Distorções cognitivas

São erros de sensação, percepção e memória
São erros de sensação, percepção e memória

Psicologia

02/01/2015

Distorções cognitivas são erros de sensação, percepção e memória, que influenciam na maneira de pensar e agir, tanto negativamente, como positivamente, geralmente trazendo conflitos de relacionamento familiar ou social.


As distorções mais frequentes são:

• Catastrofização
No senso comum é conhecido como "tempestade em copo d'água". Não é porque um detalhe de um projeto saiu errado, que o projeto está perdido! Se o outro não retornou a ligação não significa que o relacionamento está totalmente abalado.


• Pensamento "tudo ou nada" (It's now ou never)

Na prática isto significa que não há um meio-termo na compreensão dos fatos. Por exemplo: se um indivíduo passa por outro e sorri, está "dando mole"; se não sorri é antipático, grosseiro, etc... Se uma moça está um pouco acima do peso é considerada "obesa", "fora de forma"; se está abaixo "está com algum problema de saúde", etc.


• Adivinhação
Esta distorção geralmente começa com a frase "Eu sei o que você está pensando". Felizmente ninguém pode adivinhar o pensamento do outro. Podemos ter a habilidade de perceber os sentimentos alheios somente se o outro demonstrar de forma observável. A ciência ainda não comprovou que o pensamento textual é passível de leitura externa.


• Raciocínio Emocional
Embora este "método" seja amplamente divulgado pelas mídias, trata-se de uma distorção. Um exemplo clássico de erros cometidos quando se adota este tipo de raciocínio são as cenas de ciúme infundado. Imagine que um rapaz vê sua namorada conversando com um belo colega na saída do trabalho. Certamente ficará com ciúme. Porém, o fato de ter sentido ciúme não significa que há algum envolvimento entre os dois; pode ser um simples bate papo.


Isto ocorre porque aprendemos erroneamente que "certos comportamentos são indícios de algumas intenções". Isto não é verdade o que leva muitas pessoas a cometerem injustiças, as vezes irreparáveis.


• Generalização

Este erro cognitivo é um dos mais frequentes; cometemos sem pensar muitas vezes ao dia: por exemplo:
"Choveu muito e alagou a cidade inteira"; " Tudo está muito caro", "Ela só pensa em comer";
Salvo em algumas exceções, estas palavras indicam a ampliação de uma informação, que pode levar a enganos verdadeiros.


Por exemplo: Ao dizer que "Choveu muito e alagou a cidade inteira", ao invés de "Existem alguns pontos de alagamentos", pode levar alguns indivíduos a acreditarem que não devem sair de casa, e com isto deixar de fazer coisas importantes,


Outro exemplo frequente:
"Tudo o que é barato demais não presta"
Sabe-se que na prática não é bem assim: basta andar um pouco para encontrar verdadeiras ofertas de bons produtos, que os comerciantes colocam a venda pro diversas razões.


• Rotulação:
É uma espécie de generalização categorizada. Trata-se de uma linguagem típica de pessoas desinformadas, ou mal-intencionadas. Na nossa prática clínica, podemos citar como exemplos as auto rotulações:

"Sou bipolar porque acordo alegre e fico triste a noite";
"Tenho TOC porque nunca piso na lajota preta"
"Estou em depressão porque chorei muito vendo o filme"
"Estou de TPM porque perdi a paciência com a secretária"
"Meu filho tem TDAh, porque não para quieto"


Estas rotulações, às vezes servem como mecanismos de defesa. Pergunte ao seu terapeuta sobre isto...


• Personalização
Tendência a atribuir a si os eventos ruins:
"Ela me abandonou porque eu sou feio"
"Ninguém gosta de mim porque minha roupa é velha"

ou eventos bons

"a festa ficou mais animada depois que eu cheguei"
"sua vida sem mim não tem sentido"
"o grupo só funciona bem porque eu dito as regras"


• Baixa tolerância à frustração.
Embora muitos não acreditem, é possível suportar o que parece insuportável. Muitos de nós já atravessamos situações difíceis, que parecia impossível superar... e estamos aqui!


Existem outros tipos de distorções cognitivas. Este post foi apenas uma "pincelada sobre o assunto", para ajudar a compreender um pouco sobre as diversas formas de pensar que nos levam a cometer enganos, deslizes e perder ótimas oportunidades.


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Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Maristela Vallim Botari

por Maristela Vallim Botari

Psicóloga Clínica CRP-SP - 06/121677 - Psicopedagoga Pós Graduada em Neurociências e Psicologia Aplicada (Mackenzie) Pós Graduada em Psicopedagogia (UniSantana - Escola Paulista de Negócios) Especialista em Neurpsicopedagogia (UCAM Prominas) Psicologa em SP

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