Aspectos neuropsicológicos da Doença de Alzheimer: Revisão de Literatura

Neuropsicologia do Alzheimer
Neuropsicologia do Alzheimer

Psicologia

16/04/2014

As limitações corporais e a consciência da temporalidade são problemáticas fundamentais no processo de envelhecimento aparecendo de forma reiterada no discurso dos idosos, embora possam adquirir diferentes nuanças e intensidades dependendo da sua situação social e da sua própria estrutura psíquica e física (SALIMENE, 2003).

Salimene (2003, p.169), ressalta que o envelhecimento “é uma fase natural da vida, determinada, basicamente, por três fatores: genética, estilo de vida e meio ambiente”. Assim, uma velhice será saudável, se o idoso pertencer a uma família de pessoas que costumam viver muito tempo, cujos membros não tenham doenças que possam ser transmitidas geneticamente; se o estilo de vida, a forma de viver for considerada saudável, com bons hábitos alimentares, num ambiente limpo e higiênico e cujos cuidados com a saúde são levados a sério. Qualquer pessoa que viva em um ambiente, cuja qualidade de vida é inferior, está sujeito a vários tipos de doenças.

É preciso se considerar que o envelhecimento é um processo que se dá durante toda a vida do indivíduo e que a morte e as doenças estão sempre presentes. O fato de se considerar o idoso mais sujeito às doenças, que as pessoas mais jovens, é um problema cultural, como afirma Medeiros (2003, p. 189), “[...] o envelhecimento e a velhice são também uma construção cultural”.

Conforme salienta Salimene (2003, p. 169),

A sociedade ainda carrega muitos mitos em relação à velhice. É uma crença que certas alterações físicas e mentais em idosos, da perda de memória à pressão alta, são normais. As pessoas acabam por confundir os conceitos, tomando-os como sinônimos.

 

Assim, percebe-se que quando um idoso fica doente, isto é considerado normal.

Mercadante (2003, p.59), afirma que o próprio idoso relaciona a velhice ao corpo doente, “Dessa forma, o corpo envelhecido é doente [...] que o sujeito não tem mais condições de cuidar de seu próprio corpo”. Assim, a autora ressalta que “Ser velho também é ser doente [...] a relação entre velhice e doença [...] se evidencia como uma representação significativa [...] que distingue o sujeito velho do não-velho”. Assim, os velhos somente são considerados velhos porque são doentes. Percebe-se que, mesmo que a pessoa esteja em uma idade pouco avançada, não é considerada velha porque não apresenta nenhuma doença, é bem disposta e ativa. Assim, segundo a autora “[...] a velhice é um estado anormal” (p.61).

Apesar do ser humano passar por uma série de mudanças físicas durante as várias etapas de sua vida, uma doença só é realmente sentida (no corpo e na alma), quando a pessoa chega a uma idade avançada. Quando se é jovem, supera-se com mais facilidade as doenças e o corpo logo se restabelece, muitas vezes, sem deixar sequelas.

A rapidez do processo de envelhecimento populacional do Brasil resulta em modificações drásticas na estrutura em curto período de tempo. Assim, a participação da faixa etária geriátrica da população deve passar de 6,2 em 1980 para 13,8% 2025. De acordo com as projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 1950 e2025, apopulação de idosos no país crescerá dezesseis vezes contra cinco vezes a população total, o que nos colocará, em termos absolutos, como a sexta população de idosos do mundo (GRINGBERG, 2006).

De acordo com Pelzer (2006), a constatação do aumento da proporção de idosos no Brasil despertou o interesse dos pesquisadores a partir da década de 1980, como Kalache et al. (1987); Ramos et al. (1987); Berquó e Leite (1988), que observaram e constataram em todo o mundo, um aumento significativo de doenças crônico-degenerativas, entre elas as demências, sendo a Doença de Alzheimer,a forma mais comum. Na Europa, a doença ocorre em 0,02% dos indivíduos com 30 a 39 anos de idade, sendo mais frequente nas faixas etárias mais avançadas, chegando a atingir 10,8% da população com 80 a 90 anos (FRIDMAN et al., 2004).

O envelhecimento populacional ocasional um aumento das doenças degenerativas, dentre elas destaca-se a Doença de Alzheimer.

As pesquisas e estudos científicos sobre a Doença de Alzheimer, conforme visto anteriormente vem aumentando significativamente. Os pesquisadores tem se empenhado na busca pela cura e por uma melhor qualidade de vida desses pacientes, propiciando a ampliação do conhecimento sobre a doença, sua forma de tratamento e os cuidados oferecidos aos pacientes.

Dessa forma, o presente estudo pretende colaborar com as discussões e propagar o conhecimento, tanto para a sociedade como para o meio acadêmico e científico, os aspectos neuropsicológicos, meios de diagnósticos e a reabilitação cognitiva, relacionados à Doença de Alzheimer.

1.1 DEMÊNCIA DO TIPO ALZHEIMER

A definição de demência a partir do DSM-IV-TR fundamenta-se essencialmente na descrição das alterações que são observadas na Doença de Alzheimer. As estimativas apontam que, a Doença e Alzheimer (Doença de Alzheimer) ocorre, principalmente, a partir dos 65 anos, sendo rara em pessoas com menos de 45 anos. Tem como características principais déficit progressivo de memória, associado ao comprometimento de outras funções cognitivas, como habilidades visuoperceptivas, visuoespaciais e linguagem (MCKHANN et al., 1984).

Atualmente é reconhecido o fato de a Doença de Alzheimer acarretar problemas comportamentais além das alterações cognitivas. Teixeira e Caramelli (2006) estimaram que entre50 a80% dos casos apresentam esses sintomas neuropsiquiátricos, como apatia, depressão e agitação/agressividade. Este fato implica numa maior sobrecarga dos cuidadores como também, a uma maior probabilidade de institucionalização desses pacientes.

Brucki (2000) afirma que embora possa ocorrer certo grau de variabilidade, a Doença de Alzheimer geralmente progride em três estágios de forma relativamente previsível na maioria dos casos, sendo esta progressão influenciada por fatores como sexo, nível educacional, idade de início dos sintomas e elementos de base biológica ou genética. Além disso, a evolução dos sintomas cognitivos na Doença de Alzheimer podem refletir na progressão das alterações neuropatológicas (placas amilóides e emaranhados neurofibrilares) de áreas temporais mediais (formação hipocampal e córtex entorrinal) para o neocórtex localizado em áreas temporais frontais, parietais e laterais.

No primeiro estágio, o sintoma que predomina é a perda de memória para fatos recentes, sendo preservada a memória para fatos remotos. Dessa forma, o paciente demonstra dificuldade de armazenamento e recuperação de informações recebidas há alguns minutos, o que o leva a esquecer nomes, repetição de tarefas, lugares onde guardou objetos pessoais. Sendo que esta capacidade de recuperar informações novas tem pouca influência das pistas, não podendo contar com este auxílio. Nos casos pré-senis a linguagem também pode estar alterada, todavia este sintoma prevalece nos casos pré-senis, ou seja, que se instalam antes dos 65 anos. O paciente com este sintoma caracteriza-se por discurso vazio, com pobreza de idéia e substantivos, dificuldade de fluência verbal e nomeação. Constata-se que, em provas de fluência verbal, os pacientes com Doença de Alzheimer revelam maior dificuldade em gerar item que revelam categorias semânticas, como frutas e animais, em contrapartida, quando são demandados itens segundo critérios formais (palavras iniciadas por determinada letra como F-A-S) demonstram maior habilidade (CARAMELLI et al., 2007).

No entanto, as dificuldades encontradas em tarefas de fluência verbal podem ser resultantes de falhas nas estratégias de busca e não somente devido à deterioração semântica, o que reflete em problemas nas funções executivas.

Um tanto mais evoluído a deterioração dos sintomas, no segundo estágio da Doença de Alzheimer, todos os domínios cognitivos passam a demonstrar visíveis sinais de deterioração. A compreensão passa a estar alterada, sendo apenas a repetição preservada, a linguagem é caracterizada por discurso fluente e parafásico. Sendo que tanto a memória recente quanto a remotas estão bastante acometidas. Outra característica típica desta fase e a não localização dentro de casa, o que demonstra progressivo acometimento das habilidades visuoespaciais (CARAMELLI et al., 2007).

Já no estágio final ocorre o comprometimento grave de todas as funções cognitivas, denotando-se pela fluência verbal que se reduz à palilalia, ecolalia ou mutismo. O paciente passa a desenvolver rigidez generalizada e incontinência esfincteriana, assumindo postura de flexão dos quatro membros. Em geral, o óbito ocorre 10 anos após o início dos sintomas, ocasionado por complicações clínicas devido aos problemas motores, tais como dificuldade de deglutição e o aprisionamento ao leito, inclui-se também a infecção do trato urinário e pneumonia aspiratória.

Diferentemente de alguns anos atrás, atualmente, sabe-se que o declínio cognitivo ocorre devido a causas distintas e possui várias formas, não se restringindo apenas na queda do QI. Esse conhecimento auxiliou no diagnóstico e no tratamento das demências, assim como das causas reversíveis de déficits cognitivos (CARAMELLI et al., 2007).

As habilidades “cristalizadas”, ou seja, os conhecimentos adquiridos ao longo da vida, como também, os hábitos, são pouco alterados pelo aumento da idade, sendo que estes são avaliados por testes como interpretação de provérbios e vocabulários, provas do WAIS. Porém, em relação às habilidades “fluidas”, que requerem do sujeito resolução de novos problemas e velocidade, o envelhecimento traz repercussões. As áreas mais afetadas são funções executivas, habilidades espaciais e memória episódica.

