28/01/2016
Recentemente, pesquisando sobre Transtorno Dissociativo de Identidade, que antes era chamado de Transtorno de Múltiplas Personalidades, acabei encontrando ao meio de diversos livros e filmes norte-americanos, um romance policial brasileiro que aborda a temática, e pelo que pude perceber, o mesmo fora lançado recentemente. Para quem se interessa pela temática vale à pena ler, pois, o autor foi bastante cuidadoso ao abordar o Transtorno, preocupando-se em mostrar minuciosamente os sintomas no decorrer da história.
Depois de feito breve apresentação da obra, vamos ao que realmente nos interessa. O livro "O Caso Atlântica" é um romance policial que conta a história de uma jovem professora de inglês, classe alta, e que vive passeando pelo submundo do Rio de Janeiro gastando o dinheiro dos seus pais. Maria Eduarda (nome da jovem), para mostrar que não é como qualquer outra patricinha sustentada pelos pais consegue um emprego em uma escola, contudo, após desentendimentos com a diretora acaba sendo demitida. Paralelo a isso, na Avenida Atlântica um caso misterioso ocorrera, um rapaz havia sido lançado de um carro, e a policia foi chamada para investigar o caso.
À medida que vão se passando os capítulos, novos personagens surgem, tais como: o Psicólogo Frederico Franco, que se apaixona pela jovem Maria Eduarda, contudo, ao meio de romances e novos personagens, o número de assassinatos só tende a aumentar, e o mistério é que ninguém tem ciência do assassino.
Então chegamos ao tema deste trabalho, pois no livro um personagem sofre bastante com o Transtorno Dissociativo de Identidade, e é possível observar como uma característica marcante a presença de outra personalidade, que segundo o DSM-IV é considerado como um dos critérios para o diagnóstico, além disso, o que chamou minha atenção é o esquecimento do personagem das outras personalidades, que também segundo o DSM-IV é um dos critérios diagnósticos. Logo, com base apenas nesses dados já poderíamos chegar a uma hipótese diagnóstica.
O que mais me chamou a atenção foi à psicóloga Anne Maio se envolver sexualmente com o personagem, e não desconfiar em nenhum momento que ele apresentava algum sintoma do Transtorno Dissociativo. Talvez o autor quisesse mostrar o quão desinteressante e supersticioso é para o meio científico a temática, afinal, vários casos reais foram desconsiderados pela ciência. O autor também escreve uma cena para caracterizar o surgimento da Psicanálise, quando Frederico mantém relações sexuais com a sua namorada Maria Eduarda no divã, e nos faz pensar nas relações de Freud e Jung com as suas pacientes.
A forma como o autor construiu a trama fora espetacular, pois trouxe um tema pouco abordado no campo científico, e o mesmo se preocupou com a construção de cada personagem, e principalmente do que possui o Transtorno Dissociativo. Mesmo sendo uma temática muito abordada pela literatura e pelo cinema, recentemente, saiu uma reportagem falando sobre uma mulher com transtorno de personalidade que sofre de cegueira psicológica. Seria o momento da ciência se debruçar sobre o transtorno? Mesmo diante de tantos fatos expostos na mídia, a Psiquiatria e a Psicologia continuarão sendo céticas a esse evento?
São essas as questões que deixo para reflexão, e por fim, gostaria de deixar o meu agradecimento ao autor Tácio Moinhos Mendes pela excelente obra, que me fez refletir bastante sobre os possíveis campos de pesquisa no que tange a ciência psicológica. Outro ponto que gostaria de agradecê-lo é pelo fato da obra ser um romance policial, e que se passa na cidade do Rio de Janeiro, e com todo um aspecto brasileiro.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Paixão pela leitura e escrita, pesquisador, graduando em Psicologia, quarto semestre, pretendo continuar à compartilhar o conhecimento que até então adquiri, e acredito que posso muito bem servir de inspiração para muitos outros que também são apaixonados pela leitura, pesquisa e a escrita.
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