O pai adolescente

A paternidade na adolescência é uma temática pouco explorada
A paternidade na adolescência é uma temática pouco explorada

Psicologia

10/10/2014

Formação em Psicologia

Alisson Silva de Melo

Itan Scheleder Fonseca

Mirlane Karen Mendes Nunes







1. APRESENTAÇÃO

A paternidade na adolescência é uma temática pouco explorada pelos acadêmicos, pela a sociedade e outros, onde todo o foco, quando se trata de gravidez na adolescência esta todo voltado, principalmente com a ajuda da mídia, para a mãe adolescente ignorando assim na maioria das vezes dos pais. A adolescência, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é o período que compreende entre os 10 e 19 anos de idade, contudo a adolescência não deve ser determinada somente por este período, visto que se deve levar em consideração questões psicológicas e culturais. No período da adolescência ocorrem transformações significativas com o adolescente tais como psicológicas, sociais e físicas, além da construção da identidade de jovem.


Nos tempos atuais nota-se que os jovens estão tendo relações sexuais cada vez mais cedo e na maioria de suas vezes sem nenhum cuidado preventivo e neste caso acabam tendo que lidar com as consequências, sendo uma dela a gravidez na adolescência.


De modo geral quando se fala em gravidez na adolescência logo o foco recai sob a mãe adolescente onde são elaboradas pesquisas diversas sobre o tema, há criações de políticas, projetos de apoio a estas jovens. E em meio a isto surgiram indagações tais como: E o pai da criança? O que se passa na cabeça deste jovem ao saber que vai ser pai? Quais são as consciências da gravidez para ele? Ele tem real noção do que é ser pai, do significado desta palavra? O que muda na vida dele? Estas e outras questões foram motivos de pesquisas por parte deste trabalho a fim de respondê-las e obter novos estudos e dados acerca da temática paternidade na adolescência.


2. JUSTIFICATIVA

Ao realizar a pesquisa literária sobre o trabalho foi possível constatar que o pai adolescente é um tema quase que inédito, são escassas as pesquisas que existem em relação ao pai e as mudanças que esse novo status trás para o jovem o que já é diferente no lado da mãe adolescente, com o foco nela é possível encontrar diversos artigos e trabalhos.


Ser pai é um grande passo na vida de qualquer homem, as mudanças que esse bebê trás são enormes e as consequências de se ter um filho são irreversíveis, poderia então um jovem adolescente encarar tanta responsabilidade? Ignorando o senso comum que rodeia a nossa sociedade nos dias atuais este trabalho tem o objetivo de responder com fundamentos científicos não só essa resposta, mas também quais e como são os desafios desse pai adolescente e como a sua psique encara essas adversidades, como isso altera o desenvolvimento do jovem e o por ultimo tentar formar uma boa fonte de pesquisa para que os futuros interessados no assunto tenham um artigo a mais para basear suas pesquisas.



3. OBJETIVO

Objetivo Geral

Ampliar o conhecimento a respeito das consequências e mudanças que a paternidade na adolescência trás.


3.1 Objetivos Específicos

• Compreender as mudanças que ocorrem psicossocialmente na vida do pai adolescente quando ele se descobre pai

• Verificar se o adolescente possui conhecimento a respeito do significado de ser pai e se o mesmo tem a real noção do peso que o titulo de paternidade trás, mesmo ainda sem ter completado todas as suas etapas de desenvolvimento.

• Visualizar a percepção social do pai adolescente.



Como já mencionado, a adolescência compreende o período entre os 10 e 19 anos (OMS). Nesta etapa de transição não se é mais criança e nem se pode dizer que é um adulto. Neste sentido a adolescência compreende um período de transformações, no qual o jovem enfrentará mudanças físicas, mentais e emocionais, tornando-se assim adulto, lembrando que estas mudanças diferenciam entre a sociedade e a cultura.


As mudanças físicas e psíquicas têm grande repercussão sobre o autoconceito do sujeito. A busca da identidade pessoal é a principal tarefa atribuída aos jovens. O conceito de identidade esta estritamente ligada ao autoconceito, porém a identidade é um fenômeno psicológico bastante complexo de natureza psicossocial e o autoconceito depende em grande parte do desenvolvimento cognitivo. A conquista da identidade implica a livre escolha pelo sujeito de uma serie de opções ou compromisso, porem o contexto social exerce grande influencia sobre o adolescente. Além do contexto social existe o contexto familiar, onde o tipo de família, a relação familiar e os estilos parentais iram exercer influencia na formação da identidade, o contexto sócio cultural o qual determinadas culturas muito tradicionais e com normas e modelos educativos muito rígidos, tendem a promover tendem a promover identidade hipotecadas na maioria dos sujeitos e por fim a influencia de gênero. COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALÁCIOS, Jesús et al (2004).
Segundo Sigmund Freud, a adolescência é período que suponha o termino da fase de latência e o ressurgimento dos impulsos sexuais após a puberdade, contudo o desenvolvimento psicossexual alcançaria sua fase final, a fase genital. Na fase genital o objeto de erotização ou de desejo não está mais centrado no próprio corpo, mas em um objeto externo ao indivíduo – o outro. Neste momento, menina e menino estão conscientes de suas identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais. LIMA, Adriana de Melo (2013).


