Crianças e o natal: a função mágica do papai noel, e quando é hora da verdade?

Como falar com os pequenos?
Como falar com os pequenos?

Psicologia

20/10/2014

CRIANÇAS E O NATAL: A FUNÇÃO MÁGICA DO PAPAI NOEL......E QUANDO É HORA DE CONTAR A VERDADE?


Imagine você indo dormir com a certeza de que ao acordar no dia seguinte uma pessoa especial terá vindo de longe para lhe trazer um presente tão desejado e para o qual você se empenhou muito para se fazer merecedor. O sono demora a vir, a noite parece longa demais, os barulhos soarão como deslizes de quem tenta sorrateiramente adentrar em sua casa - com sua roupa vermelha, barba branca fofa e seu rosto amável - a noite será embalada por uma mistura de fantasia, ansiedade e alegria antecipada.


O Natal é uma das recordações mais bonitas que trazemos da infância, e o que fica registrado em nosso inconsciente não é só a figura do entregador de presentes, pois o Papai Noel representa muito mais do que isso. Esse mundo do Papai Noel é o que propicia que a criança entre em contato com bons valores, bons princípios, com a fé, com a alegria de viver uma surpresa e com a satisfação de desejar muito e receber. Essa fase é muito rica e muito gostosa para a criança. Quando passa por tudo isso de forma harmoniosa tende a tornar-se um adulto com mais fé em si mesmo, otimista, perseverante, um adulto que acredita no valor do desejo e dos sonhos e luta por eles.


O papel dos pais é facilitar esse mundo da imaginação para os pequenos, oferecendo-lhes todas as possibilidades de sonhos e fantasias. Fantasia que é necessária para o desenvolvimento saudável da criança, pois estimula a imaginação, a capacidade criadora, permite que ela simbolize e compreenda os acontecimentos da vida, acelera o desenvolvimento intelectual, além de ser uma fundamental ferramenta cognitiva.


Por volta dos três anos de idade o Papai Noel tem existência real para os pequenos. Ele sabe de tudo o que aconteceu durante o ano, o que as crianças fizeram de bom (e o que aprontaram) e ele traz de sua grandiosa fábrica os brinquedos mais desejados. A partir dos cinco anos com a formação do pensamento lógico a criança começa a duvidar dessa história.


E quando surgir a inevitável pergunta: “Papai Noel existe?” deve-se perguntar para a criança o que ela acha, para perceber o que ela está pensando e se está preparada para ouvir a verdade. Caso perceba-se que a criança não está pronta (ainda está curtindo essa fantasia) combine com ela que juntos vão pensar mais sobre isso, que vão esperar passar esse Natal e ver o que acontece. Caso sinta que ela já esteja pronta (desconfia muito da verdade, os amigos todos já sabem...) fale a verdade e mostre que o Natal continua mágico através da família reunida, das luzes, da árvore...


Quando o filho percebe que o papai Noel são seus pais, se sente “gente grande” e caso tenha irmãos menores é a hora de conversar e mostrar o quanto foi importante que ele acreditasse no Papai Noel e que agora é a vez dos irmãos e para isso torna-se cúmplice de seus pais para a manutenção da lenda (e eles adoram!).


É importante que o momento da verdade não gere nos pais a sensação de culpa por ter mentido para o filho, mas que eles percebam que a criança viveu momentos mágicos, em uma fase que deixa marcas muito positivas. A criança gosta e muito de acreditar em Papai Noel e não se sente mal quando descobre que o bom velhinho não existe. Ela percebe que mesmo o Papai Noel não existindo, o Natal existe e a bondade para com as crianças também, exercida pelos próprios pais e adultos mais próximos.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Marilia Giacobbo Trevizan

por Marilia Giacobbo Trevizan

Colunista do Jornal Primeira Edição desde 2013, Técnica da Casa Lar Caminho de Luz, Psicóloga Escolar no Município de Planalto, Psicóloga Clínica, Pós Graduanda em Saúde Mental.

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