Exame dos componentes oftálmicos

Pelos nos olhos pode causar lesão na córnea
Pelos nos olhos pode causar lesão na córnea

Veterinária

01/03/2013

1 – Deambulação

Procura-se observar a reação do paciente perante o ambiente. Para avaliação do comprometimento visual, indica-se o teste do labirinto, onde objetos são distribuídos no ambulatório e o animal transita entre eles em condições fotópicas e escotópicas. O fato de o animal esbarrar nos objetos em um ambiente novo é indicativo de comprometimento da visão. Forma de andar, movimentação da cabeça, possíveis alterações no posicionamento da cabeça e alterações na configuração física podem ser detectados.

2 - Inspeção da simetria

Observe atentamente a simetria da face. Inspecione a simetria dos músculos da mastigação, atentando à movimentação da mandíbula. Observe também se há presença de pelos faciais irritando a córnea; isso pode causar dois problemas graves, lesão de córnea por atrito e ceratoconjuntivite seca por atuarem como sifões removendo lágrima do olho.

3 - Órbita, músculos extraoculares, pálpebras e cílios

Inicia-se com a observação da simetria bilateral. A seguir palpa-se a borda óssea e procede-se retropulsão do globo ocular para avaliação de aumento de volume, dor ou resistência, que podem indicar presença de massas retrobulbares. Podem ser necessários procedimentos adicionais como radiografias (contrastadas ou não) e ultrassonografias.

Os músculos extraoculares são avaliados pela posição ocular.
Doenças palpebrais como introversão ou eversão do tarso palpebral e posicionamento ciliar devem ser observadas.

4 -Sistema de drenagem e terceira pálpebra

O sistema de drenagem é avaliado principalmente pelo teste lacrimal de Shirmer. Epífora refere-se ao transbordamento de lágrima pela face, enquanto a diminuição pode levar ao “olho-seco”.

A obstrução dos ductos nasolacrimais pode ser avaliada mediante o teste de Robert Jones.

Devemos nos atentar ainda às secreções e protusão da glândula da terceira pálpebra. A terceira pálpebra pode ser avaliada mediante pressão no canto dorso-medial, por sobre a pálpebra. Deve ser inspecionada em ambas as superfícies palpebral e bulbar e respectivos fórnices. Recomenda-se avaliar quanto à presença de inflamação, secreção, folículos e corpos estranhos. A membrana nictitante pode ser retraída com uma pinça após anestesia tópica.
5 – Conjuntiva

A conjuntiva deve ser avaliada quanto à congestão capilar, quemose, trauma e/ou hemorragias, presença de corpos estranhos, secreções e alteração folicular.
Em casos de secreção ou massas, pode-se solicitar exames complementares como cultura e antibiograma, citologia e/ou biópsia conjuntival.

6 – Córnea


Esta estrutura deve ser inspecionada quanto à perda de transparência, neoformações, falhas na integridade corneal (úlceras) e corpos estranhos. A fluoresceína é um teste diagnóstico de rotina e coloração com corante rosa bengala; é particularmente útil em diagnóstico de úlceras dendríticas causada por herpesvírus felino em gatos.

7 - Câmara anterior, humor aquoso e íris

A câmara anterior é avaliada quanto à profundidade, qualidade do humor aquoso (límpido e claro), inflamação intraocular e perfurações oculares. Este exame inclui a avaliação da íris, que deve ser observada quanto ao diâmetro, simetria, coloração, hemorragia e presença de vasos visíveis.

8 – Lente

A alteração mais comum em lente é a catarata. Esta estrutura intraocular deve ser observada quanto à perda da transparência, presença de sinéquias (anteriores ou posteriores) e mudanças posicionais (luxação anterior ou posterior).

9 – Retina

Finalmente, a retina, deve ser analisada mediante oftalmoscopia (direta ou indireta) quanto à presença de atrofias, transudato ou exsudato, edema, colobomas, hemorragias e descolamentos.

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