Neste período de transição que é a adolescência encontra-se a puberdade que compreenderá o processo de mudanças físicas, que transformará o corpo infantil em um corpo adulto capacitado para a reprodução. Tal processo é um fenômeno universal para todos os membros de nossa espécie, como um fato biológico. Diferente da puberdade a adolescência é uma fato psicossociologico o qual não será necessariamente universal, adotado em todas as culturas. COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALÁCIOS, Jesús et al (2004).


Na questão de mudanças físicas, os corpos infantis das meninas e dos meninos são fundamentalmente iguais diferenciados apenas por conta dos órgãos sexuais. Contudo, no processo final da puberdade os corpos femininos e masculinos se diferenciam claramente tanto nas características sexuais primarias que são os órgão reprodutores, quanto nas características secundária, como por exemplo, a mudança na voz, pelo facial, crescimento dos seios nas meninas. Este processo de mudanças é desencadeado devido ao andamento por vários mecanismos hormonais. PALÁCIOS, Jesús et al (2004).


As primeiras mudanças físicas nos meninos é o aumento do tamanho dos testículos, seguido por um leve surgimento de pelos pubianos, sem pigmentação, o crescimento do pênis e mudanças na voz. Além disto, ocorre de forma rápida o crescimento na estatura que pode chegar a ser duplicado na fase pré-puberdade. Logo depois estas e outras mudanças vão ocorrendo com o garoto. COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALÁCIOS, Jesús et al (2004).
Percepção da Paternidade
O fenômeno da paternidade no adolescente é complexo e rodeado de variáveis. Assim a experiência depende do contexto social no qual definirá seus anseios e as significações dentre as classes sociais, mostrando-se a necessidade do apoio das redes sociais para o desenvolvimento desta paternidade, desta forma, pode-se categorizar segundo a percepção dos novos pais ganhos e perdas em suas vivencias.


A decorrência e o aumento da gravidez na adolescência ficam mais evidentes principalmente em países emergentes, devido a fatores como a falta de informação, baixa escolaridade, problemas no núcleo familiar e instabilidade financeira que estão ligados principalmente aos adolescentes da classe socioeconômica mais baixa. O aumento dessa frequência justifica a preocupação acadêmica, governamental e social deste fenômeno afinal a decorrência de problemas sociais fica mais evidente. O que contradiz as poucas ou nenhumas medidas de ordem publica a certa da paternidade na adolescência.
Esse contexto nos leva a questões primordiais para o desenvolvimento psicossocial como a percepção de ser pai, as vivencias de ganhos e perdas, a busca pela estabilidade no futuro, o sentimento ambivalente e a importância das redes sociais como apoio levando em conta os conflitos da formação do indivíduo na adolescência.


Após o nascimento do filho um fato social comum, é a busca por estabilidade decorrente a percepção do filho, como um bem próprio. Aparentando ser uma tentativa de obter autonomia e alcançar maturidade que assegure a vivencia do filho.
O amor parental, diferente do que se pensa no senso comum, é algo construído. Portanto as primeiras impressões podem ser de sentimentos de raiva, solidão, dificuldades com a experiência, de estranhamento e até surpresa. Sendo assim é difícil esperar que o florescimento desse amor seja desenvolvido de uma forma comum, já que a paternidade, não planejada, vem em meio ao desenvolvimento da sua identidade. Evidenciando o despreparo e a maturidade que ainda o cerca. Carvalho, Geraldo Mota de (2009).