A reversão da doença ainda não foi descoberta e os tratamentos atuais buscam melhorar os sintomas comportamentais e cognitivos, através de medicação, técnicas cognitivas de reabilitação, além de informações sobre a doença e o apoio a familiares e cuidadores. A busca pelo tratamento vem aumentando gradativamente, de acordo com aumento do número de diagnóstico da doença de Alzheimer e a necessidade de encontrar pessoas capacitadas para o atendimento das pessoas com a doença também aumentou, pois as alterações causadas pela doença têm sido abordadas por equipes multidisciplinares e os tratamentos oferecidos são: a medicação, reabilitação neuropsicológica (RN) e grupos informativos (ÁVILA, 2003).

Alois Alzheimer descreveu pela primeira vez a condição que posteriormente levou seu nome, em 1907, ao relatar o caso de uma mulher de 51 anos com um curso de quatro anos e meio de demência progressiva. O diagnóstico final de doença de Alzheimer baseia-se em um exame neuropatológico do cérebro; entretanto, a demência do tipo de Alzheimer é geralmente diagnosticada no contexto clínico, após outras causas de demência terem sido excluídas da consideração diagnóstica (KNOPMAN et al., 2001).

Alguns estudos indicam que até 40% dos pacientes têm uma história familiar de demência do tipo Alzheimer; portanto, existe um provável componente genético do desenvolvimento do transtorno, pelo menos, em alguns casos. Um apoio adicional para uma influência genética diz respeito a que a taxa de concordância para gêmeos monozigóticos é maior do que a taxa para gêmeos dizigóticos (ZABAR, 2006).

De todos os pacientes com demência,50 a60% têm demência do tipo Alzheimer, o tipo mais comum de demência. Cerca de 5% dos indivíduos que alcançam os 65 anos têm demência do tipo de Alzheimer, em comparação com15 a25% dos indivíduos com 85 anos ou mais. A prevalência da demência do tipo Alzheimer é mais alta em mulheres que em homens. Os pacientes com demência do tipo Alzheimer ocupam mais de 50% de todos os leitos de asilos com cuidados de enfermagem (BLAKE, 1998).

A demência do tipo Alzheimer caracteriza-se por um início gradual e declínio progressivo das funções cognitivas. Inicialmente, o paciente pode apresentar uma capacidade para aprender e evocar novas informações, depois, comprometer-se a função a de nomear objetos e, finalmente, o indivíduo torna-se incapaz de copiar figuras. A demência inicial do tipo de Alzheimer pode ser difícil de diagnosticar, já que o QI do paciente pode ser normal (BLAKE, 1998).

As alterações de personalidade envolvem depressão, obsessões e desconfianças. Surtos de raiva são comuns, com o risco de atos violentos. A desorientação leva a andanças a esmo, podendo o paciente ser encontrado longe de casa, em uma condição de total confusão. Por fim, aparecem defeitos neurológicos, como perturbações da marcha, afasia, apraxia e agnosia (SMALL et al., 1997).

1.1.1  Neuropatologia da Doença de Alzheimer

A observação clássica de neuroanatomia macroscópica do cérebro de um paciente com doença de Alzheimer é de atrofia difusa, com aplainamentos dos sulcos corticais e aumentos dos ventrículos cerebrais. Os achados microscópicos clássicos e patognomônicos são de placas senis, emaranhados neurofibrilares, perda neuronal (particularmente no córtex e hipocampo), perda sináptica (talvez até 50% no córtex), e degeneração granulo vascular dos neurônios. Emaranhados neurofibrilares são compostos de elementos cito esqueléticos, primariamente proteína taufosforilada, embora outras proteínas cito esqueléticas também estejam presentes. Os emaranhados neurofibrilares não são encontrados unicamente nas doenças de Alzheimer, já que também estão presentes na síndrome de Down, na demência pugilística, complexo da doença de Parkinson - demência de Guam, doença de Hallervorden-Apatz, e cérebro de pessoas idosas normais. Os emaranhados neurofibrilares são encontrados comumente no córtex, hipocampo, substância negra e lócusceruleus (BLAKE, 1998).

As placas senis, também chamadas de placas amilóides, são muito mais indicativas de doenças de Alzheimer, embora também estejam presentes na síndrome de Down e, até certo ponto, no envelhecimento normal. As placas senis são compostas de uma determinada proteína, Beta/A4 e astrócitos, processos neuronais distróficos e microglia. O número e densidade das placas senis presentes em cérebro post-mortem têm sido correlacionados com a gravidade da doença (BLAKE, 1998).

O gene para a proteína precursora de amilóide encontra-se no braço longo do cromossomo 21. Através do processo de divisão diferencial, existem, na verdade, quatro formas de proteína precursora do amilóide. Na síndrome de Down (trissomia 21), existem três cópias do gene da proteína precursora do amilóide, e em uma doença na qual existe uma mutação no códon 717 do gene da proteína precursora da amilóide, um processo patológico resulta no depósito excessivo de proteína Beta/A4. A questão relativa a se o processamento anormal da proteína precursora de amilóide tem importância causal primária na doença de Alzheimer permanece sem resposta; contudo, muitos grupos de pesquisas estão estudando ativamente tanto o processamento metabólico normal da proteína precursora de amilóide quanto seu processamento em pacientes com demência do tipo Alzheimer em uma tentativa de responderem a esta questão (JONESJÚNIOR, 2006).

1.1.2  Anormalidades do neurotransmissor

Os neurotransmissores que mais implicam a fisiopatologia são a acetilcolina e a noradrenalina, que supostamente estão hipoativos na doença de Alzheimer. Diversos estudos relataram dados consistentes com a hipótese de que uma degeneração específica dos neurônios colinérgicos está presentes no núcleo basal de Meynert em pacientes com doenças de Alzheimer. Outros dados apoiando o déficit colinérgico na doença de Alzheimer dizem respeito a diminuições na acetilcolina e das concentrações de colina acetiltransferase no cérebro. A colina acetiltransferase é a enzima principal para a síntese de acetilcolina, e uma redução nas concentrações de colina acetiltransferase sugere uma diminuição no número de neurônios colinérgicos presentes. Um apoio adicional para a hipótese do déficit colinérgico vem da observação de que os antagonistas colinérgicos, como a escopolamina e a atropina, prejudicam as capacidades cognitivas, enquanto os agonistas colinérgicos, como fisostigmina e arecolina, aumentam as capacidades cognitivas. A diminuição na atividade de noradrenalina na doença de Alzheimer é sugerida pela diminuição dos neurônios contendo noradrenalina no lócus ceruleus, descoberta em alguns exames patológicos de cérebros de pacientes com doença de Alzheimer. Dois outros neurotransmissores que implicam a fisiopatologia da doença de Alzheimer são dois peptídeos neuroativos, somatostatina e corticotropina, que estão diminuídos, conforme relatos, na doença de Alzheimer (JONESJÚNIOR, 2006).

1.1.3  Outras causas potenciais

Outras teorias etiológicas foram propostas para explicaram o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Uma delas é de que uma anormalidade na regulagem do metabolismo dos fosfolípides de membrana resultaria em membranas menos fluidas – isto é, mais rígidas – do que o normal. Diversos investigadores estão usando a imagem espectroscópica por ressonância molecular para a avaliação desta hipótese diretamente em pacientes com doença de Alzheimer. A toxicidade por alumínio tem sido aventada como fator etiológico, já que altos níveis de alumínio têm sido encontrados nos cérebros de alguns pacientes com doenças de Alzheimer.

Um gene (E4) implica a etiologia da doença de Alzheimer. As pessoas com uma cópia do gene tinham a doença de Alzheimer com uma freqüência três vezes maior do que aquelas sem o gene E4. As pessoas com dois genes E4 tinham a doença com uma oito vezes maior do que as pessoas sem o gene E4 (JONESJÚNIOR, 2006).

1.1.4  Diagnóstico da doença de Alzheimer

Os instrumentos de rastreio que identificam casos leves de demência têm sido importante objeto de estudo. Pesquisadores sugerem que a combinação de uma escala funcional, que avalia atividades da vida diária e um teste cognitivo (por exemplo, o Mini-Exame do Estado Metal - MEEM) seria complementar em indivíduos com suspeita de síndrome demencial e, como consequência, aumentariam a sensibilidade e especificidade para rastrear a doença em uma população não homogênea como a nossa, do ponto de vista cultural e socioeconômico (MACKINNON E MULLIGAN, 1998).

Entre os testes cognitivos mais comumente utilizados no manejo clínico de pacientes com demência, pode-se citar o MEEM, o Teste Cognitivo de Cambridge (CAMCOG), a Escala de Blessed para demência, e a Escala para Avaliação da Doença de Alzheimer (ADAS-COG). Todos esses instrumentos sofrem considerável influência do grau de escolaridade e habilidades prévias dos pacientes, devendo ser validados para cada contexto sociocultural. Ainda, esses instrumentos requerem alguma preservação das capacidades sensório-motoras e de linguagem, bem como o contato direto entre o paciente o profissional que as aplica (ABREU et al., 2005).

Segundo Brucki et al. (2003), o instrumento mais utilizado na prática clínica para avaliação cognitiva das demências é o mini exame do estado mental (minimental), devido sua fácil aplicabilidade, além de ser de rápida aplicação. Este teste auxilia na investigação de várias funções cognitivas, como cálculo, orientação (temporal e espacial), linguagem (compreensão, nomeação e repetição), memória (registro e evocação), e praxia, habilidade visuoespacial. O mini exame não possibilita a discriminação das várias formas de demência, todavia seu objetivo é estabelecer, através de um escore, exatamente o nível de funcionamento cognitivo do paciente. Isso contribui para o acompanhamento temporal do paciente, ou seja, de forma longitudinal, auxiliando nas tomadas de decisão em relação à conduta com este paciente.

