Família e redes sociais - qual a questão?

A importância da família enquanto elemento socializador
A importância da família enquanto elemento socializador

Psicologia

08/02/2015

FAMÍLIA E REDES SOCIAIS

qual a questão?



A importância da família enquanto elemento socializador fundamental e agência formadora do indivíduo nos aspectos: social, afetivo e educativo é reconhecida em várias pesquisas e campos do saber. Porém, quando buscamos trabalhos que investiguem a família concreta, contextualizada em suas práticas sociais específicas dentro de diversas realidades, se constata uma grande lacuna de conhecimento.


No entanto, enquanto seres sociais provenientes de um núcleo familiar não têm dificuldade em perceber mudanças que acompanhamos dentro de nossos próprios lares. Antes a família se reunia para conversar sobre o dia a dia. Os casais trocavam experiências, os filhos a revelarem descobertas, a receberem orientações dos pais, enfim, todos interagindo de forma a consolidar os laços que os reuniam em um mesmo grupo.


Hoje, o quadro é bem distinto. O espaço é o mesmo, mas as pessoas, ao abrirem suas portas para o universo tecnológico passaram a experimentar, cada vez mais, uma tendência à individualidade nunca vista antes. Sem cerimônia, o computador, o celular e toda essa parafernália moderna tem se instalado em todos os recantos da casa e reclamado o tempo de todos, minando a preciosa interação entre os membros familiares.


Realidade que traz uma carga de mudanças ainda maior quando analisamos que, numa escala progressiva, o indivíduo passa, muitas vezes a isolar-se também do meio externo provocando, consequentemente, uma diminuição da sua parcela de contribuição nas pressões sociais, fator de primeira grandeza em se tratando de transformação de realidades.


Nesse universo, as redes sociais se caracterizam com uma ampla gama de funções, como: companhia social, apoio emocional, guia cognitivo e de conselhos, socorrista material e de serviços e ainda, fonte de bens materiais e facilitadora de novos contatos, introduzindo a pessoa em outras redes de convívio.


Urge observarmos, então, que nesse contexto, a saúde da família está afetada. Por sua vez, cada um de seus componentes conectados com esse novo perfil, passa a contaminar as tais redes com toda a gama de suas próprias carências, traumas, crenças... ; potencializando, assim, as propriedades desses veículos que, numa relação circular, compartilham tudo isso com seus milhares de integrantes, retornando-lhe, em seguida, quer seja com cargas de saúde ou de agravamento de doenças; sendo chamado “círculo virtuoso”, quando a ação é positiva, quando contribui para o bem estar do usuário, fortalecendo-o e incentivando-o a ampliar sua rede pessoal.


Este fenômeno já tem marcado presença e ocupado poltronas em nossos consultórios. Pacientes que cada vez mais procuram apoio para lidar com dificuldades de relacionamento, interação social e, principalmente, convívio familiar. É nesse momento que o alarme do bom senso dispara e entra em curto com smartphones, tablets, notbooks e demais ferramentas que no dia a dia ocupam as mãos, sentidos e mentes de usuários ávidos por manterem-se em conexões eletrônicas, sem que se apercebam, no entanto, de que o real, o palpável, o humano vem sendo descuidadamente deletado.


Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Marta Batista de Souza Neta

por Marta Batista de Souza Neta

PSICÓLOGA CLINICA/HOSPITALAR/NEUROPSICÓLOGA - ATUALMENTE TRABALHA NA SANTA CASA MISERICÓRDIA DO RECIFE/ HOSPITAL SANTO AMARO - HOSPITAL ALBERT SABIN REALIZA ATENDIMENTO AOS SÁBADOS - RUA JORNALISTA PAULO BITTENCOURT - 147 - DERBY - RECIFE CONTATO: (81) 987192100 (81) 997012887

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