Com a paternidade na adolescência, nota-se que os jovens vivenciam perdas e ganhos. Com relação às perdas, estes pais lidam com novas responsabilidades tais como, a de ter que trabalhar para sustentar a criança, a família e a própria responsabilidade de ser pai, tendo como consequências a diminuição de participação em atividades de lazer e recreação, a interrupção dos estudos antes do planejado ou dificuldades em concluir o mesmo, o ingresso no mercado de trabalho mais cedo, há mudanças também no contexto social no qual o adolescente perde boa parte de sua liberdade, diminuindo assim os programas com os amigos se reservando a um ambiente e atividades mais familiares, caseiras. Carvalho, Geraldo Mota de et al, (2009)


No contexto dos ganhos da paternidade precoce, observam-se que estes estão relacionados ao amadurecimento dos adolescentes, as responsabilidades, a satisfação de ser pai com base na afetividade com filho, e de sentir-se realizado como homem, como pai. Contudo, essas perdas e ganhos variam com a relação classe sociais dos jovens, uma vez que pesquisas relatam que não há um abandono escolar pela maioria dos jovens de classe media, onde os mesmo assumem a paternidade, porém não abandonam a escola e nem ingressam no mercado de trabalho. Já os de classe média baixa tendem a abandonar a vida escola e partir para o mercado de trabalho. HEILBORN, Maria Luiza et al (2002).
Sendo um período de transição entre a fase de ser criança e de ser um adulto, a adolescência vai ser compreendida também como o tempo em que o indivíduo irá construir sua identidade, vivenciar experiências diversas que ira ajudá-lo na construção da mesma, COLL, César et al (2004), ter que lidar com as consequências de suas com escolhas. Ainda neste período encontramos o sentimento de ambivalência, onde o adolescente irá lidar com conflitos tais como querer desfrutar de novos privilégios ao mesmo passo que terá que assumir as responsabilidades, o sentimento de autonomia onde vai querer ser independente e ao mesmo tempo não, visto que terá que assumir responsabilidade que até então são de seus pais.


Neste contexto, a paternidade na adolescência irá acentuar este sentimento de ambivalência e gerar transformações tais como a viabilização da conquista de um lugar na sociedade. Neste sentido, as ambivalências apresentam-se como um fator que irá provocar reflexões construtivas na formação da identidade dos jovens. Os adolescentes inicialmente referiram os sentimentos negativos, sentimentos estes como as mudanças no contexto social e das relações pessoais. A vergonha apresentou-se como o primeiro sentimento negativo demonstrado pelos pais adolescentes, ER Brandão, ML Heilborn, 2006. Posteriormente, estes sentimentos transformaram-se em positivos em virtude da satisfação de ser pai.
A ambivalência afetiva será a oscilação entre o desejo de ser pai ou não, de desejar e não desejar a gravidez da companheira, pois segundo Sarmento R, 2001, o sentimento oposto nunca estará inteiramente ausente. CARVALHO, Geraldo Mota de, et al (2009)


Segundo Carvalho et al 2009, nas últimas décadas no mundo, a repetição da parentalidade na adolescência tem aumentado, porém esta fica mais evidente nos países emergentes, tendo em vista a pouca escolaridade, a falta de informação, a desagregação familiar, a instabilidade econômica, especialmente, nos adolescentes de nível socioeconômico mais baixo.


É como na fase da adolescência os jovens começarem a pensar sobre o seu futuro, é nesta idade que eles começam a ter os primeiros, grandes e sérios, questionamentos sobre o futuro como, por exemplo, o que vão fazer quando crescer ou como se veem quando forem mais velhos, com a aquisição da paternidade é de se imaginar então que tais questionamentos aumentem de intensidade dentro da psique do recente pai, o filho parece vir como um aditivo para o aumento da responsabilidade e, pelo menos na opinião dos pais, eles apresentam ciência de tal responsabilidade, passam então a buscar uma estabilidade para poder cuidar de forma adequada desse filho, percebe-se que o filho é por vezes trato como um bem para o que o pai possa usá-lo para autofirmar sua própria competência para cuidar de filho.


Nesta fase existe um forte desejo de ambivalência decorrente do desejo no adolescente de se ver independente dos pais, porem com a aquisição da paternidade ele volta a depender de uma forma mais intensa dos pais e ao mesmo tempo essa necessidade que ele sente de se tornar independente se torna mais forte não, pois agora o meio social em que ele vive o considera um homem, independente da idade que ele tenha.


Ou seja, o filho é tanto a origem da busca dessa estabilidade quanto o resultado final, um ciclo que o pai busca cumprir para poder obter satisfação não só pessoal, mas também como forma de se integrar a sociedade.


Com o nascimento do filho, o pai adolescente vai elaborando mudanças em sua rotina, realizando algumas adaptações que ele acredita que sejam necessárias para que se possa garantir um futuro adequado para o filho.