Outras baterias neuropsicológicas para a avaliação dos pacientes com Doença de Alzheimer incluem: Alzheimer’s Disease Assessment Scale-Cognitive Subscale (ADAS-Cog), Mattis Dementia Rating Scale, Consortium to Establish a Registry for Alzheimer’s Disease (CERAD). Essas baterias compreendem os domínios mais significantemente afetados no curso da Doença de Alzheimer, como orientação, memória, atenção, funções executivas e habilidades visuoespaciais. Do ponto de vista clínico, a Doença de Alzheimer pode ser heterogênea, sendo assim, outros domínios clínicos podem estar afetados, o que exige o emprego de testes direcionado a função a ser avaliada(WELSH-BOHMER; ATTIX, 2007).

A avaliação de pacientes com suspeita desta deve incluir exames para verificar as comorbidades, a cognição, o desempenho das atividades de vida diária (AVDs), desordens do comportamento e do humor, como também, o exame de neuroimagem. A avaliação cognitiva deve ser precedida de uma entrevista detalhada realizada com paciente juntamente com um (a) informante, o que deve acontecer separadamente, já que o declínio cognitivo na Doença de Alzheimer é heterogêneo. Dessa maneira, uma avaliação pode ser se tornar complexa, mas a avaliação qualitativa por meio de entrevista detalhada e instrumentos específicos e apropriados irão trazer resultados significativos.

O MEEM é o teste de rastreio e triagem, simples, de aplicação rápida e autoexplicativa. Determina a extensão da avaliação cognitiva subsequente à sua aplicação em sujeitos com demência moderada e severa. É composto por diversas questões, caracteristicamente agrupadas em sete categorias, cada uma com a finalidade de avaliar funções cognitivas específicas como orientação, retenção ou registro de dados, atenção e cálculo, memória e linguagem. O escore do MEEM pode variar de um mínimo de zero a 30 pontos (ABREU et al., 2005).

No Brasil, O MEEM foi traduzido e adaptado por Bertolucci et al. (1994), que demonstrou a importância da escolaridade no escore total do teste, aplicando-o em 530 indivíduos, classificados segundo suas idades e escolaridades e estipulou valores de corte para cada grupo, evitando-se assim erros diagnósticos, tomando como referência o percentual 5% da porção inferior da curva de distribuição de valores dos escores. Os pontos de corte para o MEEM segundo o nível de escolaridade no Brasil são: 13 pontos para analfabetos, 18 para escolaridade média (até 8 anos de instrução formal) e 26 para indivíduos de alta escolaridade (mais de 8 anos) (ABREU et al., 2005).

Para Lanfranco et al. (2012), além dos dados obtidos por entrevista clínica, história e exame neurológico, entrevistas estruturadas são destinadas a recolher dados específicos sobre as funções mentais envolvidos na doença, como o Exame do Estado Mental em Neurologia e Exame do Estado Mental Psiquiátrica. Na exploração geral de curto prazo podem ser usados testes neuropsicológicos específicos para Doença de Alzheimer, padronizando e avaliando múltiplas funções: Escala de Alzheimer Avaliação de Doenças (ADAS), Cambridge Índice de Transtorno Mental em Idosos (CAMDEX), Escala Hierárquica Demência (HDR) e Montreal Cognitive Assessment (MoCA), entre outro. Avalia-se o reconhecimento, a memória, a práxis decadência intensidade construtiva, língua, gnose, comportamento motor, sinais frontais, e outros.

Abreu et al. (2005) indica que o MEEM classifica corretamente 86,8% dos pacientes e afirma que a combinação de um teste cognitivo, como MEEM, e uma escala funcional (IQ-CODE e B-ADL) proporcionam maior precisão diagnóstica, sem aumentar substancialmente o tempo de avaliação.

O IQ-CODE avalia cognição entrevistando cuidador ou alguém que tenha contato próximo ao paciente. São 26 questões que avaliam o desempenho atual em diferentes situações da vida diária comparando com o desempenho anteriormente observado ao longo de um continuum de dez anos. A pontuação é feita segundo a impressão de desempenho "muito melhor", "melhor", "sem mudanças significativas", "pior" ou "muito pior", com escores, respectivamente, de 1, 2, 3, 4 ou 5. Os escores brutos variam entre 26 e 130, sendo que a média aritmética desse escore pelo número de questões respondidas dá origem a um escore, que pode ser comparado com pontos de corte previamente estabelecidos (BUSTAMANTE et al., 2003). Sua validade reflete um declínio cognitivo prévio, prevê quadros demenciais e se correlaciona com vários testes cognitivos; não sofre influência de escolaridade.

A B-ADL avalia desempenho atual do paciente em atividades da vida diária. O cuidador ou alguém próximo ao paciente deve responder a 25 questões em uma escala que varia entre 1 e 10. Existe a possibilidade "não sabe" e "não se aplica", quando não se tem a informação ou quando a dificuldade se relaciona a outro transtorno não-cognitivo, respectivamente (ABREU et al., 2005).

Segundo Loewenstein (1995), os familiares fornecem respostas mais acuradas no que tange a capacidade funcional do paciente, mas podem sub ou superestimá-la, de acordo com sua percepção do problema, o grau de estresse e sobrecarga, ou até mesmo suas características de personalidade e capacidade cognitiva.

Existem também testes denominados “ecológicos”, que se aproximam de situações cotidianas do paciente. Como exemplos, o teste de memória lógica de Wechsler, que avalia memória verbal e visual, retenção, evocação média e tardia, e o teste comportamental de Rivermead, que enfatiza tarefas com relevância prática, simulando situações rotineiras, como lembrar nome e sobrenome de pessoas apresentadas por fotografia, lembrança de pontos principais de uma estória, reconhecimento de objetos entre outros distratores e de faces de pessoas. Tais testes têm a importância de simular o dia-a-dia do paciente, e são menos influenciados por viés cultural (ABREU et al., 2005).

As baterias neuropsicológicas constituem-se em sequências de testes que avaliam comportamento e cognição. Podem ser padronizadas (compostas pelos mesmos testes) ou flexíveis (compostas por testes agrupados de acordo com a necessidade). São importantes para elaboração de planos de reabilitação, políticas de prevenção de saúde mental (MALLOY-DINIZ; CARVALHO, 2001). Além disso, facilitam o estabelecimento de perfil cognitivo basal antes, durante e depois de tratamentos, bem como colaboram para o diagnóstico diferencial em condições que envolvam prejuízo cognitivo.

A bateria CERAD (MORRIS et al., 1993) inclui avaliação da memória (fixação, evocação e reconhecimento), linguagem (nomeação e fluência verbal), praxia (cópia de desenhos geométricos), função executiva (teste das trilhas), além de um teste geral (MEEM). Algumas vantagens da bateria CERAD, em relação a outros instrumentos de rastreio são: a possibilidade de comparar resultados entre diferentes grupos e estudos, a alta concordância dos resultados entre os clínicos e a melhor sensibilidade para a detecção de quadros demenciais em quadros iniciais.

Nitrini et al. (2005) apontam que no diagnóstico da Doença de Alzheimer (Doença de Alzheimer) podem ser usados como instrumentos para diagnóstico da doença: exames laboratoriais e análise do líquido cefalorraqueano (LCR). Acrescentam que diversos consensos e diretrizes sobre o papel dos exames laboratoriais no diagnóstico de demências foram publicados nos últimos anos, os exames de sangue que são pedidos referem-se a hemograma completo, concentrações séricas de ureia, creatinina, tiroxina (T4) livre, hormônio tireo-estimulante (TSH), Albumina, enzimas hepáticas (TGO, TGP, gama GT, Vitamina B12 e cálcio, Reações sorológicas para sífilis e, em pacientes com idade inferior a sessenta anos, sorologia para HIV). O exame do Líquido cefalorraquiano pode ser útil na identificação de causas especificas de demências, especialmente infecções do sistema nervoso central.

Nitrini et al. (2005) e descrevem ainda que para diagnóstico da Doença de Alzheimer, são utilizados critérios do NINCDS-ADRDA (National Institute of Neurological Comunicative Disorders and Stroke –Alzheimer’s Disease and Related Disorders). Os Critérios recomendados pelo NINCDS-ADRDA estabelecem que o diagnóstico da demência deva basear-se pelo exame clínico, documentado pelo Mini Exame do Estado Mental ou exames similares e confirmada a avaliação neuropsicológica, havendo a necessidade de déficit progressivo de memória e de pelo menos outra função cognitiva.

Engelhart et al. (2001) apontam que instrumentos para o diagnóstico da doença caracterizam-se pela utilização do (DSM-IV, NINCDS-ADRDA), exames laboratoriais e de neuroimagem o que possibilita o diagnóstico mais próximo, tendo como recursos para reforçar o diagnóstico da Doença de Alzheimer os exames de neuroimagem estrutural como, por exemplo, volumetria do hipocampo e os de neuroimagem funcional como a espectroscopia por ressonância magnética.

Nitrini et al. (2005) apresentam os exames de neuroimagem, como por exemplo, a tomografia computadorizada, onde é possível visualizar a atrofia da formação hipocampal, especificamente do córtex entorrinal, onde se tem observado as alterações neuropatológicas mais precoces da doença. Outra técnica também utilizada para o diagnóstico, mas que não é utilizada rotineiramente, e é o espectrosocopia por ressonância magnética como citado acima por Engelhart et al. (2001), porém Nitrini et al. (2005) explicam que essa é uma técnica de subtração de imagem e que estudos metabólicos tem mostrado uma diminuição da concentração de N-acetilaspartato (NAA)  e o aumento da mio-inositol (MI) na formação hipocampal.

Todos esses instrumentos são de grande valia para que se faça um diagnóstico preciso da doença.

