Hérnia Perineal Animal

A hérnia perineal é mais comum em cães machos
A hérnia perineal é mais comum em cães machos

Veterinária

17/01/2013

Hérnia perineal resulta do enfraquecimento e separação dos músculos e fáscias do diafragma pélvico, promovendo deslocamento caudal de órgãos abdominais ou pélvicos para a região do períneo.
A hérnia perineal é mais comum em cães machos intactos sendo mais raros em cadelas e gatos. Podendo ser uni ou bilaterais.
Associada à atrofia neurogênica do músculo elevador do ânus em cães.

Nos gatos surgem como complicação secundária à uretrostomia perineal, megacólon idiopático, doença do trato urinário inferior, colite crônica e tumores perineais. Alguns são considerados idiopáticos por não apresentarem correlação com nenhuma outra enfermidade.
-Principais causas e fatores de risco:
Prevalência maior em animais do sexo masculino e idosos (mais de seis anos).
Megacólon idiopático: Principalmente uma patologia felina, embora ocasionalmente acometida em cães. São fatores de risco definido para a ocorrência de hérnia perineal devido á obstipação crônica que se origina.

Patologias prostáticas: prostatites, cistos prostáticos e paraprostáticos, hipertrofia prostática benigna e tumores.
Tumores anais tumores perineais, retopatias intercorrentes e diverticulites.
Predisposição genética: devido à fraqueza dos músculos que compõem o diafragma pélvico, em especial do músculo elevador do ânus e dos músculos coccígeos, ocasionados por uma falha genética.

Lesões nervosas: estudos histopatológicos evidenciaram lesões nos nervos sacrais e / ou pudendos em cães com hérnias perineais.
Inflamação do trato urinário inferior dos felinos: desordens do trato urinário inferior dos felinos (bexiga, ureteres e uretra), caracterizada por um ou mais dos sinais clínicos: polaciúria, hematúria, disúria, estrangúria e obstrução parcial ou completa da uretra.
Obesidade: Os animais obesos são mais propensos a desencadear essa síndrome.
Uretrostomia perineal: Relevante no caso de felinos, pelo rompimento das fáscias existentes entre o esfíncter anal externo e músculo coccígeo medial.

O períneo é a parte da parede corporal que recobre a abertura caudal da pelve e circunda os canais anais e urogenitais. O diafragma pélvico é composto pelos músculos elevador do ânus e coccígeo, pelo ligamento sacrotuberoso (ausente nos felinos) pelo músculo glúteo superficial, pelo músculo obturador interno e pelo músculo esfíncter anal externo. Os músculos do diafragma pélvico formam uma abertura em funil caudalmente para passagem do reto e do ânus.

Músculo coccígeos: Se originam na espinha isquiática no piso pélvico e se inserem ventralmente na segunda a quinta vértebras caudais. Os músculos coccígeos pareados são músculos espessos, que repousam lateralmente aos músculos elevadores anais finos.
Músculo obturador interno: Se origina á partir da tábua isquiática e bordas cranial e medial do forame obturador. A inserção ocorre através das fibras que convergem lateralmente e avançam sobre a pequena incisura isquiática até um tendão achatado e robusto inserido nos músculos gêmeos. Este tendão insere-se na fossa trocantérica do fêmur.

A irrigação vascular ocorre através da artéria femoral circunflexa medial que remete ramos e penetram na superfície ventral do músculo que reveste o forame obturador e os ramos da artéria glútea caudal proporcionam irrigação colateral. Ao passar sobre a grande incisura isquiática, o nervo isquiático remete um ramo caudalmente na direção da parede do músculo que reveste a pequena incisura isquiática.
Músculo glúteo superficial: É originado cranialmente pela fáscia glútea, a parte lateral do sacro, a primeira vértebra caudal, e a metade cranial do ligamento sacrotuberoso (ausente nos felinos).

Sua inserção ocorre através de um tendão largo e achatado avançando sobre a superfície lateral do trocanter maior indo inserir no terceiro trocanter. A irrigação vascular ocorre através dos ramos da artéria glútea caudal e penetram na superfície dorso medial do músculo, o nervo glúteo caudal, que pode originar tanto do nervo isquiático quanto do primeiro e segundo nervos sacrais, penetram na superfície medial da parte dorsocaudal do músculo.
Músculo esfíncter anal externo: É um músculo voluntário estriado que circunda o canal anal. Este esfíncter pode ser dividido em três partes. A parte cutânea situa-se diretamente sob a pele a pele, no tecido subcutâneo. As fibras superficiais, que direta ou indiretamente se inserem na terceira ou quarta vértebra caudal, avançam sobre a superfície lateral do canal anal e sacos anais e inserem-se no músculo constritor da vulva. As fibras profundas circundam o canal anal, avançando medialmente aos sacos anais. As fibras superficiais podem cruzar ventralmente ao ânus, ou podem intercambiar com fibras profundas. A irrigação vascular ocorre através de um ramo da artéria glútea caudal e a única inervação é o nervo retal caudal, que deixa o nervo pudendo ao nível da borda caudal do músculo elevador do ânus e penetra a parte caudodorsal do esfíncter anal externo na região da fossa isquiorretal.

Músculo retococcígeo: Se origina da camada muscular longitudinal do reto, avança caudalmente através de um arco formado pelo esfíncter anal externo até um canal anal. Este músculo insere-se na superfície ventral da quarta ou quinta vértebra caudal, fixando firmemente o reto ao esqueleto axial. É responsável pelo encurtamento do reto quando se levanta a cauda durante a defecação.
Elevador do ânus: Os músculos elevadores anais pareados originam-se o piso na pelve e na haste medial do ílio, se abrem ao redor dos lados do reto e, depois, se estreitam e se inserem ventralmente na última vértebra caudal.

Nervo pudendo: O nervo pudendo e a artéria e veia pudendas internas avançam até a fossa isquiorretal na superfície ventrolateral do músculo coccígeo, e em seguida evoluem caudomedialmente através da superfície dorsal do músculo obturador interno. Ramos do nervo pudendo inervam o esfíncter anal externo e a pele perineal antes que o nervo termine, o nervo pudendo e os vasos sanguíneos pudendos estão reunidos por tecido conjuntivo, e geralmente estão relacionados á parte ventral do saco herniário perineal.

Nervos perineais e nervo retal caudal: Seus ramos são originados do nervo pudendo, os nervos perineais originam-se da superfície dorsal do nervo pudendo e são responsáveis pelo suprimento do períneo e a pele do ânus e o nervo retal caudal pode originar-se de nervos sacrais, ou deixar o nervo pudendo na borda caudal do músculo levantador do ânus e é responsável pela inervação do esfíncter anal externo.
Ligamento sacrotuberoso: É uma fita fibrosa que corre do processo transverso da última vértebra sacral e da primeira vértebra caudal até o ângulo lateral da tuberosidade isquiática rostralmente ao diafragma pélvico Os gatos não apresentam o ligamento sacrotuberoso, porém está presente nos cães.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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