O entrevistador deve ser um profissional experiente e hábil na arte de entrevistar.
Recursos Humanos
06/05/2015
Vamos basear o conteúdo deste tópico, que abrange a entrevista sob o ponto de vista social, na pesquisa da autora Anne Fenlasson, publicada no livro Essentials of Interviewing de 1962. Sua obra reforça a ideia que o objetivo da entrevista é:
• Alcançar as informações.
• Compreender a realidade.
• Oferecer auxílio e aconselhar.
Segundo a autora, o entrevistador deve ser antes de qualquer coisa um profissional experiente e hábil na arte de entrevistar, saber lidar com a complexidade do comportamento humano, fatores ambientais e preparação para compreender o entrevistado com base em fatores como percepção e aceitação às diferenças de cada pessoa no que diz respeito a ambiente, experiência, hereditariedade, etc.
O fator social se aplica muito à questão cultural. Afinal, a cultura deve sempre ser levada em consideração porque ela afeta diretamente a atitude e o comportamento do entrevistado, assim como a herança social.
Segundo Anne Fenlasson (1962), existem nove conceitos consideráveis de cultura aplicáveis ao trabalho do entrevistador, que são:
a) Toda cultura é da maior importância para o seu possuidor e é estranha apenas às pessoas de outras culturas.
b) Para entender pessoas de outras culturas é preciso poder apreciar a sua cultura.
c) A pessoa que funciona dentro de uma cultura é parte dela e cada fase de sua vida reflete essa mesma cultura.
d) O comportamento pode ser entendido como uma reação a estímulos distantes mais do que a estímulos imediatos.
e) O conhecimento de condicionamentos específicos aos quais um indivíduo se sujeitou mostra a relação funcional de coisas que não seriam explicáveis pela lógica.
f) Uma pessoa pode estar dentro de uma cultura física e geograficamente e, no entanto, não estar psicologicamente.
g) Para se entender o comportamento atual de uma pessoa é preciso vê-la como um corte do passado.
h) Se conhecermos o comportamento anterior, podemos predizer certos tipos de comportamento presente ou futuro.
i) Todos os mundos culturais são de certa forma fechados e completos em si mesmos; daí serem normais os conflitos e atritos.
Ainda segundo Anne Fenlason (1962), o entrevistador deve ter em vista os conceitos mais importantes sobre personalidade, que são:
a) O indivíduo é um ser humano que funciona e é condicionado pelo ambiente e pelas suas experiências anteriores.
b) As necessidades emocionais têm prioridade sobre a razão.
c) O comportamento humano é sistemático, dirigido a um propósito, e responde a necessidades internas profundas.
d) O comportamento pode ser entendido apenas em termos de aceitação emocional e intelectual.
e) Resultados construtivos e duradouros advêm de experiências satisfatórias e bem-sucedidas.
f) Há uma tendência para ser aquilo que os outros consideram que somos.
g) O comportamento pode ser um sintoma de desordens na própria sociedade, como também uma falha em ajustar-se a ela.
h) Uma pessoa não pode atingir suas potencialidades a menos que suas necessidades físicas e emocionais sejam atendidas.
i) As ideias só se tornam ativas quando carregadas dos desejos e necessidades profundas do indivíduo.
j) A modificação do comportamento resulta quando as limitações da realidade são enfrentadas.
A pesquisa demonstra a importância do papel do entrevistador na condução de uma entrevista de emprego em que ele deve estar preparado para avaliar cada entrevistado como ser humano único, conhecer sua personalidade e identificar-se com ele, como um indivíduo que carrega qualidades, defeitos e metas a alcançar. Saber evitar se envolver emocionalmente e se deixar levar pelas necessidades e sentimentos do entrevistado também é importante.
Muitas entrevistas que não foram eficientes e não alcançaram seus objetivos são creditadas, em muitos casos, ao material humano (entrevistados) insatisfatório. Ou seja, alguns entrevistadores culpam o entrevistado pelo insucesso de sua entrevista, como se ele não tivesse o perfil ideal para a vaga e assim o objetivo da contratação não se realiza por simplesmente não encontrar o candidato certo no processo.
Mas, ele pode não perceber que o insucesso pode ser negligência do próprio entrevistador que se baseia em um conjunto de regras de entrevistar ou em um manual de perguntas padronizadas e assim não compreendem (ou nem tentam compreender) a personalidade e o íntimo do entrevistado.
Concluímos então que o entrevistador deve sempre se basear em diferentes pontos de vista quando for elaborar e conduzir uma entrevista de emprego. E não seguir formulários com perguntas padronizadas aplicáveis a qualquer tipo de pessoa.
A entrevista de emprego não pode ser entendida como um questionário de sim e não, mas como uma conversa em que devemos nos colocar no lugar da outra pessoa, deixá-la à vontade e assim possibilitar a ela se abrir e, desta forma, nos passar todas as informações pessoais que esperamos.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Colunista Portal - Educação
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