O medo de punições

Psicologia

05/04/2015

O medo é um dos instintos mais básicos de todo ser vivo. É ele o responsável por nossas ações ou omissões, nos levando e tomar atitudes extremas diante da situação temida. O mecanismo do medo é ativado quando alguma coisa, pessoa ou mesmo pensamento, surge e nos obriga à uma resposta, seja ela ativa (luta), passiva (fuga) ou reflexiva (estagnação).


Diante disso, acredito que muitas pessoas praticam a justiça por medo sim, de possíveis punições, sejam elas através dos mecanismos legais (leis, decretos, normas), sejam por questões morais (consciência, arrependimento, etc.). O senso de justiça está presente em nosso espírito, acredito eu, por natureza, uma vez que sabemos, muitas vezes de forma inconsciente, que alguma coisa que fizemos ou queremos fazer, não está totalmente correta, que algo está a nos alertar de que não devemos fazer o que pretendemos.


Os mecanismos de defesa de nossa mente são um complexo de atividades que têm por objetivo nos preservar de possíveis danos, sejam de ordem física ou moral. Assim, toda vez que nos confrontamos com algo que pode nos prejudicar de alguma forma, estes mecanismos são acionados, daí a necessidade de se criar processos educativos ou punitivos, para que as pessoas tomem certas atitudes esperadas pela maioria da sociedade onde vivemos.


Desde criança temos medo de punições, sejam elas puxões de orelha dos adultos, advertências de nossos superiores no trabalho, escola, faculdade, de nossos (as) companheiros (as) e, talvez a mais assustadora, o “castigo de Deus”, ensinado nas diversas religiões onde, segundo algumas, haverá o castigo eterno para nossa alma, pelas falhas cometidas. Essa punição vinda de Deus, faz com que muitas pessoas deixem de praticar o mal, não pela bondade em seu caráter, mas sim, pelo medo e até pavor, do resultado de suas ações.


O juízo de valor, que mobiliza nossa atração ou repulsa por alguma coisa, ideia ou pessoa, é o responsável pelas decisões que tomamos em nossa vida. Ele é a base sobre a qual alicerçamos nossas ideias, nossa conduta e partimos para ação, ou não.


As punições existem, porque existem pessoas que não agiriam de forma correta, caso soubessem que não haveria consequências para seus atos, deixando seus desejos e vontades fluírem livremente, como ocorria em tempos mais remotos, nas sociedades primitivas ou na fase mais infantil de nosso desenvolvimento, quando nossos instintos ainda dominam nosso comportamento.


Um exemplo atual é o crime contra a Petrobras onde, após serem descobertos, os culpados trocam acusações e praticam delações, para amenizarem suas punições perante a justiça.


Assim, nem sempre agimos corretamente por conta de nossa educação, moral e ética, mas por medo do que possa nos acontecer, caso sejamos descobertos.