1.1.5  Tratamento

A demência do tipo Alzheimer não possuía uma prevenção ou cura conhecidas. O tratamento é paliativo, consistindo de nutrição adequada, exercícios e supervisão das atividades diárias. Os medicamentos podem ser úteis para o manejo da agitação e perturbações comportamentais. Há relatos de que propranolol, pincolol, buspirona e valproato ajudam a reduzir a agitação e a agressão. O haloperidol e outros agentes de bloqueio dopamínico de alta potência podem ser usados para o controle de perturbações comportamentais agudas. Um subgrupo de pacientes com demência do tipo Alzheimer apresenta melhora nas mediações cognitivas e funcionais, quando tratado com cloridrato de tacrina, um potente inibidor centralmente ativo e reversível da acetilcolinesterase (SMALL, 1997).

O mercado brasileiro dispõe atualmente, licenciados pela ANVISA, quatro medicamentos com essas características: tacrina, rivastigmina, donepezil e galantamina. A tacrina foi o primeiro inibidor das colinesterases (IChE) aprovado para tratamento da Doença de Alzheimer. Apesar de sua eficácia, apenas percentual baixo dos pacientes foi capaz de tolerar doses elevadas mais eficazes, devido, sobretudo a hepatotoxicidade. É um inibidor reversível da acetilcolinesterase (AChE) e da butirilcolinesterase (BChE), de meia vida curta (2-4 hs). A dose inicial é 10 mg 4 vezes/dia, escalonado até 40 mg 4 vezes/ dia, conforme a tolerância. Os novos IChEs tornaram sua prescrição atualmente muito restrita(ENGELHARDT et al., 2005).

Os IChEs de segunda geração, donepezil, rivastigmina e galantamina, são atualmente os mais utilizados no tratamento da Doença de Alzheimer, estágios leve a moderado. Os trabalhos iniciais controlados demonstraram diferença fármaco-placebo significativa, conforme avaliação através de instrumentos padrão cognitivos e funcionais, com maior eficácia com as doses mais elevadas, embora com ônus de efeitos adversos mais frequentes (ENGELHARDT et al., 2005).

O donepezil é um inibidor reversível e seletivo da acetilcolinesterase (AChE), com meia-vida de aproximadamente 70 horas. O tratamento é iniciado com 5 mg/dia, aumentando-se a dose para 10 mg/dia na dependência de tolerabilidade. Utiliza o sistema citocromo P450, de modo que seu uso simultâneo com outros fármacos que partilham do mesmo sistema enzimático deve ser feito com cautela (ENGELHARDT et al., 2005).

A rivastigmina é um inibidor pseudo-irreversível da acetilcolinesterase (AChE) e da butirilcolinesterase (BChE). A inibição simultânea da BChE, aumentada nos pacientes em fases mais avançadas da doença, é um fator que pode eventualmente prolongar o benefício do tratamento. A meia vida é 1-2 horas, porém apresenta uma atividade prolongada (8-10 hs). O tratamento deve ser iniciado com 1,5 mg 2 vezes/dia, com escalonamento da dose até 6 mg 2 vezes ao dia. A eliminação é principalmente renal e não envolve o sistema citocromo P450, não ocorrendo praticamente interações medicamentosas (ENGELHARDT et al., 2005).

A galantamina é um inibidor reversível da acetilcolinesterase (AChE) e apresenta adicionalmente ação de modulação alostérica de receptores nicotínicos (‘ligante potenciador alostérico’). Embora não esteja estabelecida com clareza a significação clínica dessa modulação, existe relação entre cognição e receptores nicotínicos. Tem meia vida de aproximadamente 7 horas, podendo ser administrada em duas doses diárias. A dose inicial é 4 mg 2 vezes/dia, escalonada para até 12 mg 2 vezes/dia. Utiliza o sistema do citocromo P450 hepático na sua metabolização, o que suscita cuidados em relação à interação com alguns fármacos (ENGELHARDT et al., 2005).


2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O estudo objetiva relacionar os aspectos neuropsicológicos da Doença de Alzheimer, através de uma revisão da literatura. Para tanto, os objetivos específicos traçados foram:

 

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) apresentar a demência do tipo de Alzheimer;

b) apresentar seus aspectos neuropsicológicos em suas diferentes fases;

c) apresentar reabilitação cognitiva da Doença de Alzheimer.

 

 

3 MATERIAL E MÉTODO

A proposta de pesquisa que ora se apresenta, trata de um estudo do tipo bibliográfico, exploratório e retrospectivo, com análise sistematizada e quantitativa. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.

Após a definição do tema foi feita uma busca na Biblioteca Virtual de Saúde, que contém bases de dados como LILAC’s, SCIELO, BIREME, MEDLINE e outras. Foram utilizados os descritores: Alzheimer, Psicologia, Neuropsicologia, demência e aspectos neuropsicológicos.

Na base de dados da LILAC’s, utilizando os descritores Demência e Neuropsicologia, foram encontrados 52 artigos, dos quais foram selecionados 11 artigos que estavam de acordo com o tema do trabalho e os quais tinham texto completo disponível.

Na base de dados MEDLINE, utilizando os descritores Alzheimer e Aspectos Neuropsicológicos, foram encontrados 1835 artigos, dos quais foram encontrados 55 artigos com o tema do trabalho, sendo que destes 55 artigos, apenas 14 foram selecionados para o presente estudo, por estarem com o texto completo disponível.

Na base de dados do SCIELO, utilizando o descritor Reabilitação, foram encontrados 5 artigos, todos selecionados por estarem com texto completo disponível. Dessa forma, fazem parte desse estudo, 30 artigos no total.

O passo seguinte foi uma leitura exploratória das publicações apresentadas no Sistema Latino-Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde - LILACS, National Library of Medicine – MEDLINE e SCIELO, no período de 1988 a janeiro de 2013, caracterizando assim o estudo retrospectivo, em todos os idiomas.

Realizou-se uma leitura exploratória, que tem o objetivo de verificar em que medida a obra consultada interessa à pesquisa. Logo após, foi feita uma leitura seletiva, para determinar o material que de fato interessava, seguida de uma leitura analítica dos textos selecionados, que teve como finalidade ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes, de forma que estas possibilitassem a obtenção de respostas ao problema da pesquisa. E por fim, uma leitura interpretativa onde se relacionou o que o autor afirma com o problema para qual se propõe uma solução. Feita a leitura interpretativa, iniciou-se a tomada de apontamentos, que se referiram a anotações que consideravam o problema de pesquisa, ressalvando as idéias principais e dados mais importantes.

A seguir, os dados apresentados foram submetidos à análise de conteúdo. Posteriormente, os resultados foram discutidos com o suporte de outros estudos provenientes de revistas científicas e livros, para a construção do artigo e publicação do trabalho no formato ABNT.

 

 

4.  RESULTADOS e DISCUSSÃO

Apresentam-se os artigos encontrados para composição da revisão bibliográfica, conforme os descritores utilizados.

4.1  ALZHEIMER E ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICOS

Bottino et al. (2002) apresentar resultados preliminares do 'tratamento combinado' (inibidor da acetilcolinesterase + treinamento cognitivo), em um grupo de seis pacientes com doença de Alzheimer (Doença de Alzheimer) leve, acompanhados por 7 meses, de acordo com critérios diagnósticos da CID-10 e NINCDS-ADRDA, foram submetidos a ensaio clínico aberto com Rivastigmina, 6-12 mg/dia, por 2 meses, seguido por grupo de reabilitação cognitiva semanal, por 5 meses. Os familiares/cuidadores foram atendidos em grupo semanal de suporte e aconselhamento, por 5 meses. Como resultado, ao final do acompanhamento, houve: estabilização ou discreta melhora dos déficits cognitivos e das atividades de vida diária dos pacientes; estabilização ou redução dos níveis de depressão e ansiedade nos pacientes e familiares. Os autores concluem que o 'tratamento combinado' pode auxiliar na estabilização ou resultar em leve melhora dos déficits cognitivos e funcionais de pacientes com Doença de Alzheimer leve. As intervenções de suporte e aconselhamento podem reduzir o nível de sintomas psiquiátricos de seus familiares.

Samara (2005) investigou a habilidade discursivo-narrativa e seus correlatos neuropsicológicos em pacientes com Doença de Alzheimer e com a variante frontal da DFT de 47 sujeitos, divididos em quatro grupos: (1) pacientes com Doença de Alzheimer; (2) pacientes com DFT; (3) pacientes com lesão cerebral restrita aos lobos frontais, e (4) sujeitos-controle não neurológicos. Todos realizaram avaliação neuropsicológica (incluindo o Teste de Vigilância de Strub & Black, subtestes da Escala de Inteligência para Adultos e da Bateria de Memória de Wechsler, Teste de Fluência Verbal, Teste de Nomeação de Boston, Teste de Token, Wisconsin Card Sorting Test, Teste de Stroop, Teste de Organização Visual de Hooper, e Teste de Lista de Palavras) e avaliação discursiva propondo duas tarefas de geração de história: narração baseada em figuras temáticas (seriadas e únicas) e narração espontânea. As produções foram transcritas e quantificadas de acordo com três níveis de análise; microestrutural (organização superficial da narrativa), macroestrutural (organização lógica da narrativa) e pragmática (relacionada à situação comunicativa). A avaliação cognitiva mostrou diferença significativa entre os grupos nos testes de atenção, funções visuoespaciais, memória, linguagem, juízo e raciocínio abstrato, funções executivas e nível intelectual global. Na avaliação discursiva, a diferença significativa entre os grupos apareceu nos três níveis de analise realizados. A habilidade discursiva correlacionou-se significativamente com testes de linguagem, funções visuoespaciais, memória, funções executivas e nível intelectual. Os resultados encontrados pela autora sugeriram um prejuízo narrativo maior na DFT que na Doença de Alzheimer. Quando comparadas as produções dos sujeitos normais, as narrativas dos sujeitos com DFT estavam prejudicadas nos níveis léxico, semântico, sintático e, sobretudo, macro estrutural, enquanto que na Doença de Alzheimer, as dificuldades semânticas e macroestruturais encontradas, pareceram ser secundarias a alterações percepto-visuais e practognósticas. A redução no nível de complexidade estrutural apresentada pelo grupo DFT sugere uma alteração na dimensão cognitiva da narrativa, que coloca limites a sua expressão linguística.

