A gravidez é o momento na vida da mulher, em que ocorrem várias alterações psíquicas, sociais e orgânicas. Sendo assim, é neste momento que ela começa a lidar com reações diversas diante da descoberta da gravidez e da chegada de um bebê. Com a mãe, toda a família começa a se mobilizar, principalmente o pai, ou quem exerça essa função. Passa a existir então, uma mudança de rotina que diz respeito à necessidade do casal e às questões relacionadas à saúde da mãe, que precisa ser acompanhada por um médico.
Além disso, a família inicia um processo de idealização da chegada do bebê, que os faz imaginar como será esse momento, e a partir disso, muitos sentimentos vão surgindo para o casal. Sentimentos estes, que muitas vezes são comuns e necessários, para que eles possam viver este período e saber lidar com ele. Alguns exemplos são sentimentos como: medo, angústia, ansiedade, preocupação, etc, sendo que tudo isso irá variar, de caso para caso, já que cada pessoa reage de uma forma diferente, em situações similares. Diante de ocasiões em que surjam dúvidas, o esclarecimento delas tende a diminuir a tensão e os receios.
Quanto a estes sentimentos é comum que ocorra, no momento da gravidez, alguns ambivalentes em relação à chegada do filho. Isso porque é neste período que os pais se deparam com fatores reais, como a preocupação com a questão financeira, com a responsabilidade de cuidar de um filho, com o fato da mãe ter que ser submetida ao parto, com o fato de terem que assumir uma posição nova (de pai e mãe), até então desconhecida para ambos, etc, sendo que tudo isso pode fazer com que o casal sinta também, sentimentos negativos em relação ao bebê, como raiva, desânimo, etc. Porém, o esperado é que com o tempo, a estes sentimentos sobressaiam os afetos positivos em relação à criança, para que assim os pais possam cuidar e acolher o filho. Em casos em que isto não ocorra é aconselhável a procura por ajuda psicológica.
Parto:
A aproximação do parto acaba por desencadear nos pais, alguns sentimentos como a ansiedade e o medo, uma vez que se trata de um período irreversível (ele não pode ser evitado); e de um acontecimento imprevisível e desconhecido (não se sabe como será). Associado à isso, inicia-se ali, uma série de mudanças significativas, pois é quando há o encontro do bebê imaginário (aquele que a mãe e o pai imaginaram e idealizaram durante a gravidez) e o bebê real (o bebê como realmente é). Exemplo: Mãe imagina que o filho terá olhos pretos, cabelos loiros, será calmo, etc, e ele nasce com cabelos loiros, olhos azuis e chora com frequência (logo, ele possui aspectos parecidos com os que ela imaginou, e outros diferentes).
Puerpério:
O Puerpério é o período logo após o parto, também conhecido como pós-parto. Assim como os demais momentos, a vivência deste, também irá variar de pessoa para pessoa.
Os primeiros dias após o parto são carregados de emoções intensas e variadas, pois se trata do encontro com o novo (mesmo que a mãe já tenha outros filhos, ainda assim será novo, já que cada gravidez e bebê são diferentes), além de a mãe ainda se encontrar muito fragilizada e cansada devido ao parto, e às alterações hormonais próprias à fase. Essas emoções ainda se mantém “a flor da pele” durante a primeira semana após o parto, pois a labilidade emocional (mudança repentina do humor, com variação da intensidade com que se apresenta) é a sua característica.
Porém, em alguns casos a mãe apresenta uma tristeza acentuada ou comportamentos diferentes dos habituais. Nestes casos, estes sentimentos e comportamentos recebem classificações denominadas de Baby Blues, de Depressão Pós-parto e ou Psicose Puerperal dependendo de como se manifestam.
• Baby Blues: Neste período, a mãe apresenta características parecidas com a da depressão pós-parto, mas se diferencia dela, no que tange à intensidade em que se manifesta a tristeza e ao período de duração.
Neste sentido, a mãe pode apresentar alteração de humor, tristeza, descrença em si mesma, etc, o que pode durar aproximadamente um mês após o parto. Em casos nos quais estas características permaneçam, ajuda profissional deverá ser procurada.
• Depressão pós-parto: Na depressão pós-parto, a mãe pode apresentar sintomas como: tristeza, alteração de humor, confusão, etc acentuados e com tempo prolongado em relação ao Baby Blues. Muitas vezes, ela é uma extensão ao Baby Blues. Nestes casos é sempre importante procurar ajuda psiquiátrica e psicológica.
• Psicose Puerperal: Este período se diferencia dos outros, por ter como característica a ocorrência em apenas casos de psicose. Trata-se do desencadeamento de um surto após o parto. Ou seja, a mulher pode apresentar delírios, que de acordo com o autor Dalgalorrondo, “é um erro de ajuizar” (p.209). Ou seja, a pessoa apresenta uma convicção acerca daquilo que entende da situação que só pertence à sua realidade, pois se trata de uma certeza subjetiva, e alucinações, que segundo o mesmo autor, se trata da percepção de um objeto, sem a presença real deste objeto. Ex: Indivíduo escuta a voz de alguém, sem que tenha uma pessoa de fato conversando com ele.
Em casos de psicose puerperal é muito importante o tratamento psiquiátrico e psicológico, assim como o acompanhamento profissional, em caso de próxima gravidez.
Referências Bibliográficas:
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. 438 p. (Biblioteca Artmed. Psiquiatria)
DUQUE, Celeste; “Distúrbios psicológicos”; Universidade do Algarve; 2033, 2004.
http://www.psicosite.com.br/tra/psi/puerperal.htm, acesso em 13/11/2011.
http://família.sapo.pt/gravidez/emoções/maeideal/1010649-3.html, acesso em 13/11/2011.
http://www.abcsaúde.com.br/artigo.php?97, aceso em 13/11/2011.
http://WWW.vounascer.com/?ref=alteracoesposparto, acesso em 13/11/2011.
http://brasil.babycenter.com/a2100165/melancolia-p%C3%B3s-parto-ou-blues-puerperal, acesso em 13/12/2011.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Danielle dos Santos Junqueira
Danielle dos Santos Junqueira
FORMAÇÃO -Psicologia.- 2010. Puc MG
Em Pós Graduação em Saúde Mental- AVM
EXPERIÊNCIA -Coordenadora da Clínica de Psicologia da Maternidade e Hospital Otaviano Neves-
Consultório Particular- Atendimento psicológico
Participação no Curso de Casal Grávido da Maternidade e Hospital Otaviano Neves.
Entrevista programa "De tudo um pouco"
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