Características e propriedades da Energia Vital e sua relação com a Homeopatia

Homeopatia trabalha para que o organismo fique em harmonia
Homeopatia trabalha para que o organismo fique em harmonia

Veterinária

21/01/2013

Organon:

“No estado de saúde, a Força Vital (soberana) que dinamicamente anima o corpo material (organismo), governa com poder ilimitado e conserva todas as partes do organismo em admirável e harmoniosa operação vital, tanto em respeito às sensações como às funções. De maneira que o espírito dotado de razão que reside em nós, pode livremente dispor desse instrumento vivo e são para atender aos mais altos fins da existência” (§9).

Vitalismo é a doutrina que afirma a existência de um princípio irredutível ao domínio físico-químico para explicar os fenômenos vitais. Na concepção vitalista, o corpo físico dos seres vivos é animado e dominado por um princípio imaterial chamado força vital, cuja presença distinguiria o ser vivo dos corpos inanimados e sua falta ou falência determinaria o fenômeno da morte.

No Vitalismo, a força vital é definida como a unidade de ação que rege a vida física, conferindo-lhe as sensações próprias da vida e da consciência. Este princípio dinâmico, imaterial, distinto do corpo e do espírito, integra a totalidade do organismo e rege todos os fenômenos fisiológicos. O seu desequilíbrio gera as sensações desagradáveis e as manifestações físicas a que chamamos doenças.

No estado de saúde mantém todas as partes do organismo em harmonia.

Sua natureza não pôde ser até hoje comprovada, mas admite-se que estaria próxima de outras manifestações energéticas do ser vivo, como a energia calórica e a bioelétrica.

Aristóteles e o animismo:

“...qualquer corpo vivo goza de uma forma substancial única essencialmente superior à dos corpos inanimados, chamada princípio vital ou até alma vegetativa, que forma com a substância primeira deste corpo, uma substância viva de tal espécie, que nos homens e animais se identifica como alma sensível e intelectual”.

O Tratado de medicina mais antigo é o Nei King, atribuído ao imperador Hoang ti, da dinastia Han, 500 a.C. Concebeu a existência de uma energia vital dividida em uma potência positiva (yang) e uma negativa (ying), de cujo equilíbrio dependeria a saúde.

Hipócrates (460-377 a.C.) admitia no homem e animais uma natureza que agia instintivamente. A alma agiria através do cérebro, sobre todo o organismo, e dela dependiam a atividade vital e da consciência. A atividade terapêutica do médico seria apenas de assistir os esforços curativos do organismo (pelos contrários ou pelos semelhantes).

Considerava a physis – um princípio universal pelo qual todas as coisas tendiam à harmonia e equilíbrio. Diferente do conceito conhecido de força vital, para Hipócrates, a physis garantiria o equilíbrio de seres vivos ou inanimados ( os espiritualistas consideram esse princípio ou fluido universal permeando todas as coisas até hoje).

Vis medicatrix naturae é o “médico” das enfermidades, favorecendo as eliminações, substituições mórbidas, recuperação das lesões e restabelecendo o equilíbrio. Cabe ao médico, acima de tudo, não prejudicar e assistir aos esforços curativos do organismo.

Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão, admitia uma distinção entre alma e corpo, mas estes estão unidos num composto indissociável, assim como não há luz sem objeto luminoso. As funções da alma seriam a nutrição e o pensamento. Há uma unidade de corpo e alma, diferente do dualismo platônico. A alma forma e dá vida ao corpo, diferenciando-o da matéria bruta. Junto com Hipócrates, representa os principais pensadores animistas.

Galeno priorizava a parte em detrimento do todo e com isso “materializou” a alma. Estabeleceu uma teoria dos humores, que foi a base da Medicina medieval. Os humores correspondiam aos quatro elementos; o sangue correspondia ao fogo, a bílis negra a terra, a bílis amarela ao ar e o fleuma (linfa) ao elemento água. Seguidor da escola de Cnido. Firmou o princípio dos contrários.

Claude Bernard (1813-1878) foi o pai da fisiologia moderna. Seu primeiro trabalho, de 1843, concluiu pela inexistência do Vitalismo ou qualquer força de natureza espiritual que atue no interior do homem. Para ele, todas as forças que atuam no organismo podem ser conhecidas e seriam provenientes de agentes físicos. Considera-se que foi o iniciador do método experimental em Medicina, introduzindo os testes em animais (mas foi Hahenamnn quem realmente iniciou esta prática, no homem são).

O Vitalismo prosseguiu brilhantemente com um ex-aluno da escola materialista chamado Constantine Hering, que foi encarregado por seu professor a desacreditar a Homeopatia com uma tese contra ela. Mas, ao estudar e se aprofundar nos fundamentos da Homeopatia tornou-se seu mais ardoroso defensor. Austríaco, mudou-se para os Estados Unidos, onde fundou na Filadélfia a Hahnenann Medical College and Hospital e depois a Hering Medical College.

Hahnemann foi o maior pensador vitalista depois de Hipócrates, no qual se inspirou. Graças a ele, o Vitalismo sobreviveu até nossos dias, apesar dos avanços da Medicina no campo orgânico. Em oposição a Hipócrates, entretanto, considerou avis medicatrix naturae impotente para curar o organismo. Selou a união do conceito de força vital e vitalismo, admitindo sua ação primordial na gênese da enfermidade do homem, além de dar-lhe expressão terapêutica.

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