Depressão, exercício físico e equoterapia

Paciente com Alzheimer em sessão de equoterapia
Paciente com Alzheimer em sessão de equoterapia

Psicologia

05/01/2015

A depressão tem como principais sintomas a perda de peso, sentimentos de culpa, ideação suicida, queixa de dores, distúrbios de humor, distúrbio do sono, perda de interesse em atividades usuais, comprometimento da atenção, memória e tomada de decisão. Segundo o artigo de Moraes ¹ et al estes sintomas são mais acentuados em deprimidos idosos do que em jovens e contribuem para o declínio cognitivo e do condicionamento cardiorrespiratório.


Apesar de existirem mais de oito classes de antidepressivos com aproximadamente vinte e duas substâncias ativas no mercado mundial para o tratamento farmacológico da depressão, somente 30 a 35% dos pacientes respondem ao tratamento. Pesquisas recentes demonstram que para eventual remissão, faz-se necessário a utilização de outros métodos de tratamento associados à medicação.


Inúmeras pesquisas apontam a atividade física como eficaz no tratamento da depressão. Há também um método que pode ser considerado como alternativa para tratamento da depressão; este é a equoterapia. Apesar de estar vinculado como método de reabilitação, também deveria e pode ser utilizada no combate aos sintomas da depressão, devido sua estimulação motora e afetiva.


A Equoterapia é um conjunto de técnicas de equitação e atividades equestres que tem como objetivo proporcionar benefícios como melhora na força muscular, redução dos pensamentos negativos, melhora na coordenação motora e equilíbrio, melhora no bem estar e no humor, atenção e memória.


A execução de exercícios contribui para a integridade cerebrovascular, o aumento no transporte de oxigênio para o cérebro, isso significa em uma melhora na capacidade funcional e consequentemente a melhora na qualidade de vida.


Há dados que sugerem que as pessoas moderadamente ativas têm menor risco de serem acometidas por desordens mentais do que as sedentárias. Estudos revelam que a prática de exercício físico pode ser um importante protetor contra o declínio cognitivo e demência em indivíduos idosos.


O contato com o cavalo e a prática da equitação, desenvolve agilidade, coragem, destreza, gosto pelo risco, promove autoestima e autoconfiança, além da sensação de força. Faz aumentar a vontade, o espírito de decisão, iniciativa, resolução de problemas, ou seja, pode fazer surgir qualidades de líder.


Dentro do conceito atual de desenvolvimento do indivíduo como um todo, o esporte tem um papel importante dentro desse contexto, pois ensina ao ser humano o conceito de trabalho em grupo, respeito a si próprio e ao próximo, além de desenvolver fisicamente os participantes.


Licart ² (1988) levanta em seu livro as diversas exigências motoras que a prática da equitação exige, dentre elas a coordenação motora, flexibilidade e resistência muscular geral.


Sabemos que até o momento que dados da literatura permitem sugerir que o exercício físico pode sob algumas condições facilitar a tomada de decisões e solução de problemas complexos. São diversos mecanismos que atuam na interação entre performance cognitivo e alerta induzido pelo esforço.


Estudos confirmam que pessoas moderamente ativas têm menos propensão de serem acometidas por disfunções mentais do que as pessoas sedentárias, isto demonstra que programas de exercício físico exercem benefícios para as funções cognitivas.

Entende-se atividade física qualquer movimento corporal e o exercício como atividade física planejada, estruturada e repetitiva e que tem como objetivo final aumentar ou manter a saúde/aptidão física.


A equoterapia exige a participação do corpo inteiro, contribuindo assim, para o desenvolvimento do tônus e da força muscular, o relaxamento e a conscientização do próprio corpo.


A atividade física proporciona benefícios como melhora na força muscular, redução dos pensamentos negativos, melhora no bem estar e no humor, atenção e memória.


O acompanhamento psicológico, médico e a prática de exercícios, ajudam a acelerar a diminuição dos sintomas da depressão. Isso ocorre devido à liberação de hormônios como serotonina, dopamina e noradrenalina, além de uma ativação no hipocampo (área envolvida na emoção, memória, temperatura, comportamento sexual, alimentação) e nas áreas envolvidas no equilíbrio corporal como, por exemplo, núcleo da base, cerebelo e formação reticular.


Ao passo (andamento lento do cavalo), sua estimulação sensória motora e afetiva acaba contribuindo para a restauração de nossa imagem corporal, favorecendo o equilíbrio corporal e psíquico. O ritmo do passo, sua cadência, seu balançar criam um efeito tranquilizador e caloroso.


O sentimento que se desenvolve a partir disso no sentido sinestésico é o da liberdade da alma que desperta a alegria de viver.


A convivência com animais, apontado em diversas pesquisas, é benéfica ao homem, portanto através da convivência com outro ser vivo podemos desvendar a grandiosidade de nossa essência.


De qualquer forma tanto o exercício físico como a equoterapia envolvem o corpo em atividades que proporcionam benefícios físicos e psicológicos. E que a equoterapia deve devido a todos os fatores musculares e psicológicos que envolvem sua prática ser considerado como método para prevenção e redução dos sintomas depressivos.




REFERÊNCIAS

1. MORAES, HELENA ET AL.O exercício físico no tratamento da depressão em idosos: revisão sistemática. Rev.Psiquiatria, 29(1), 2007, p 70-79


2. Licart, Comandante. A arte da equitação: como aprender e ensinar a montar, Campinas, SP, Papirus,1988


3. ANTUNES M.,K HANNA ET AL .Exercício Físico e Função Cognitiva:uma revisão. Rev.Bras.Med.Esporte, V. 12, N. 2, 2006, p. 108-114.


4. MELLO TULIO,MARCO ET AL. O exercício físico e os aspectos psicobiológicos. Rev.Bras.Med.Esporte, V. 11, N. 3, Mai/Jun,2005


5. Gross Naschert, Edith. equinoterapia: la rehabilitación por médio Del caballo, México, Trillas, 2000

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Rosalina Saloa Bertolini

por Rosalina Saloa Bertolini

Formação Graduação em Medicina Veterinária - Universidade Anhembi Morumbi - em andamento Graduada em Psicologia - FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas - Concluído em 01/01/1997 Graduação Licenciatura em Psicologia - FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas - Concluído em 10/01/1996 Pós-graduada - Atividade Física, Exercício Físico e Aspectos Psicobiológicos - UNIFESP - 2009 Pós-graduada - Aspectos Psicobioloógicos da Saúde do Trabalhador na área de transporte - UNIFESP 08/2004 à 10/2005 Pós-graduada - Neuropsicologia - UNIFESP - 03/2004 à 12/2004

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