A eficácia da terapia cognitivo comportamental no tratamento da dor crônica

Psicologia

03/03/2016

A  eficácia da terapia cognitivo comportamental

no tratamento da dor crônica

 

              A dor sempre foi objeto de estudo do ser humano e tem um caráter subjetivo, podendo ser compreendida de forma diferente por cada pessoa.

               Enquanto a dor aguda é um sintoma de alerta e está relacionada a afecções traumáticas infecciosas ou inflamatórias, sendo bem definida e transitória, a dor crônica é caracterizada como aquela que persiste além do tempo necessário para a cura da lesão, com um processo de longa duração e com limites mal definidos, sendo, deste modo, uma importante causa de incapacitação humana. (Castro, M.M.C.; Lopes, J.M. 2014). Afeta o indivíduo em seu contexto biopsicossocial interferindo na sua produtividade, resultando em incapacidade temporária ou permanente para o trabalho, para as atividades de vida diária e para a participação social. Além de apresentar fisiopatologia específica para o seu quadro álgico, o portador de dor crônica ainda é vulnerável a estímulos ambientais, os quais geram comportamentos e cognições disfuncionais. Por se tratar de uma experiência física e emocional, resultante da interação entre fatores biológicos, cognitivos, afetivos e comportamentais, pode, ainda, ser  acompanhada de quadros ansiosos e depressivos.  

                  Neste contexto, várias  pesquisas  tem sido realizadas no sentido de conhecer abordagens, terapêuticas úteis no acompanhamento de pacientes portadores de dor crônica. 

                  A abordagem cognitivo comportamental tem sido utilizada como um tipo de tratamento não medicamentoso, e  pressupõe que o modo como as pessoas interpretam as situações será determinante da maneira como ela irá se sentir afetiva e fisiologicamente, e de como irá se comportar. Também propõe o reconhecimento das vinculações entre pensamento, afeto e comportamento. Visa, ainda, examinar as evidências a serviço de pensamentos que são automaticamente distorcidos, e ensina o sujeito a substituir esses pensamentos por interpretações mais lógicas e orientadas para a realidade, determinando afeto e comportamento mais positivos (Copetti, M. 2015).Através da modificação de padrões cognitivos distorcidos ou disfuncionais, pode-se obter uma melhora global do funcionamento do individuo, busca portanto, reestruturar os pensamentos e as crenças relacionadas aos sintomas, para este que possa encontrar estratégias comportamentais mais adequadas e funcionais para o seu dia a dia. No que se refere ao tratamento da dor crônica, a terapia cognitivo comportamental busca, portanto,  dar enfoque às distorções cognitivas, às crenças disfuncionais referentes ao quadro álgico e às suas implicações no cotidiano dos sujeitos.

          Trabalhar com pacientes portadores de dor crônica é um desafio, principalmente em decorrência do sofrimento psíquico que acompanha o físico. Ao receber um paciente com este tipo de sintomas  é preciso ter flexibilidade, procurando compreender o problema. É fundamental procurar entender o problema apresentado, a situação atual da vida, o funcionamento global do indivíduo ao longo do seu desenvolvimento, suas experiências traumáticas observando como ele organiza a sua própria história como se relaciona com as pessoas, os seus principais conflitos e principalmente como se relaciona com o sintoma da dor, ou seja que compreensão ele traz da dor e que significado ela assume em sua vida. O profissional deve buscar uma vinculação e  adesão ao tratamento a fim de que possa atuar no processo de mudança de crenças.

              A Terapia  cognitivo comportamental tem se mostrado eficaz no tratamento e enfrentamento dos quadros álgicos trazendo melhoras na execução das atividades de vida diárias. Ainda que não exista a possibilidade de  cura, o controle do quadro doloroso e a possibilidade de se obter um comportamento adaptativo já trará benefícios e melhora na qualidade de vida do paciente.

 

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Stella Márcia Moreira da Rocha Farinazzo

por Stella Márcia Moreira da Rocha Farinazzo

Graduação e licenciatura em Psicologia pelo CES-JF (1982); Especialização em Neuropsicologia Clínica e Educacional pelo CES-JF (CRP O4 - 2004); Especialização em Psicologia Clínica (CRP 04 - 2002); Graduação "Lato Sensu", em psicologia clinica: terapia cognitiva comportamental - do CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA -UNIARA (2016); Atividade profissional em consultório e na empresa Acispes-JF.

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