20/11/2014
DISNEYLÂNDIA BRASILEIRA DO TURISMO SEXUAL
E quem sabe do amor.
INTRODUÇÃO:
Modo atrevido ou modo ingênuo, na “Help” as meninas negociam suas tarefas sexuais através de dança escancarada, ou mais sútil, porém, através de um balé de passos extravagantes, a noite será uma eterna criança, para a consumação final: A lembrança típica, que o gringo irá levar como souvenir obrigatório do país, onde se vive mal, e em seu juízo de valor é uma “merda”, mas que quanto ao sexo (com as nativas sensuais) “is very hot”.
Ir ao Brasil e “não comer ninguém” para um inglês visitante (turista acidental), ou melhor, um turista que também pode ser chamado de sexual acidental, é uma blasfêmia, e apesar deste entrevistado da pesquisa antropológica de Ana Paula da Silva e Tahddeus Blanchette ter ficado um pouco decepcionado por saber que todas as mulheres que seu amigo “namorou” no país em viagem antes dele, eram putas; ele também quis “comprar o souvenir tropical”.
Então ele resolveu levar para casa a prova de um do souvenir mais extasiante das terras “não ocidentais” segundo eles: Brasil com seu território mais sensual; Rio de Janeiro, e direto da “cobiçada Princesinha do Mar” com sua famosa boate Help, em Copacabana.
DESENVOLVIMENTO:
O deslocamento transnacional é ambicionado pelas mulheres que trabalham na boate Help, isso fica claramente constatado pela pesquisadora quando ela mergulha – in loco, ou seja, no camarim/banheiro onde as planificações destas garotas de programa são verbalizadas.
Algumas sonham até mesmo com o casamento com homens europeus e norte-americanos, e quando indagadas sobre um possível fracasso no engendramento: O otimismo simplório as toma, e elas respondem: Tudo bem, eu volto e continuo na lida, ou se der sorte, posso permanecer no outro continente ganhando bem melhor pelos meus serviços... Imbrica-se outros valores ao turismo sexual carioca, os analisados na pesquisa dos autores supracitados: gringos moradores, ou gringos de passagem, com certeza buscavam o sexo como principal atração nas mulheres brasileiras que na concepção de alguns praticavam um sexo selvagem, para sobreviver, afinal de contas, em seu país nativo, as oportunidades são nulas: OU SE MORRE DE FOME, OU SE VENDE O CORPO.
Os grupos são os principais agentes da socialização e dependemos deles para atender a uma série de necessidades, tanto materiais quanto afetivas, observando-se um grupo social, a primeira evidência é tratar-se de um conjunto de pessoas. Mas isto não basta, pois não é qualquer conjunto de pessoas, ao acaso, em um transporte comunitário, ou andando na rua que o constituíram, e sim a motivação que os reúne como tal, e a amostragem estudada com o tema supracitado, com os atores envolvidos para a realização de tal artigo, é formada por Homens com o objetivo de realizar turismo sexual.
CONCLUSÃO:
O que acontece então com a cultura, neste caso específico? A integração cultural coexiste com processos de desintegração, intensificados pelos contatos interculturais e pelas migrações. A desintegração cultural começa através do choque cultural, conflito resultante do contato entre duas culturas significativamente diferentes, chegando ao seu extremo com a marginalidade cultural. A aculturação nasce do choque cultural, que pode gerar autonomia, heteronomia, ou o fenômeno raro da integração.
Os mongers, e os hobbyist, os primeiros tem precaução com sua saúde: física e moral, e os segundos realizam tal turismo por hobby, ou seja, como quem exerce um passatempo: são empresários nacionais e internacionais, como membros da casta política nacional; eles são na maioria casados, e bem sucedidos, e aproveitam quando suas esposas viajam, para exercer sua atividade predatória, com tranquilidade, e sem maiores comprometimentos: Para eles namorar seria um grande prejuízo, que traria danos irremediáveis a estabilidade familiar/politica/financeira.
Eles acabam por formar clãs masculinos de ostentação ao que tange à diversão turística sexual, e isso é um símbolo de status e poder, os solteiros, tem o afã de se relacionar com todas as mulheres que puderem, para ao casarem já estarem saciados para uma vida quase monástica.
Nessa incursão social neste macrocosmo e microcosmo, circula também um elemento que turistifica o amor em sua viagem à procura de sexo, e ele será aquele cavalheiro que quer seduzir uma donzela “de verdade” aquela santa, que poderia tornar-se sua esposa, e que sob o manto da ingenuidade, transita naquele território selvagem onde o elemento sexual é a moeda de troca mais ofegante e valioso para o turista: Pertença a ele a categoria que for.
VAL REITER
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Professora de História e Biologia. Escritora, poeta, atriz, com várias peças escritas e encenadas, livros publicados, Antologias poéticas e prêmios em ambas as áreas. Atualmente dirige o Grupo teatral "Os Atemporais" na cidade de Petrópolis, na Cidade de Petrópolis, onde reside. Ocupa a Cadeira 56 da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. Cursa cinema também.
UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA, com sede na cidade de São Paulo, SP, na Alameda Barão de Limeira, 425, 7º andar - Santa Cecília CEP 01202-001 CNPJ: 17.543.049/0001-93