Exame das estruturas dos olhos com oftalmoscópio direto

A retina é uma das estruturas que são examinadas
A retina é uma das estruturas que são examinadas

Veterinária

01/03/2013

Ao se iniciar o exame de fundo de olho com o oftalmoscópio direto, a primeira estrutura a ser observada é a retina em dioptria zero. De início, o disco óptico deve ser localizado.

Observa-se seu contorno, bem como os vasos retinianos, à medida que cruzam o disco. Para examinar o fundo do olho, devemos dividi-lo em quadrantes.

Em espécies cuja retina é holangiótica (completamente vascularizada), como bovinos, ovinos, caprinos, suínos, cães e gatos os vasos dividem o fundo de olho em quadrantes. A retina dos equinos é paurangiótica, o que significa que os vasos estão limitados à periferia do disco óptico. Nessa espécie os quadrantes são estabelecidos de forma arbitrária. Examina-se cada quadrante, começando-se no disco óptico e prosseguindo para fora dos orifícios ciliares da retina.

As estruturas a serem examinadas são: retina (normalmente translúcida); vasos sanguíneos retinianos; região tapetal e extra tapetal.

Quando o fundo de olho for albino é possível observar os vasos da coroide e partes da esclerótica. Após completar o exame fúndico é necessário alterar a dioptria tornando-a mais positiva, tomando-se o cuidado de manter a mesma distância entre o oftalmoscópio e o animal, possibilitando a visualização das estruturas anteriores (corpo vítreo e lente), onde qualquer alteração observada deve ser anotada em um prontuário.

Coloração com fluoresceína

Faz-se a aplicação da fluoresceína através de um tira de papel ou colírio de fluoresceína. O colírio, após aberto, é meio de cultura para bactérias produtoras de colagenase. Este teste tem como objetivo:
- detectar úlceras;
- avaliar a integridade da córnea;
- determinar a qualidade da película lacrimal;
- avaliar a potência do ducto nasolacrimal.

A fluoresceína cora primeiramente a película lacrimal, estroma (quando houver lesão) e a conjuntiva bulbar. Quando o epitélio estiver lesado (úlcera de córnea) a fluoresceína irá se ligar ao estroma (segunda camada da córnea), confirmando assim a presença de ceratite e tendo a possibilidade de avaliar a profundidade da lesão (o estroma é hidrofílico e tem afinidade pelo corante de fluoresceína).

A fluoresceína é utilizada da seguinte forma:
1 - instile uma gota do corante ou coloque a tira de papel na córnea do olho a ser testado;
2 - aguarde quinze segundos;
3 - remova o excesso do corante com solução fisiológica;
4 - observa-se em sala com pouca luminosidade (escotópica) com a luz azul cobalto ou ultravioleta (lâmpada de Wood). Onde o corante estiver presente é o local da lesão.

Com o mesmo corante procede-se ao teste de Robert Jones. Instila-se o colírio na córnea e, se o ducto estiver patente, observa-se o corante na narina ipsilateral ou na língua, dentro de três a cinco minutos.

Coloração com rosa bengala

O corante de rosa bengala, que é vendido em colírio ou tiras, é um corante supravital utilizado para corar tecidos necróticos ou células epiteliais em degeneração. O colírio é aplicado sobre a córnea e logo em seguida o olho é lavado exaustivamente. Quando o corante impregnar-se na córnea é porque existe lesão. Ele é mais sensível que o teste de fluoresceína, pois cora células epiteliais desvitalizadas. O corante causa grande desconforto ocular.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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