Psicologia Infantil: Quando procurar ajuda profissional?

Psicologia Infantil: Quando procurar ajuda profissional?
Psicologia Infantil: Quando procurar ajuda profissional?

Psicologia

14/09/2015

A infância é um momento em que o indivíduo nem sempre consegue verbalizar o que está sentindo. Com isso, entender o que está acontecendo com o próprio filho se torna, muitas vezes difícil, e é comum ficar a dúvida, se existe algo errado com a criança.


“...criança não vem com manual de instruções e sua forma de comunicar que algo não está bem pode ser diferente da forma que os adultos entendem – mesmo porque a maioria das vezes a própria criança não sabe o que está errado, mas sente um desconforto que não compreende. ” (Alves, p.1. 2015).


Neste sentido, conhecer alguns comportamentos típicos da criança, quando ela precisa de ajuda, se faz importante para os pais e demais cuidadores. Pois, é por meio do comportamento, que a criança costuma comunicar o que vem sentindo.


Algumas manifestações próprias da infância são: recusa em ir para a escola repentinamente, enurese noturna (xixi na cama) impulsividade, agressividade direcionada à amigos, familiares ou a ela mesma, problemas de aprendizagem, brigas constantes e em maior número do que costumava a ocorrer, olhar triste, choro fácil, preguiça, etc. Mas é importante ter em mente, que os comportamentos irão variar de criança para criança e conforme o problema que vem apresentando (que será identificado pelo psicólogo que irá acompanha-la).


Essas atitudes poderão ser observadas por quem a acompanha no dia a dia, porém, não são todas as pessoas que manifestam essas atitudes claramente, e caso existam dúvidas quanto à existência ou não de um processo doloroso para o filho, ajuda profissional se faz necessária.


É comum uma primeira atenção para a necessidade de um acompanhamento psicológico partir da escola. Isso porque, muitos fatores emocionais estão relacionados à problemas de aprendizagem e de relações pessoais com colegas e professores, o que faz com que a Instituição seja a primeira a identificar comportamentos diferentes.


Em relação à terapia infantil, essa difere da terapia de um adulto, pois, como falamos inicialmente, a criança não utiliza a comunicação verbal como principal forma de expressar o que sente, e isso exige do psicólogo outras formas de articulação com este público. Portanto, se de um lado usamos a fala na análise de um adulto, por outro lado usamos como principal método de trabalho com a criança, a brincadeira. “Ao invés de verbalizar, os pequeninos expressam melhor suas emoções através do lúdico, que são as brincadeiras de forma geral, desenhos, histórias e jogos”. (Pavan, p.1, 2015).


Além disso, a brincadeira tem papel essencial para a criança, pois por meio dela o indivíduo revive as situações e as significa de uma forma diferente. “O brincar também permite que a criança tome certa distância daquilo que a faz sofrer, possibilitando-lhe explorar, reviver e elaborar situações que muitas vezes são difíceis de enfrentar. ” (Marques e Ebersol, p.1, 2015). Ou seja, por meio da brincadeira, a criança revive uma situação difícil e pode modifica-la simbolicamente, o que causará um significado diferente para ela, diante de algo que antes era um conflito. É pela brincadeira que a criança se expressa e elabora seus conflitos, demonstra medos, preocupações, ansiedades, etc.


Portanto, durante a brincadeira realizada na sessão, o analista observa as emoções e comportamentos expressados pela criança e o conteúdo que ela traz como conflito diante de perdas, medos, frustrações, fantasias, etc. Diante desse material, o psicólogo tem subsídios para intervir de modo a procurar uma mudança emocional e fortalecer esse aspecto para o paciente.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

-ALVES, Marisa de Abreu. Psicologia infantil. 2015. Acesso em http://www.marisapsicologa.com.br/psicologia-infantil.html, em 09/08/2015.


-FREUD, S. (1908). Escritores criativos e devaneios. Edição standard das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v. IX. Rio de Janeiro: Imago.



-MARQUES, Fernanda Martins e EBERSOL, Helenise Lopes. A Importância do Brincar para o Desenvolvimento Infantil. 2013. Acesso em http://www.ufrgs.br/creche/a-unidade/psicologia-1/a-importancia-do-brincar-para-o-desenvolvimento-infantil, em 09/08/2015.


-PAVAN, Marcela. A terapia infantil é também brincadeira. 2015. Acesso em https://acaminhodamudanca.wordpress.com/textos-1/infancia/a-terapia-infantil-e-tambem-brincadeira/, em 05/08/2015.


-VYGOTSKY, L. S. (1989). A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores (J. C. Neto, L. S. M. Barreto & S. C. Afeche, Trans.). São Paulo: Martins Fontes.


Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Danielle dos Santos Junqueira

por Danielle dos Santos Junqueira

Danielle dos Santos Junqueira FORMAÇÃO -Psicologia.- 2010. Puc MG Em Pós Graduação em Saúde Mental- AVM EXPERIÊNCIA -Coordenadora da Clínica de Psicologia da Maternidade e Hospital Otaviano Neves- Consultório Particular- Atendimento psicológico Participação no Curso de Casal Grávido da Maternidade e Hospital Otaviano Neves. Entrevista programa "De tudo um pouco"

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