Dourado et al. (2005) avaliaram a presença e o grau de consciência da doença na doença de Alzheimer (Doença de Alzheimer) em estágio leve e moderado em 42 pacientes com Doença de Alzheimer leve/moderada, avaliados em corte transversal através da Escala de Avaliação do Impacto Psicossocial do Diagnóstico de Demência (APSID), Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) e Estadiamento Clínico das Demências (CDR). Os resultados evidenciaram que no estágio leve (n=18), 66,7% dos pacientes perceberam os sintomas cognitivos e os prejuízos causados na vida cotidiana. No estágio moderado (n=24), 20,8% tinham consciência da doença preservada; em 45,8% observou-se somente a noção sobre a presença de sintomas cognitivos; ausência total de consciência da doença foi encontrada em 33,3%. Os dados encontrados indicam a associação entre consciência e evolução clínica da doença. Pacientes com CDR 1 reconhecem melhor os sintomas cognitivos e dificuldades de atividade de vida diária. A maioria dos pacientes com CDR 2 reconhece seus sintomas, mas não percebe a gravidade e as consequências nas atividades de vida diária.

Balthazar et al. (2007) estudaram a memória léxico-semântica no comprometimento cognitivo leve amnéstico (aCCL), doença de Alzheimer (Doença de Alzheimer) leve e controles normais, em 15 pacientes com Doença de Alzheimer leve, 15 com aCCL e 15 controles normais, usando os critérios DSM-IV, NINCDS-ADRDA e CDR 1 para Doença de Alzheimer, e os do International Working Group on Mild Cognitive Impairment, e CDR 0,5 para aCCL. Todos os sujeitos passaram por testes de memória semântica (Teste de nomeação de Boston - TNB, item de Similaridades do CAMCOG), teste de aprendizado auditivo-verbal de Rey (TAAVR), Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), testes neuropsicológicos (contraprovas) e Escala Cornell para Depressão em Demência. Os resultados mostraram que os pacientes com aCCL foram semelhantes aos controles no TNB e Similaridades, mas inferiores no MEEM e TAAVR. Pacientes com Doença de Alzheimer leve tiveram desempenho inferior à de sujeitos com aCCL e controles em todos os testes e concluíram que o aCCL prejudica a memória episódica, mas tende a poupar o sistema léxico-semântico, que pode estar afetado na fase inicial da Doença de Alzheimer.

Martins e Damasceno (2008) estudaram a memória prospectiva e retrospectiva em 20 pacientes com Doença de Alzheimer leve e 20 sujeitos controles normais pareados. O diagnóstico de Doença de Alzheimer baseou-se nos critérios DSM-IV e NINCDS-ADRDA, usando CDR 1 e escores do Mini-Exame Mental de 16 a 24 para Doença de Alzheimer leve. Todos os sujeitos foram submetidos a testes de memória retrospectiva (Teste de Rey para Aprendizado Auditivo-Verbal) e prospectiva (os testes da consulta e do pertence da Bateria Comportamental de Memória do Rivermead; e dois testes desenvolvidos para este estudo: o teste do relógio e o dos animais), bem como a testes cognitivos controles e Escala Cornell de Depressão em Demência. A análise dos dados usou o teste de Wilcoxon e o coeficiente de correlação de Spearman. Os resultados mostraram que os pacientes com Doença de Alzheimer foram inferiores aos controles nos testes de memória prospectiva e retrospectiva, em maior grau nesta última, sem que seu desempenho tenha se correlacionado com déficit de atenção, percepção ou função executiva. Concluíram que a memória prospectiva e, em maior grau, a memória retrospectiva estão primariamente e independentemente alteradas na Doença de Alzheimer leve.

Bondi et al. (2008) realizaram uma revisão para fornecer uma visão geral das alterações neuropsicológicas no período prodrômico, ou seja, período indicativo existente alguns anos antes do aparecimento de significativos declínios cognitivos e funcionais necessárias para o diagnóstico clínico de uma patologia clínica, examinando, particularmente, domínios específicos da cognição que parecem ser negativamente afetados durante o período prodrômico de AD, realizando também uma revisão mais recentes estratégias analíticas, concebidos para examinar as assimetrias cognitivas ou discrepâncias entre funções de ordem superior cognitivas contra habilidades fundamentais. Os autores fornecem uma análise crítica do conceito de comprometimento cognitivo e ofertam de um maior enfoque sobre o impacto da doença cerebrovascular (DCV) e risco de DCV durante o período prodrômico de AD e concluem que uma grande quantidade de provas demonstra um período prodrômico de doença de Alzheimer (AD), caracterizado por um número de diferentes variações neuropsicológicas e do cérebro, e identificação fiável dos indivíduos antes do desenvolvimento de sintomas clínicos significativos continua a ser uma prioridade de pesquisa.

Bueno et al. (2008) realizaram a comparação do desempenho de pacientes com doença de Alzheimer (Alzheimer Leve e Alzheimer moderado) ao de idosos sadios na recordação livre de listas de 15 palavras, utilizando quatro diferentes conjuntos de listas que continham ou não palavras relacionadas nas posições intermediárias, palavras repetidas, ou ainda palavras repetidas e semanticamente relacionadas. Os resultados mostraram que o terceiro pico usual na recordação das palavras semanticamente relacionadas não foi observado em pacientes com Alzheimer moderado; a repetição não aumentou a recordação dos pacientes; a combinação de relacionamento e repetição beneficiou apenas pacientes com Alzheimer leve. Em outro experimento, com palavras intermediárias relacionadas ou não, e em que a extensão das listas foi reduzida para 9 palavras, observou-se facilitação semântica em pacientes com Alzheimer Leve e Alzheimer moderado. Os autores concluíram que a progressão da demência diminui a eficácia de fatores facilitadores da recordação.

Tascone et al. (2008) apresentaram características demográficas, escores médios de testes e escalas aplicadas aos pacientes com demência e discutiram a relação dos escores dos testes com os diagnósticos clínicos e a gravidade da demência em 113 pacientes diagnosticados segundo os critérios para demência do DSM-IV, avaliados com história clínica, exame físico, exames complementares e aplicação de testes cognitivos, funcionais e neuropsiquiátricos. Os resultados evidenciaram que a idade média foi 74,0 anos. A doença de Alzheimer foi diagnosticada em 62,8% dos casos, Doença de Alzheimer e demência vascular em 8,8%, outras demências em 14,2%, e comprometimento cognitivo leve em 2,7%, Ao menos um sintoma neuropsiquiátrico foi diagnosticado em 96,9% da amostra. Houve diferenças significativas nos escores dos testes cognitivos e escalas funcionais entre os grupos classificados segundo a gravidade de demência. Concluíram que os sintomas neuropsiquiátricos são muito comuns, mais frequentes em casos graves, e estes sintomas estão associados ao comprometimento funcional nos pacientes com demência.

Silva e Engelhardt (2009) revisaram medidas neuropsicológicas específicas, capazes de prognosticar competência para dirigir em indivíduos com demência. Para identificar testes neuropsicológicos que predizem habilidade para dirigir, os autores intersectaram as palavras-chave: demência, Alzheimer, dirigir, condutor, condutores, direção, testes, neuropsicológicos e avaliação nas bases Medline, Pubmed, ISI e Scielo, buscando artigos entre os anos 2000 e 2008. Dos 131 artigos encontrados, 27 deles apresentaram critérios de inclusão. Os testes: Labirinto de Porteus, Desenho do Relógio, Trilhas - parte B, 'UFOV' (Campo de Visão Útil) e 'NAB' (Bateria de Avaliação Neuropsicológica) demonstraram-se como as mais relevantes medidas neuropsicológicas que avaliam aptidão para dirigir. Concluíram que os testes: Labirinto de Porteus, Desenho do Relógio, Trilhas - parte B, UFOV e NAB demandam atenção visuoespacial e/ ou função executiva. Estas e outras medidas de desempenho executivo e função visuoespacial possivelmente exercem importante papel na predição de competência para dirigir em idosos com demência.

