Princípios essenciais de tratamento do envenenado

Médico Veterinário deve ser ágil com casos de envenenamento
Médico Veterinário deve ser ágil com casos de envenenamento

Veterinária

28/11/2012

* Estabilize os sinais vitais
* Obtenha a anamnese e avalie o paciente.
A estabilização dos sinais vitais deve ter quatro objetivos principais de tratamento:

1. Mantenha a respiração - Proporcione uma fonte de oxigênio imediata se o paciente demonstrar qualquer grau de comprometimento respiratório. Para um suprimento imediato de oxigênio a curto prazo, uma máscara de cânula traqueal cutânea torna-se apropriada. Para um suprimento de oxigênio em longo prazo, são adequadas uma cânula intranasal, intubação endotraqueal e uma tenda de oxigênio. Pode-se administrar o doxapram (5-10 mg/kg IV) como estimulante respiratório. Uma assistência ventilatória pode se tornar necessária e deve-se empregá-la, se for necessário.

As substâncias irritantes ou corrosivas podem causar danos tais à mucosa orofaringeana, que se pode exigir uma traqueostomia.

2. Mantenha a função cardiovascular - Deve-se colocar um cateter endovenoso imediatamente e utilizá-lo para a administração de antiarrítmicos (p.ex: digoxina, na dose de 0,04-0,10 para cães e 0,005-0,0150mg/kg para gatos) e fluido terapia, conforme for necessário.

A solução de Ringer-lactato é o fluido inicial de escolha; podem-se fazer posteriormente ajustes à fluido terapia com base nos eletrólitos e na bioquímica sérica. Algumas toxinas podem causar arritmias severas, e qualquer paciente criticamente enfermo se encontra em um risco elevado para arritmias. Deve-se empregar rotineiramente uma monitoração eletrocardiográfica e tratar as arritmias de acordo com a terapia padrão. Algumas toxinas causam hemólise ou metemoglobinemia; algumas causam coagulopatias - devem-se encontrar disponíveis - sangue completo, hematócrito e plasma congelado, e usá-los se for necessário.

3. Controle a excitação do sistema nervoso central -
O diazepam é a droga de escolha para o controle inicial da excitação do SNC, mas pode necessitar ser seguido imediatamente por relaxantes musculares.

Os animais que estiverem em um estado epiléptico subsequente a um envenenamento devem ser classificados como de alto risco e o clínico deve perceber que eles podem não exigir a dose completa normal para a indução.

Pode-se utilizar o fenobarbital (3 -30 mg/kg) endovenoso para manter o controle em longo prazo dos ataques convulsivos; no entanto, os clínicos devem assegurar que o material tóxico esteja sendo efetivamente eliminado a partir do corpo antes de usar sedativos de longa ação que podem mascarar a presença contínua do veneno.

4. Controle a temperatura corporal- Os animais podem se apresentar hipo ou hipertérmicos, dependendo da toxina ingerida e do estágio da intoxicação. A hipotermia pode ser tratada com almofadas aquecedoras e bolsas de água quente para proporcionar uma fonte de calor. A hipertermia pode ser tratada por meio de um banho rápido do animal em água morna, até que a temperatura retal atinja 39,5°C. Se forem utilizados sedativos ou anestésicos, a hipertermia inicial se resolverá rapidamente devido à perda do controle termo regulador, e não se deve realizar o banho.

Quando se atinge a estabilização inicial dos sinais vitais, o veterinário pode então discutir a anamnese do paciente com o proprietário.

Deve-se procurar as substâncias venenosas em questão para adquirir mais informações sobre o tratamento.

Procurar saber a cronologia dos sinais, ou seja, foi superagudo? Agudo? Ou crônico? Isso é importante para o tratamento.

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