Essas mudanças podem ser percebidas principalmente no que se refere a vida social desses pais adolescentes, por conta da nova rotina de responsabilidades sua participação em atividades de lazer acaba diminuindo, sua rotina fica mais restrita apenas ao ambiente familiar, alguns precisam buscar um emprego para ajudar nas despesas da criança, mas não reclamam muito pois acreditam que esse é o caminho a se seguir já que agora eles buscam uma vida mais estável e próxima do que consideram uma vida adulta saudável.


É importante ressaltar que a queixa que os pais apresentam não esta ligada diretamente à criança e sim as consequências que essa paternidade trás, o filho não é encarado como um problema, mas o peso social desse filho e a responsabilidade pelo seu desenvolvimento sim.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A adolescência por si só já é uma fase bem complicada, onde varias mudanças e tomadas de decisões importantes ocorrem ao mesmo tempo, somamos a isso então a paternidade, o que então se passará na cabeça desse pai? Infelizmente quando se trata do adolescente que ira se tornar pai, a sociedade parece fechar seus olhos para qualquer assunto que esteja relacionado a ele, o jovem pai acaba ficando obscurecido já que toda a atenção se volta exclusivamente para a jovem mãe, são extremamente escassos os trabalhos científicos relacionados ao pai.


Apesar de ainda estar no inicio da vida, o jovem percebe, mesmo que de forma não total, toda a responsabilidade que o novo filho irá trazer, ele logo busca uma forma de se estabilizar, onde isso acaba gerando uma relação aonde o jovem tanto ganha como perde, perde porque agora ele terá que trabalhar, terá que prover algum sustento e mesmo que não o faça, ele tem que no mínimo prover um apoio afetivo tanto para a mãe quanto para o bebe e se não fizer nem isso, existirá então uma pressão moral imposta pela sociedade para que ele cumpra suas recém-adquiridas responsabilidades paternas. Os ganhos estão ligados com relação ao desenvolvimento desse jovem, os que experimentam a paternidade mais cedo acabam então se tornando mais maduros e responsáveis e uma satisfação pessoal em estar ajudando a criar o seu filho.


Pôde-se observar que, quando analisamos sob uma perspectiva econômica, algumas características podem variar levemente, adolescentes de classe media não apresentam o abandono escolar ou então a aquisição de um emprego para ajudar na renda da família, porem o inverso acontece com adolescentes de baixa renda, eles acabam tendo que ir atrás de um emprego, pois os pais sozinhos não podem ou não querem sustentar a criança e por conta desse emprego acaba ocorrendo o abandono escolar.


O pai adolescente é muita das vezes um grande incompreendido, pelo senso comum temos uma visão estereotipada do jovem pai como um adolescente sem grandes preocupações e que muitas vezes ignora o seu papel de pai, porem o que foi possível constatar foi justamente o contrario, o jovem pai busca sim ser presente na criação do seu filho, busca formas de ajudar no correto desenvolvimento da criança, infelizmente a pesquisa realizada foi pouca quando analisamos todos os aspectos envolvidos diante desse tema mas o que podemos constatar primeiramente é de que não existem motivos que justifiquem a falta de pesquisas a cerca do assunto.
REFERÊNCIAS

Brandão ER, Heilborn ML. Sexualidade e gravidez na adolescência entre jovens de camadas médias do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública. 2006; 22(7):1421-3.


CARVALHO, Geraldo Mota de. Recorrência da parentalidade na adolescência na perspectiva dos sujeitos envolvidos. 2006. Tese (Doutorado em enfermagem) - Escola de Enfermagem, universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em: HTTP://www.teses,usp.br/teses/disponiveis/7/7136/tde-28112006-093553/. Acessado em: 28/05/2013.


COOL, César; MARCHESI, Álvaro; PALÁCIOS, Jesús. Desenvolvimento psicológico e educação. Tradução: Daisy Vaz de Moraes. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.


HEILBORN, Maria Luiza et al . Aproximações socioantropológicas sobre a gravidez na adolescência. Horiz. antropol., Porto Alegre, v. 8, n. 17, June 2002. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832002000100002&lng=en&nrm=iso>. access on 26 May 2013. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832002000100002.


LIMA, Adriana de Melo. Psicanálise da criança. Roraima: Adriana Lima, 2013. 29 slides, color. Acompanha texto.
Sarmento R. Paternidade adolescente. In: Saito MI, Silva LEV. Adolescência: prevenção e risco. São Paulo (SP): Atheneu; 2001. p. 307-20.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Itan Scheleder Fonseca

por Itan Scheleder Fonseca

acadêmico de psicologia do 8º semestre pela Faculdade Cathedral, estagiário da câmara de conciliação da Boa Vista-RR

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