Quental et al. (2009) avaliaram as alterações na função visuoespacial em 37 pacientes com Doença de Alzheimer de intensidade leve com a VOSP, verificando a sensibilidade deste teste na amostra selecionada. Foram avaliados 20 pacientes (11 do sexo feminino) com idade média de 74,45 (DP 5,98) anos e 8,40 (DP 4,98) anos de escolaridade, com Doença de Alzheimer leve provável, de acordo com os critérios do Instituto Nacional de Distúrbios da Comunicação e do Curso - Doenças e Desordens Relacionadas Associação de Alzheimer (NINCDS-ADRDA) recomendado pela Academia brasileira de Neurologia. Estes pacientes foram recrutados em unidades ambulatoriais cognitivos no Hospital São Paulo e Hospital Santa Marcelina. O grupo controle foi composto por 17 indivíduos saudáveis (9 mulheres), com idade média de 68,24 (9,78) anos e 12,06 (3,90) anos de escolaridade. Em ambos os grupos, os indivíduos tinham que ter mais de um ano de escolaridade, ter mais de 50 anos de idade, e não terem déficit visual não corrigido ou doenças sistêmicas não controladas. O grupo Doença de Alzheimer incluiu pacientes que estavam em uso de uma dose estável de inibidores de antidepressivos e / ou colinesterase por pelo menos dois meses. A doença de Alzheimer (Doença de Alzheimer) é a causa mais frequente de demência, atingindo 55% dos casos. Os pacientes com Doença de Alzheimer gradativamente perdem a capacidade funcional, apresentando comprometimento na atenção, na linguagem, na orientação temporal e espacial, uso de objetos, no humor, na socialização, na função visuoespacial. A função visuoespacial diz respeito à identificação de um estímulo e a sua localização. O paciente com Doença de Alzheimer pode apresentar perdas da habilidade visuoespacial no início da doença, contudo no curso do quadro clínico esta função deve apresentar-se bastante comprometida. Os controles obtiveram melhores resultados em todos os testes neuropsicológicos, com exceção dos Blocos de Corsi e no teste de cancelamento - erros. Nos subtestes da VOSP os pacientes com Doença de Alzheimer mostraram uma significativa diferença em todos os subtestes de percepção de objeto e em dois de percepção de lugar (Localização de Número e Análise de Cubo). Os autores concluíram que pacientes com Doença de Alzheimer leve mostraram ter a função visuoespacial comprometida em alguns aspectos. Os subtestes da VOSP mostraram-se sensíveis a esses déficits na fase leve da doença.

Zanini (2010) realizou uma revisão da literatura sobre os aspectos neuropsicológicos do idoso e sua avaliação neuropsicológica, especialmente relacionados às demências, sugerindo procedimentos úteis no atendimento deste paciente. O envelhecimento revela mudanças no indivíduo (em seus aspectos psicológicos, sociais, físicos e neuropsicológicos) e no ambiente que o cerca. Tendo alta incidência no idoso, a depressão e as demências, podem trazer déficits de cognição, de memória, linguagem, funções executivas, além de gnosias e praxias, interferindo na autonomia, no desempenho social ou profissional do indivíduo. Assim, nota-se a importância de estudos sobre este tema. A autora conclui que a avaliação neuropsicológica é indicada, principalmente na identificação de declínio cognitivo no idoso, na avaliação dos prejuízos de áreas cerebrais em alterações neurológicas, no diagnóstico diferencial de síndrome psicológica/psiquiátrica e neurológica; norteando uma intervenção reabilitadora.

Abrisqueta et al. (2011) realizaram um projeto de estudo sobre o processamento de estímulos visuais com conteúdo emocional em pacientes com demência do tipo Alzheimer, avaliando 14 pacientes com provável demência de Alzheimer e 14 sujeitos controles pareados de acordo com a idade e anos de escolaridade, usando 16 figuras-alvo com diferentes conteúdos emocionais (paisagens, pessoas mutiladas, figuras com crianças, figuras de sexo e figuras geométricas, entre outras); imediatamente após a apresentação das figuras foi dada uma tarefa distratora de 30 minutos, e em seguida foi feito o reconhecimento das figuras-alvo dispersas entre outras 34; de cada figura-alvo reconhecida foi solicitada a identificação e classificação como agradável, desagradável ou indiferente. O reconhecimento dos sujeitos normais foi melhor em figuras classificadas como agradáveis ou desagradáveis, enquanto os pacientes com Alzheimer não se beneficiaram do significado emocional atribuído por eles mesmos às figuras. Os autores concluíram que a capacidade de atribuir conteúdo afetivo aos estímulos ainda está preservada nestes pacientes, mas a memória emocional parece estar prejudicada.

Fonseca et al. (2011) avaliaram as relações entre aspectos cognitivos específicos e medidas quantitativas do EEG em pacientes com doença de Alzheimer (Doença de Alzheimer) leve e moderado, sendo 38 pacientes com Doença de Alzheimer e 31 controles avaliados com a bateria neuropsicológica CERAD (Consortium to Establish a Registry for AD) e o eletroencefalograma. Foram realizadas medidas de potência absoluta e coerência do EEG, durante repouso, e avaliadas suas relações com variáveis do CERAD. Os resultados encontrados pelos autores revelaram que no grupo Doença de Alzheimer houve correlações significativas entre diferentes medidas de coerência e o mini exame do estado mental, fluência verbal, teste de nomeação de Boston modificado, memória de lista de palavras com repetição, recordação e reconhecimento de lista de palavras e praxia construtiva (p<0,01). Essas correlações foram negativas para as faixas delta e teta e positivas para alfa e beta. Concluíram que as medidas de coerência do EEG em repouso refletem diferentes formas de organização nas relações entre regiões, relacionadas a várias disfunções cognitivas.

Stella et al. (2011) analisaram os efeitos da intervenção motora sobre os sintomas neuropsiquiátricos da doença de Alzheimer e na carga dos cuidadores, realizada em pacientes da comunidade a partir de dois centros universitários especializados em exercícios físicos para os idosos, cujos pacientes com doença de Alzheimer foram divididos em dois grupos: 16 receberam a intervenção do motor e 16 controles (cinco controles foram excluídos por causa de intercorrências clínicas), realizando exercícios aeróbicos (flexibilidade, força e agilidade) e exercícios de equilíbrio funcional foram realizados mais de seis meses por 60 minutos, três vezes por semana. As características psicopatológicas de pacientes foram avaliados com o Inventário Neuropsiquiátrico e Escala Cornell de Depressão em Demência. Cuidadores foram avaliados através do Inventário Neuropsiquiátrico Angústia e Burden Interview. Uma análise de duas vias de variância (ANOVA) foi aplicada para observar as interações (pré versus pós-intervenção; participantes versus controles). Os pacientes da intervenção apresentou uma redução significativa das condições neuropsiquiátricas quando comparados aos controles (Inventário Neuropsiquiátrico: F: 11,12, p = 0,01; Cornell Depression Scale: F: 11,97, p = 0,01). A carga e o estresse dos cuidadores responsáveis por pacientes que participaram da intervenção diminuiu significativamente quando comparados aos cuidadores responsáveis pelos controles (Neuropsychiatric Inventory Angústia: F: 9,37, p = 0,01; Burden Interview: F: 11,28, p = 0,01). Os autores concluíram que o exercício aeróbico foi associado com uma redução dos sintomas neuropsiquiátricos e contribuiu para atenuar a carga dos cuidadores. No entanto, os pesquisadores conheciam o estado clínico do paciente de intervenção, o que constitui uma limitação importante deste estudo.

4.2  DEMÊNCIA E NEUROPSICOLOGIA

Charcat et al. (2001) investigaram marcadores clínicos dos estágios iniciais da Doença de Alzheimer (Doença de Alzheimer) utilizando testes neuropsicológicos computadorizados, em 40 pacientes com diagnóstico clinicamente provável de Doença de Alzheimer (leves) e 73 idosos com envelhecimento normal. Os grupos foram pareados por sexo, idade e escolaridade. Os testes foram desenvolvidos com o programa MEL Professional e avaliaram memória episódica (ME), memória de curto-prazo (MCP) e tempo de reação de escolha (TRE). Em cada teste a porcentagem de acertos (PA) e a latência de resposta (LR) foram registrados. Ao comparar os grupos utilizando o teste t, o grupo Doença de Alzheimer apresentou PA significativamente menor que o grupo controle nos testes de ME e MCP e apresentou LR significativamente maior em todos os testes. A análise das curvas ROC mostrou que os testes ME, MCP e TRE foram sensíveis e específicos para discriminar os grupos e, portanto, foram os marcadores clínicos dos estágios iniciais da Doença de Alzheimer. Os autores concluíram que as principais características neuropsicológicas dos estágios iniciais da Doença de Alzheimer foram: a) tempo de reação aumentado indicando uma lentificação do processamento das informações pelo sistema nervosos central; b) comprometimento da memória episódica observado em todos os testes, mais acentuado para o teste de memória verbal, indicando um acometimento bilateral dos lobos temporais, com predomínio do hemisfério dominante (esquerdo); c) comprometimento da memória de curto-prazo que tem sido correlacionada com disfunção no lobo frontal. A associação da mensuração do tempo de reação e tipo de resposta nos testes de memória episódica proporcionaram uma análise mais refinada do desempenho dos pacientes com Doença de Alzheimer. Como a memória episódica encontrou-se muito comprometida (em alguns testes atingindo efeito "solo"), a mensuração do TR poderia ser um procedimento útil para monitorar a evolução da doença.

Allegri et al. (2001) estudaram o rendimento da memória de pacientes com DTA (n= 20) e com DFT (n= 20) comparando-o com um grupo de controles (n = 20). Os pacientes, emparelhados por idade e escolaridade, foram avaliados com uma bateria neuropsicológica exaustiva. Para a avaliação da memória, examinou-se a "queixa subjetiva" de perda de memória (memória subjetiva), a aprendizagem de uma lista de palavras (memória episódica) e o desempenho no teste de denominação de Boston (memória semântica). As pontuações de ambos os grupos de pacientes, na grande maioria das provas, foram significativamente inferiores às dos controles. Os pacientes com DTA mostraram uma deterioração global da memória episódica (tipo amnésia) e semântica com um alto nível de queixa subjetiva. Os sujeitos com DFT, por outro lado, apresentaram um déficit de memória importante na recuperação da informação, mas com melhores capacidades de registro da informação, apesar das dificuldades de reconhecimento do seu distúrbio. Os autores concluíram que o perfil mnemônico diferencial da demência frontotemporal com relação à enfermidade de Alzheimer permite afirmar que a presença de uma boa recuperação nas provas de memória, como a de reconhecimento, seria um dos traços cognitivos diferenciais. A partir dos presentes resultados, podemos concluir que os perfis mnemônicos em sujeitos com DTA e DFT com similar nível de compromisso cognitivo são diferentes. Assim, deveríamos supor que existe uma dicotomia entre as demências corticais de perfis mnemônicos cortical posterior na DTA e cortical anterior na DFT: a primeira é caracterizada por um comprometimento na armazenagem da informação e a segunda por um comprometimento apenas na etapa de recuperação.

