livrar de um aliado, de algo que ocupou o lugar que seria preenchido por uma dor muito maior, a dor da alma, de um momento para outro?
Perceber isso é o ponto de mudança!
Reconhecer a existência das compulsões, saber que elas foram aliadas poderosas em algum momento é fundamental. Mas hoje é um novo tempo.
Ao fazer essa análise, observando a situação por um outro ângulo, a pessoa fica mais atenta. A audição é refinada e aquela vozinha há muito quieta, começa a falar baixinho. É a voz da sabedoria que estava esperando o momento de se manifestar. A voz que tem as respostas para todas as questões, que conhece todos os porquês.
E essa audição interna é fundamental, porque aos poucos as teias que ocultavam o “eu sou” vão sendo removidas. Uma nova visão é manifesta, a pessoa passa a se ver como realmente é, sem rótulos. A partir daí o todo se descortina, o potencial que estava há tanto tempo guardado é redescoberto. Um novo ciclo se instaura.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Formada em Jornalismo na PUC de Campinas em 1980. Fez vários cursos de aperfeiçoamento, atuou como facilitadora do Jogo da Transformação, logo que esse processo de autoconhecimento chegou ao Brasil. Tem certificação internacional em Coaching, Mentoring e Holomentoring - Sistema ISOR, pelo Instituto Holos, instituição criada há 19 anos que busca a visão holístico-sistêmica do ser humano.
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