Existem três grupos de cobras venenosas: as botrópicas, corais e crotálicas.
Em termos de acidentes: jararacas, cascavéis, corais e surucucus são as mais comuns.
Os cães geralmente são picados na região do focinho, peito e pescoço devido à curiosidade deles, se aproximam para cheirar a cobra.
A ocorrência em gatos é menor, por ser uma espécie mais desconfiada.
É importante saber o tipo de cobra que o picou para tratar adequadamente.
Cada cobra provoca uma sintomatologia diferente.
Sinais Clínicos
• Marcas de dentes (dois furos);
• Hemorragia local;
• Dor;
• Edema ;
• Vômito em alguns casos;
• Dificuldade respiratória;
• Paralisia ;
• Convulsão e choque também podem ocorrer.
Sintomatologia de acordo com tipo de cobra
Jararaca
Pertence ao gênero Botrops.
Responsável por quase 90,5% dos acidentes.
Medem de 40com até dois metros.
Sintomas do envenenamento: dor, inchaço muito evidente, manchas
arroxeadas na pele e sangramento no local.
Pode aparecer sangue na urina.
Ação do veneno é proteolítica (causam necrose), coagulante (leva ao consumo de ibrinogênio e plaquetas) e hemorrágica.
Complicações: pode ocorrer gangrena, bolhas ou abscesso no local da picada; insuficiência renal aguda.
Esse tipo de cobra tem várias espécies, mas se caracterizam basicamente por um buraco profundo localizado entre olho e narina, pupilas elípticas e presas frontais. Retráteis. Responsável por quase 7,7% dos acidentes no homem, chegam a medir 1,8 metros.
Possui na ponta do rabo um chocalho.
Cascavel
Sinais de envenenamento incluem:
• Ferimentos perfurantes sangrando
• Dor severa e imediata
• Edema
• Petequeias e equimoses.
• Necrose tecidual subseqüente
Sintomas do envenenamento: (até 3 horas após o acidente)
Sinais neurológicos: depressão respiratória,
O veneno causa alterações na visão (animal tonto), dor muscular e urina avermelhada.
Complicações: insuficiência renal.
Tratamento: monitorar o animal por 24 horas.
Iniciar o tratamento o quanto antes;
Administre 10mg de difenidramina ou 25 mg para cães maiores (ajuda acalmar a vítima);
Fluidos EV (ringer-lactato, Nacl 0,9% ou colóides) iniciar terapia agressiva para evitar mortes por colapso cardiovascular.
Cobra Coral
Apesar de muito venenosa e perigosa, acidentes com essa cobra são muito raros. Isso porque ela vive boa parte do tempo embaixo do solo, não sendo comum encontrá-la. Responsável por menos de 0,4% dos acidentes.
Difícil diferenciar as corais verdadeiras das falsas, não venenosas.
Vivem escondidas em tocas e aparecem em inundações.
O veneno é muito potente e pode matar em minutos.
Sinais:
Vascilações;
Fraqueza;
Dificuldade de engolir;
Aspiração;
Paralisia bulbar com colapso respiratório.
Pequenos ferimentos perfurantes;
Sintomas do envenenamento: sinais neurológicos como dificuldade de abrir os olhos, falta de ar, dificuldade em engolir, insuficiência respiratória aguda.
Tratamento
• Soro polivalente veterinário, que neutraliza os venenos de jararaca, cascavel e surucucu.
• A quantidade de soro usada vai depender da gravidade do envenenamento.
• O uso de antibióticos se faz necessário, para evitar infecções secundárias.
• Antiinflamatórios para diminuir a dor e inchaço.
• Anti-hemorrágicos para combater o sangramento.
• Tanto o animal como o ser humano pode sobreviver a um acidente com cobras, desde que medicados a tempo.
• Ninguém se torna imune ao veneno após ser picado e sobreviver, ou após receber o soro.
Envenenamentos
Existem basicamente três situações que o veterinário se depara comumente:
1. O animal se apresenta com uma história desconhecida, e pode ter vários sintomas.
2. O animal se apresenta com sintomas tóxicos de um veneno conhecido acerca do qual o veterinário pode conhecer um pouco ou para o qual o antídoto possa não estar facilmente disponível.
3. O animal é apresentado com sintomas tóxicos de um veneno conhecido com o qual o veterinário está familiarizado e para o qual existe um antídoto.
A terceira situação é demasiadamente rara na medicina veterinária.
Nos cães, as intoxicações mais frequentemente descritas são com raticidas, remédios humanos, plantas e inseticidas.
Nos gatos, as intoxicações mais frequentemente descritas são com inseticidas, plantas, remédios humanos e remédios veterinários.
Sinais clínicos
Não é raro um animal, cão ou gato, ingerir um produto que possa lhe causar intoxicação. A maioria dos princípios tóxicos causa vômitos, diarreia, dilatação ou contração das pupilas, apatia e, em casos mais graves, convulsões ou outros sinais neurológicos (incoordenação, mudança de comportamento, etc.).
A intoxicação pode ocorrer também se o tóxico for absorvido pela pele. Assim, cães e gatos com ferimentos não devem receber tratamento anti-pulgas, carrapaticida ou acaricida (contra sarna), usando produtos inseticidas.
Não deixe que o animal lamba a espuma ou a água durante o banho com esse tipo de produto.
Diagnóstico
Histórico e aconselhamento ao cliente antes mesmo de chegar a clinica é fundamental, e pode salvar a vida do paciente intoxicado.
Deve-se perguntar ao cliente informações do tipo: - Qual é a substância suspeita? Há quanto tempo foi a exposição? A substância foi engolida ou se encontra na pele ou olhos do animal? Como o paciente está agindo? Há quanto tempo o paciente vem agindo desta forma?
Fornecer instruções de primeiros-socorros:
Induza o vômito, e se for possível, guarde o vômito:
a) Os eméticos esta à mão na maioria das casas incluem:
Sal de cozinha: 1 a 3 colheres de chá nos cães.
Água oxigenada: 5ml.
b) Não induza o vômito se parecer que o animal ingeriu substâncias corrosivas (como ácido ou base fortes) ou substâncias à base de petróleo (queroseni). Em vez disso, administre água para diluir o veneno.
Se o animal tiver tido uma exposição cutânea ou ocular ao material tóxico ou corrosivo deve-se aconselhar o proprietário a começar a lavar imediatamente o olho ou a pele com volumes ilimitados de água morna ou solução de lavagem de lentes de contato.
Se o paciente estiver excitado ou tiver convulsões, aconselhe os proprietários a tentar proteger o animal de se auto traumatizar.
Também lembre os proprietários de não se preocupar com o fato do animal “engolir a sua língua”, por conta do interesse da segurança deles mesmos.
Tratamento
Antídotos (atropina no caso do chumbinho, vitamina K no caso de dicumarínicos, etc)
Receber as informações dos centros de informações de cada veneno.
Provocar emese, lavagem e catarse, bem como sustentação das funções cardiovascular, inspiratória e renal no paciente criticamente enfermo.
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por Colunista Portal - Educação
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