Hamdan (2008) analisou a contribuição da avaliação neuropsicológica na identificação precoce da Doença de Alzheimer e afirma que o conceito clínico de Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) possibilita investigar empiricamente a fase de transição entre o envelhecimento saudável e a Doença de Alzheimer e estabelecer marcadores neuropsicológicos para sua identificação precoce. O autor afirma que o CCL é uma zona intermediária entre o envelhecimento normal e a Doença de Alzheimer, um estado transitório entre o envelhecimento cognitivo normal e a demência leve, na qual a pessoa apresenta perda de memória maior que a esperada para sua idade, e essa condição clínica não satisfaz os critérios para a Doença de Alzheimer provável, que utiliza os critérios diagnósticos: a) queixa de problemas de memória, preferencialmente, corroborada por um informante; b) declínio da memória, comparado à idade e educação; c) função cognitiva geral preservada; d) atividades da vida diária intactas; e) não preenche os critérios de demência. O autor afirma que existem algumas dificuldades no diagnóstico da CCL, como por exemplo, a grande variedade das manifestações clínicas e a divergência entre autores sobre os conceitos e critérios de classificação da CCL. O autor conclui que, apesar de os vários testes psicológicos auxiliares na avaliação neuropsicológicas, existem muitas divergências entre autores e a confiabilidade dos testes, sugerindo que são necessárias mais pesquisas no Brasil, onde há poucos trabalhos específicos sobre a avaliação neuropsicológica nas demências, em especial no CCL e na Doença de Alzheimer.

Barrera e Donolo (2009) realizaram uma investigação para conhecer as porcentagens de adultos que manifestam certa predisposição a padecer demência frontotemporal (DFT) ou demência tipo Alzheimer (DTA) pelo valor obtido no coeficiente VLOM (siglas em inglês dos subtestes de fluência verbal + linguagem / orientação + lembrança diferido) e se estes valores poderiam variar em função de gênero, idade anos de escolaridade e antecedentes de doença, com 649 sujeitos adultos da cidade de Río Cuarto, Córdoba, Argentina, com a aplicação do instrumento ACE (Addenbrooke’s Cognitive Examination) de Mathuranath et al. (2000) numa versão adaptada. Os autores realizaram análises Chi quadrado, diferenças de médias e Anova para conhecer se existem diferenças nos desempenhos no instrumento por grupos. Os resultados manifestam que não aparecem diferenças significativas por gênero, mas evidenciam certas tendências por idade, anos de escolaridade e antecedentes de doença.

Jak et al. (2009) revisaram os conceitos referentes ao comprometimento cognitivo leve (CCL), um transtorno amnésico que representa um estágio intermediário entre o envelhecimento normal e a demência de Alzheimer (Doença de Alzheimer), envolvendo conceituações mais amplas da CCL que englobam domínios cognitivos, além de memória, incluindo formas amnésicas e não-amnésicas, e que envolvem simples e múltiplos domínios cognitivos, em relação à apresentação neuropsicológico de indivíduos com CCL, o risco para a demência associada a diferentes subtipos de CCL, e substratos neuropatológicos ligados aos subtipos clínicos. O foco dos autores foi, principalmente, em achados de neuroimagem neuropsicológicos e estruturais específicos para subtipos clínicos de CCL, bem como a emissão de funcionamento diário, sobre o qual fizeram breve revisão. Os autores concluem que os resultados variáveis na literatura atual CCL ilustram claramente a importância da compreensão dos critérios de CCL utilizados para identificar comprometimento cognitivo, do uso da avaliação neuropsicológica abrangente ao diagnosticar subtipos CCL, apontando para a necessidade de uma maior exploração de subtipos CCL, particularmente não amnésicos. Afirmam que a Neuroimagem é uma promessa como uma técnica para entender melhor as diferenças entre os subtipos distintos CCL. Da mesma forma, apesar de técnicas de ressonância magnética funcional poder vir a ser um instrumento para a detecção precoce da doença de Alzheimer, a interpretação dos resultados atuais em CCL é complicado por causa das várias diferenças metodológicas entre os estudos. Em geral, as alterações funcionais do córtex e posterior medial, parecem sinalizar declínio cognitivo e demência. Da mesma forma que outros autores supracitados, Jak et al. (2009) também evidenciam que as diferenças de classificação de CCL no diagnóstico em adultos podem comprometer os resultados, sendo necessárias futuras pesquisas que visam a integração dessas classificações utilizando CCL.

Brandão et al. (2009) investigaram os mecanismos cognitivos e linguísticos envolvidos na gestão do conhecimento durante o discurso de produção de indivíduos com doença de Alzheimer (Doença de Alzheimer), utilizando 8 idosos na fase 4 (declínio cognitivo moderado) e 10 adultos mais velhos na fase 5 (moderado-severo declínio cognitivo) de acordo com a Escala de Deterioração Global (GDS) e 16 idosos como grupo controle. Duas variáveis discursivas foram examinadas, proposições incompletas e proposições repetidas. Os autores encontraram diferenças entre os controles e os participantes com Doença de Alzheimer, com a presença de proposições incompletas na tarefa solicitada, cujos resultados sugeriu que a gestão do conhecimento foi mais preservada na fase inicial do que na fase posterior do Doença de Alzheimer e concluíram que este déficit pode ser atribuído a uma diminuição da capacidade de gerir o conhecimento fornecido no contexto da comunicação.

Armentano et al. (2009) compararam o desempenho na Bateria de Avaliação Comportamental da Síndrome Disexecutiva - BADS e outros testes de funções executivas entre pacientes com demência Alzheimer de intensidade leve, comprometimento cognitivo leve tipo amnéstico (CCLa) e indivíduos controles e verificaram a sensibilidade da BADS para discriminar CCL tipo amnéstico de Doença de Alzheimer, administrando a BADS a 35 indivíduos saudáveis, 13 pacientes com CCL amnéstico, e 16 pacientes com Doença de Alzheimer provável de intensidade leve. A avaliação consistiu da BADS e por avaliação neuropsicológica composta por: Escala de Avaliação de Demência (DRS), fluência verbal por categorias fonêmicas (F.A.S.) e o Teste de Atenção Concentrada (AC). Os resultados encontrados pelos autores evidenciaram que não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos quanto à escolaridade, mas houve diferença quanto à idade (p<0,01). Não houve diferença estatisticamente significativa entre indivíduos controles e pacientes com CCLa nos subtestes e nos escores totais da BADS. Houve diferença significativa entre pacientes com CCLa e pacientes com Doença de Alzheimer (p<0,05) e entre indivíduos controles e pacientes com Doença de Alzheimer (p<0,05) nos escores totais padronizados. Os autores concluíram que foram encontradas diferenças no desempenho na BADS entre indivíduos saudáveis e o grupo de pacientes com Doença de Alzheimer e que a BADS mostrou-se sensível para discriminar diferenças de desempenho entre Doença de Alzheimer e CCLa.

Rosseli e Ardila (2010) apresentam em seu estudo, estratégias de avaliação neuropsicológica para o diagnóstico diferencial entre o envelhecimento normal e patológico (demência), pois tem sido sugerido que a doença de Alzheimer (AD) pode ser iniciada como comprometimento cognitivo leve (CCL). Os autores discutem os diferentes subtipos de CCL, salientando que existem duas estratégias de avaliação cognitiva: testes de triagem e avaliações abrangentes. Apresentam testes neuropsicológicos importantes e descrevem os estudos disponíveis em espanhol. Concluem afirmando que, apesar dos avanços no diagnóstico neuropsicológico de envelhecimento, estima-se que mais de 50% dos casos de demência são diagnosticados numa fase precoce.

Castrillón et al. (2010) analisaram e compararam o rendimento cognitivo de pacientes com Atrofia Cortical Posterior e Doença de Alzheimer, cuja amostra foi composta dos seguintes grupos: quatro pacientes com ACP, sete com AD familiar precoce, esporádica final nove e quatro controles saudáveis, utilizando o teste não paramétrico de Mann-Whitney para comparação dos dados entre os grupos. Os resultados evidenciaram que os pacientes com ACP revelaram pontuações significativamente menores sobre a praxia construtivas e ideacionais, leitura, aritmética e habilidades perceptivo-visuais com relação a ambos os conjuntos de EA. Por outro lado, na memória verbal, função semântica fluência e executivo, o grupo ACP apresentou um melhor desempenho. Os autores concluíram que no início do processo neurodegenerativo, a clínica ACP difere de EA. A ACP é uma demência características sintomatologia própria e não apenas uma variante da doença de Alzheimer, embora ambas as partes compartilhem o mesmo substrato histopatológico.

Steibel e Almeida (2010) realizaram um estudo de caso, em que foram avaliadas as habilidades cognitivas de um idoso com queixa de memória e de sintomas depressivos. Foram aplicados testes cognitivos, escalas para avaliar as funções cognitivas e realizadas análise qualitativa e quantitativa dos resultados com objetivo de verificar se as queixas seriam decorrentes de um processo degenerativo e/ou se justificam pela presença de sintomas depressivos. Os resultados mostraram uma diminuição de desempenho nas habilidades que envolvem velocidade de processamento de informações e na memória recente. Com isto torna-se importante nestes casos fazer-se avaliações seriadas com objetivo de acompanhar a evolução das dificuldades cognitivas.

