Trombocitopenia Cíclica Canina

O diagnóstico de A. platys nem sempre é simples.
O diagnóstico de A. platys nem sempre é simples.

Veterinária

25/02/2013

A trombocitopenia cíclica canina é causada pela Anaplasma (Ehrlichia) platys, por isso recentemente tem sido chamada também de anaplasmose canina, ao invés de erlichiose trombocítica canina. A. platys produz mórulas exclusivamente no interior de plaquetas, as quais aparecem sob as formas arredondadas, ovais ou achatadas e que geralmente são únicas. Não há infecção nos leucócitos circulantes como ocorre com E. canis.

O carrapato Rhipicephalus sanguineus é incriminado como principal vetor da anaplasmose canina, mas ainda não há informações suficientes sobre o vetor. Um fato que reforça esta hipótese é a frequência de casos de coinfecção com E. canis, sabidamente transmitida por esse carrapato. Além da transmissão vetorial, a transfusão sanguínea também pode transmitir a doença. 

Em infecções experimentais, que permitiram detalhamento do desenrolar desta hemoparasitose no cão, as mórulas no interior de plaquetas foram observadas após sete a doze dias. Na patogenia observou-se que há parasitemia cíclica, com periodicidade de uma a duas semanas, seguida de trombocitopenia e linfadenopatia generalizada, foi esta característica que acabou dando nome à doença. As mórulas são vistas na fase de parasitemia, e não quando o animal está trombocitopênico.

Quadros agudos de anaplasmose canina, além da trombocitopenia e linfadenopatia, são acompanhados de redução da agregação plaquetária e resposta hiperplásica da medula óssea, por isso o animal geralmente se recupera da trombocitopenia em três ou quatro dias apresentando valore normais e depois declina novamente após outra parasitemia. Apesar disto, raramente ocorrem hemorragias significativas. Os sinais clínicos causados por A. platys dificilmente são severos e se caracterizam por febre, anorexia, petéquias e uveíte.

Com a evolução do quadro, a trombocitopenia tende a se agravar e posteriormente se tornar mais branda, e os ciclos de parasitemia tornam-se esporádicos. As contagens de eritrócitos e leucócitos podem sofrer decréscimo, mas nem sempre caracterizam anemia ou leucopenia. Plaquetas grandes chamadas de plaquetas de estresse ou macroplaquetas são frequentemente vistas, elas são consideradas plaquetas jovens por diversos autores.

O diagnóstico de A. platys nem sempre é simples. A observação das mórulas pode ser complicada pelo caráter cíclico, e também pelo fato de que E. canis também já foi descrita em plaquetas. Testes sorológicos, como a RIFI, detectam anticorpos apenas por um curto período após a parasitemia. E atualmente, há a PCR, que além do diagnóstico determina se a infecção está sendo causada por E. canis ou A. platys. O tratamento da trombocitopenia cíclica canina é o mesmo da erlichiose monocítica. 

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