Massagem cardiaca e intubamento são procedimentos de emergência
Veterinária
28/11/2012
Lembrar sempre que o paciente em parada cardiorrespiratória não sobrevive mais que 4 minutos, mesmo que se inicie ressuscitação efetiva após esse período.
O objetivo principal da ressuscitação cardiopulmonar é prevenir a lesão cerebral irreversível e restaurar o funcionamento efetivo do coração e pulmão.
Os procedimentos básicos de ressuscitação cardiopulmonar compreendem medidas de apoio respiratório e circulatório:
• Se o animal não estiver intubado proceder a intubação oro traqueal e assegurar ventilação pulmonar.
• Fazer cinco movimentos insuflatórios antes de iniciar a circulação artificial.
• Manter a frequência de 12 movimentos/minuto.
• Simultaneamente a estas medidas suspender a administração anestésica, elevar os quadris e baixar a cabeça do paciente.
• Se a intubação for feita com o paciente em decúbito dorsal ou esterno-abdominal a cabeça não deve ser elevada acima do plano cardíaco durante a manipulação;
• Estabelecer ventilação pulmonar, preferencialmente, com alta concentração de oxigênio (com máscara: 3 a 5 litros/min. para cães e gatos);
• Instituir massagem cardíaca externa.
• O paciente deve ser colocado em decúbito dorsal ou lateral.
• Comprimir com uma ou ambas as mãos a parede torácica superior contra a inferior.
• A compressão deve ser efetuada sobre a 6a costela quando em decúbito lateral.
• Se for adotada bandagem compressiva do abdômen, maior fluxo sanguíneo será dirigido ao cérebro, essa bandagem devera ser feita através de uma atadura fortemente enrolada ao redor do corpo do animal.
• Na massagem cardíaca direta (recomendada em animais com mais de 20kg) clampear ou comprimir digitalmente a aorta torácica.
• A eficiência da massagem é comprovada pelo pulso femoral correspondente a cada movimento;
• A frequência dos movimentos compressivos deve ser de 120 por minuto para animais com menos de 5 kg; 80 movimentos por minuto naqueles de médio porte e 60 por minuto naqueles de grande porte;
• A ventilação pulmonar deve ser de uma insuflação a cada 5 compressões se houver um assistente. Caso contrário, dois movimentos respiratórios a cada 15 compressões.
• Canular uma veia para administração de soro (melhorar o retorno venoso) e fármacos.
• A massagem cardíaca deve continuar para que o fármaco circule pelas coronárias. A menos que seja feita toracotomia ou pericardiotomia deve-se evitar a injeção intra-cardíaca de adrenalina. Está comprovado que injeção acidental deste fármaco no músculo cardíaco pode causar fibrilação irreversível. A administração intra-traqueal, intrapulmonar ou intraóssea é mais eficiente que por flebocentese ou intra-cardíaca;
• Administrar 0,1 a 0,5 ml de adrenalina em diluição 1:10.000 intra-cardíaca e continuar a massagem cardíaca. Dá-se preferência à adrenalina porque a noradrenalina (50 a 100 µg) pode intensificar a vasoconstrição periférica e reduzir a perfusão tecidual.
• O bicarbonato de sódio não deve ser usado no início da ressuscitação cardiorrespiratória, pois tem sido associado com agudização da falência respiratória, acidose celular paradoxal, hipernatremia severa e coma hiperosmolar.
• Tem sido recomendada a administração de cloreto de cálcio (10 a 30 mg/kg) intravenoso ou intra-cardíaco para proporcionar maior passagem de cálcio para a célula através de despolarização da membrana celular. Como a adrenalina aumenta a permeabilidade da membrana celular ao cálcio seria obtido um sinergismo que aumenta a disponibilidade de cálcio para contração das fibras do miocárdio. Indicação para administração do cálcio deve ser restrita aos casos em que a parada cardiorrespiratória seja induzida por bloqueadores dos canais de cálcio, como na sobre dose de halotano.
• Após restabelecimento dos batimentos cardíacos tem sido recomendado iniciar o gotejamento venoso de isoproterenol (1 mg) diluído em glicose 5%. A administração é feita em velocidade suficiente para obter frequência cardíaca entre 80 e 140 batimentos/minutos. O isoproterenol aumenta a excitabilidade e força contrátil do miocárdio incrementando a frequência e débito cardíaco. Atualmente não é mais indicado devido aos efeitos vasodilatador periférico (efeito b) e aumento na demanda de oxigênio pelo miocárdio o que causa uma significativa diminuição na efetividade da ressuscitação cardiopulmonar.
• É preferível o uso da dopamina se houver necessidade de reverter bradicardias; mantiver em oligúria, com volemia estável, iniciar o gotejamento venoso de dopamina (50 mg) diluída em solução de Ringer lactato (500 ml). Em dose inferior a 10 µg/minuto a dopamina causa dilatação seletiva dos vasos renais e esplâncnicos diminuindo a isquemia visceral e aumentando o fluxo sanguíneo para o rim e consequentemente o débito urinário do paciente em choque.
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por Colunista Portal - Educação
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