Chaves et al. (2011) revisaram os testes e baterias empregados no Brasil para o diagnóstico e avaliação cognitiva, funcional e comportamental da demência na doença de Alzheimer (Doença de Alzheimer) no intuito de indicar uma melhor recomendação desses instrumentos. De modo sistemático foi revista a literatura disponível (nas bases MEDLINE, LILACS e SCIELO) e os artigos foram avaliados e classificados por níveis de evidência, para se estabelecerem as recomendações. Para a avaliação funcional a recomendação é o uso das escalas IQCODE, DAFS-R, DAD, ADL-Q e Bayer para avaliação das atividades instrumentais da vida diária e escala Katz para avaliação das atividades básicas. Para avaliação dos sintomas neuropsiquiátricos foram recomendadas as escalas NPI e CAMDEX e a Cornell para depressão em demência. Como instrumento de rastreio os autores indicam a utilização do Mini-Exame do Estado Mental; quanto às baterias multifuncionais, pode-se aplicar CAMCOG-R, ADAS-COG, CERAD e MDRS, que avaliam brevemente várias funções cognitivas. Para avaliação clínica da demência e classificação de acordo com a gravidade é recomendada a escala CDR. Os autores recomendam os testes por domínio cognitivo baseados nas evidências disponíveis para uso na língua portuguesa.

Em outro estudo, Hamdan (2011) propôs diretrizes para a pesquisa em avaliação e a reabilitação neuropsicológica no Brasil, justificando que a história da Neuropsicologia é apresentada através de três grandes temáticas: hipótese cardíaca versus hipótese cerebral, localizacionismo versus holismo e funcionalismo versus cognitivismo, cujos temas influenciaram as pesquisas em Neuropsicologia e delimitaram as práticas atuais na área, enfocando importantes na atualidade da Neuropsicologia, especialmente no Brasil: primeiro, o tópico da avaliação neuropsicológica no contexto do desenvolvimento humano e, segundo, a temática da reabilitação neuropsicológica em diversos grupos. O estudo sobre as diferenças no funcionamento cerebral nas diferentes faixas etárias, crianças e idosos é brevemente apresentado como campo relevante para a construção teórica e prática da neuropsicologia. Finalmente, as dificuldades encontradas em implementar intervenções em reabilitação no Brasil são discutidas, enfatizando que a adaptação dos procedimentos de avaliação e intervenção neuropsicológica para a realidade brasileira deve ser considerada como prioridade. A criação de parâmetros nacionais de avaliação de programas de reabilitação neuropsicológica através do amplo debate entre profissionais e clientes, assim como da realização de estudos sistemáticos sobre o tópico também se fazem necessárias, pois tais parâmetros poderão subsidiar as políticas públicas de reabilitação e fundamentar a inserção do neuropsicólogo em equipes interdisciplinares de reabilitação, o que ampliará o mercado de trabalho para este.

4.3  REABILITAÇÃO

Pontes e Hübner (2007) discursaram sobre a interação entre as áreas de reabilitação neuropsicológica e análise do comportamento, para despertar o interesse pelo desenvolvimento de novos estudos neste vasto campo e chamar a atenção dos neuropsicólogos para a importância da aquisição de conhecimentos básicos em análise do comportamento. A reabilitação neuropsicológica é um dos componentes do tratamento de clientes com lesões cerebrais e/ou distúrbios neurológicos e neuropsiquiátricos. Os programas de reabilitação podem se beneficiar do emprego de procedimentos comportamentais, principalmente porque a ciência da análise do comportamento dispõe de ferramentas valiosas para a modificação do comportamento e o auxílio nos processos de aprendizagem. Os autores concluem que isso parece ser consequência não da escassez de estudos sobre o emprego de procedimentos comportamentais em programas de reabilitação neuropsicológica, mas sim da falta de percepção, por parte dos profissionais de reabilitação, de que muitos procedimentos por eles empregados são comportamentais. Ou pode ainda refletir um desconhecimento sobre a existência da vertente da neuropsicologia comportamental, ou ainda ser apenas reflexo dos preconceitos de que a análise do comportamento é alvo.

Camara et al. (2009) apresentaram o Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia (PIGG) do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense, que desenvolve e pratica, desde 1987, o método não medicamentoso: Reabilitação Cognitiva individual e em grupo, que inclui o tratamento do paciente com demência e com a ajuda a seus relativos cuidadores, descrevendo estes métodos terapêuticos. Os autores concluem que o PIGG tem produzido resultados que se sustentam em virtude da atividade ser ambulatorial, por envolver e tratar os familiares e/ou cuidadores dos pacientes, por praticar uma abordagem interdisciplinar, por manter reuniões semanais dos grupos participativos, por cada profissional conhecer a história de vida de cada paciente.

Atalaia-Silva e Lourenço (2008) traduziram e adaptaram o modelo desse teste ao contexto brasileiro e avaliaram sua validade de construto. Trata-se de estudo transversal com uma amostra populacional constituída por 353 sujeitos. Para avaliar as validades convergente e discriminante, utilizou-se a correlação de Pearson. Os subtestes do Teste do Relógio foram correlacionados com os instrumentos de referência: cubos e dígitos, e mini-exame do estado mental para avaliar a validade convergente. A validade discriminante foi investigada por meio da correlação dos subtestes com a Center for Epidemiologic Studies Depression Scale. Os resultados revelaram que, da amostra, 74,1% eram do sexo feminino, com idade entre 63e 107 anos (73,8+8,5) e média de escolaridade foi 7,4 anos (DP=4,7). Os autores obtiveram a validade convergente, com correlações estatisticamente significativas entre todos os subtestes (p≤0,01). Quanto à validade discriminante, o único subteste que teve correlação significativa com a escala de referência foi o “indicação das horas” (p≤0,05).O Teste de Relógio traduzido e adaptado em uma amostra comunitária de idosos mostrou ser um instrumento de rastreio cognitivo breve,com boa validade de construto quando analisado com outros dados da literatura. Futuros trabalhos devem investigar outras propriedades psicométricas, como as validades de critério e de conteúdo.

Silva et al. (2011) realizaram estudo não controlado entre sujeitos, 21 idosos com Alzheimer ou outras demências que participaram de um Programa de Reabilitação Neuropsicológica, com oficinas de jardinagem e pistas coloridas. Após o programa, houve aumento nos escores dos seguintes testes: Mini exame do Estado Mental (Z=-1,98, p<0,05); Subteste Verbal de Semelhanças da Escala Wechsler [(Z=-2,09) p<0,05] e Subteste de Aprendizagem de Pares de Fácil Associação para Evocação Tardia da Escala de Memória de Wechsler [(Z=-2,07) p<0,05]. Paralelamente, os autores observaram a redução dos escores de depressão na Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage [(Z=-3,02) p<0,00]. Essa redução estava associada à aprendizagem de pistas contextuais (reminiscências e sinalizadores) e ao tratamento com anticolinesterásicos administrados por 4 ou 12 semanas [(Z=-2,31) p<0,02]. Ressalta-se, entretanto, que o mesmo não ocorreu com participantes submetidos ao tratamento de 30 semanas [(Z=-2,21) p<0,02]. Os autores concluíram que os pacientes demenciados em estágio inicial ou intermediário tiveram melhora cognitiva significativa no teste de rastreio do MEEM e nos testes de memória verbal declarativa, como Subteste Verbal de Semelhanças da Escala Wechsler e Subteste de Aprendizagem de Pares de Fácil Associação para Evocação Tardia da Escala de Memória de Wechsler. Apresentaram, ainda, redução dos indicadores de Depressão da EDG e melhora do estado de humor, representada pela redução dos escores de depressão obtidos na EDG.

Caliman e Oliveira (2005) apresentar informações recentes sobre as principais alterações histopatológicas e neuroquímicas, bem como os avanços na farmacoterapia da Doença de Alzheimer, informando que a estratégia atual baseia-se na correção da função colinérgica cerebral através do uso de agentes anticolinesterásicos. Como terapia coadjuvante, constituem-se boas opções os agentes antioxidantes, vitamina E e Ginkgo biloba, e a reposição hormonal de estrogênio para as mulheres.

 

CONCLUSÃO

A demência do tipo Alzheimer é uma síndrome caracterizada por deficiências das funções cognitivas, incluindo a memória, linguagem, organização, abstração, projeção e percepção visuoespacial. Caracteriza-se por um início gradual e declínio progressivo das funções cognitivas, em que a memória é a prejudicada, verificando-se ainda pelo menos um dos seguintes aspectos: afasia, apraxia, agnosia e perturbações no funcionamento executivo. Para o diagnóstico prejuízos funcionais também precisam estar presentes.

Os aspectos neuropsicológicos envolvem o declínio da memória, sobretudo para fatos recentes (memória episódica), e desorientação espacial, aspectos cognitivos em boa parte dependentes da formação hipocampal, havendo alterações de linguagem (anomia), distúrbios de planejamento (funções executivas) e de habilidades visuoespaciais, caracterizados por alterações cognitivas e comportamentais, com preservação do funcionamento motor e sensorial até as fases mais avançadas da doença. Pacientes mais idosos apresentam, como manifestação predominante do processo demencial uma sintomatologia psicótica, idéias delirantes, especialmente de caráter persecutório, além de alucinações.

A reabilitação cognitiva da Doença de Alzheimer tem sido realizada através de vários testes e terapias cognitivas, juntamente com tratamento medicamentoso.

 

 

 

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Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Paola Gianotto Braga

por Paola Gianotto Braga

Graduada em Psicologia pela UNIDERP/2005; Pós-graduada em Neuropsicologia pelo INESP/2010; Apta em Reabilitação Cognitiva pelo INESP/2011; Pós-graduanda em Terapia Comportamental Cognitiva no Instituto de Ensino Libera Limes/2016; Coordenadora Geral de Projetos da UNEPE; Psicóloga Autônoma; Perita Credenciada pela Policia Federal; e Perita Cadastrada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

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