Avaliação psicológica antes da cirurgia bariátrica

Necessidade da avaliação psicológica para se submeter à cirurgia
Necessidade da avaliação psicológica para se submeter à cirurgia

Psicologia

16/04/2014

“A cirurgia bariátrica e metabólica – também conhecida como cirurgia da obesidade, ou, popularmente, redução de estômago – reúne técnicas com respaldo científico destinado ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele” (Fonte: Saúde Plena).


A necessidade da avaliação psicológica para se submeter à cirurgia bariátrica é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, por meio de Resoluções que definem indicações, procedimentos e equipe. Nesse sentido, a presença do psicólogo na equipe de cirurgia bariátrica é fundamental.


Além do aspecto legal, a necessidade da avaliação psicológica antes do paciente se submeter à cirurgia bariátrica é fundamental por diversos motivos, tais como a verificação da capacidade do paciente de reorganizar os seus hábitos de vida, principalmente os relacionados à alimentação; a consciência de que a cirurgia irá afetar a percepção da imagem corporal que o paciente tem de si mesmo, acarretando assim, mudanças comportamentais e sentimentais; em síntese, as condições psíquicas do paciente para lidar com as adversidades pré e pós-cirurgia, entre outras.


O histórico de pessoas que buscam pela cirurgia bariátrica é, geralmente, marcado por diversas tentativas, sem sucesso, para emagrecer. Em muitos aspectos, o insucesso é devido ao fato de a obesidade ser uma doença crônica e de características multifatoriais. O insucesso também está relacionado ao uso métodos alternativo, sem comprovação de eficácia. Além disso, de características cognitivas, comportamentais e afetivas com relação à alimentação, que prejudicam a aderência, mesmo a tratamentos eficazes.


Nesse sentido, a cirurgia bariátrica é o último recurso de tratamento para a obesidade, isto é, quando todos os tratamentos clínicos – psicológicos, psiquiátricos, nutricionais e endócrinos, não foram suficientes. É necessário entender que a cirurgia não se trata de um tratamento estético, mas de um recurso médico para tratamento de uma doença. Isso se faz importante, pois os pacientes, geralmente, pensam apenas nos benefícios estéticos e, por isso, não se atentam para o fato de que apenas a cirurgia em si, não será suficiente para o sucesso do tratamento. É necessário empenho do paciente pós-cirurgia na mudança completa de seus hábitos de vida. Muitos pacientes, após realizarem a cirurgia, abandonam as consultas e voltam a engordar.


Por isso, para além da avaliação psicológica – que será um recurso para atestar o estado mental para a cirurgia e as condições de reorganização de hábitos de vida pós-cirurgia, mediante avaliações específicas –, é necessário se atentar para a continuidade das consultas médicas; a necessidade da reeducação alimentar (nutricionista); para a necessidade do acompanhamento psicológico (psicoterapia) após a cirurgia e, se for caso, antes da cirurgia; para a necessidade da realização de atividades físicas; entre outras mudanças e atitudes. A psicoterapia é um recurso que auxilia os pacientes a lidar com pensamentos, sentimentos e comportamentos disfuncionais em relação a seus hábitos de vida. Portanto, o tratamento não termina com a cirurgia!

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Flávio Hastenreiter

por Flávio Hastenreiter

Psicólogo com aperfeiçoamento em Terapia Cognitivo-Comportamental. Especialista em Neuropsicologia (Avaliação Neuropsicológica). Consultório Particular: Psicoterapia (Terapia Cognitivo-Comportamental); Avaliação Psicológica/Neuropsicológica e Orientação Profissional em Belo Horizonte. flaviohastenreiter@gmail.com

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