Cuidados Paliativos: atuação do psicólogo com pacientes terminais

Atuação do psicólogo com pacientes terminais
Atuação do psicólogo com pacientes terminais

Psicologia

16/09/2015

Já ouviu falar sobre cuidados paliativos? E sobre a contribuição do Psicólogo no Serviço de Cuidados Paliativos a pacientes terminais? Cuidados Paliativos é um serviço fundamental na garantia dos direitos, dignidade e qualidade de vida de pacientes sem chances de cura em proximidade com a morte.


Para garantir o serviço de cuidados paliativos faz-se necessário uma equipe multidisciplinar que esteja preparada para lidar com sofrimento humano e com a morte. Esses profissionais da saúde necessitam aprimorar formação científica para melhor atender e compreender o processo vivido pelo paciente terminal. É primordial que a equipe adquira as ferramentas decisivas para construção de uma relação baseada na confiança com paciente e com os familiares.


O principal objetivo da equipe multidisciplinar em cuidados paliativos é ajudar a proporcionar uma boa morte para o paciente. Para tal finalidade, é necessária a criação de vínculo de confiança na relação paciente-família-equipe para que possa ser estabelecido um plano terapêutico de assistência integral com atendimento digno, qualidade de vida do paciente como agente ativo no tratamento.


São vários profissionais que compõem a equipe como a classe de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, dentistas, terapeutas ocupacionais, conselheiros espirituais, assistentes sociais, fonoaudiólogos e psicólogos. Destaca-se, portanto, a contribuição do papel do psicólogo junto ao paciente e ao suporte emocional aos familiares e equipe.


Durante a fase final da vida, o paciente conta com o manejo da equipe de saúde que deve prepara-lo para o momento da morte, assim como aos seus familiares, encorajar a comunicação entre ambos sobre os assuntos preocupantes e pendentes, auxiliar no processo de despedida, morte, luto e sentimentos de culpa ou arrependimento. Assim, a equipe multidisciplinar precisa ter conhecimento dos estágios descritos pela autora Kübler-Ross em seu livro “Sobre a Morte e o Morrer” para o efetivo atendimento e acompanhamento ao paciente terminal.


São cinco estágios pelos quais passam os enfermos diante da aproximação com a morte: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. O paciente, ao viver os estágios persiste com esperança e passa a desenvolver a sensação de que tudo tem um sentido, então, dessa forma minimiza o impacto com o processo de morte. A equipe, em ênfase o Psicólogo, auxiliam o paciente no suporte emocional para a terminalidade de vida.


Alguns princípios regem os cuidados paliativos em relação à prática do psicólogo. Destacam-se:


- promoção e controle da dor e de outros sintomas causadores de estresse;

- assistência e orientação sobre a morte como um processo natural;

- suporte familiar;

- garantia da autonomia do paciente;

- integrar os aspectos clínicos com dimensões psicológicas, familiares, sociais, espirituais e ocupacionais;

- fomento à importância da união da equipe multidisciplinar para efetividade no cuidado integral às necessidades do paciente;

- garantir maior qualidade de vida durante o tempo que restar ao paciente;

- auxiliar equipe de saúde com controle do desgaste profissional e emocional durante a relação paciente-família-equipe através de uma comunicação eficiente;

- conhecimento dos medos e anseios do paciente e o suporte pautado em medidas de assuntos emergentes como despedidas, agradecimentos e reconciliações.


Para que os princípios possam nortear os atendimentos a relação com tríade paciente-família-equipe deve ser construída com muito respeito para formar laços de confiança. A partir do momento que o vínculo estabelece com o paciente, o mesmo sentirá segurança para viver o tempo que resta de vida junto aos familiares e apoio da equipe. As ferramentas principais no encontro e cuidado ao paciente são: respeito, acolhimento, escuta, comunicação, empatia e compaixão.


Deve ser assegurada ao paciente a garantia de autonomia, autocuidado, espaço para relatar história de vida, expressão dos sentimentos e emoções, dignidade, bem-estar e garantias de outros direitos não mencionados neste artigo. O paciente deve ser percebido como sujeito de uma vida e história e não como prisioneiro de uma doença.


Enfim, o trabalho do psicólogo consiste em facilitar o processo do cuidar paliativo com foco a oferta de qualidade enquanto houver vida e propiciar ao paciente e aos familiares escuta de suas necessidades.

 


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Fernanda Paludo

por Fernanda Paludo

Psicóloga pela UNIARA- Centro Universitário de Araraquara, Especialista em Gestalt-terapia clínica pelo Instituto DAISEN de Marília. Especialista em Saúde Mental pela Universidade Dom Bosco. Cursando pós-graduação em Psicologia Hospitalar pela Faculdade Internacional Signorelli. Experiência na área clínica com pacientes oncológicos e familiares e em projetos habitacionais como educadora social.

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