Oftalmologia veterinária: Técnicas diversas

O tratamento inicia-se imediatamente após o diagnóstico
O tratamento inicia-se imediatamente após o diagnóstico

Veterinária

01/03/2013

Proptose (exoftalmia traumática)

Também conhecida como proptose do bulbo do olho, a exoftalmia traumática é a saída do globo ocular do interior da órbita. É comum em cães braquicefálicos e gatos (em casos de brigas). Trata-se de uma emergência oftálmica. Ao surpreender uma proptose, o globo deve ser imediatamente umedecido e examinado quanto à viabilidade, avaliado de acordo com os seguintes aspectos:

- necrose;
- miose (bom prognóstico, pois é a resposta normal de um olho irritado);
- midríase (mau prognóstico, pois indica ruptura do segundo e/ou terceiro par de nervos cranianos);
- RPFM (o consensual presente é sinal favorável);
- hifema;
- rompimento de músculos.

O tratamento inicia-se imediatamente após o diagnóstico. O olho deve ser umedecido e protegido para evitar automutilação. Estas orientações podem ser dadas inclusive ao proprietário antes do atendimento inicial. Utiliza-se anestesia de curta duração como o propofol. Lava-se o olho copiosamente com solução fisiológica gelada, lubrifica-se o olho com pomada de antibiótico e anti-inflamatório e devolve-se o olho à órbita aplicando pressão.

Caso a manobra seja infrutífera, opta-se por cirurgia através de cantotomia e tarsorrafia temporária. Utilizam-se no pós-operatório, anti-inflamatório, e antibiótico sistêmicos como flunixin meglumine e enrofloxacina, respectivamente, colírio de antibiótico por 10 dias e atropina durante cinco dias. A sutura é removida de 7 a 10 dias. Quando o olho for inviável, em casos de rupturas extensas da musculatura, do nervo óptico ou evisceração, recomenda-se a remoção cirúrgica do bulbo (enucleação).

Tipos de remoção do olho (enucleação, evisceração e exenteração)

Enucleação

É a retirada somente do globo ocular, e indicada em casos de neoformações intraoculares, panoftalmite, exoftalmite, protrusões crônicas com laceração muscular ou de túnica fibrosa, ruptura de nervo óptico e glaucoma crônico com olho muito aumentado, em que o animal já perdeu a visão e tem muita dor.

A técnica rotineiramente empregada é transconjuntival. O procedimento inicia-se com cantotomia lateral, incisão da conjuntiva perilimbar, dissecção junto ao globo, secção dos músculos junto ao bulbo, tração, secção do nervo óptico, hemostasia, sutura da conjuntiva e sutura da pele. Remove-se a terceira pálpebra e o tarso palpebral antes da sutura.

Evisceração

É a retirada somente do conteúdo ocular (úvea, corpo ciliar, lente e corpo vítreo) Mantém-se córnea e esclera para adaptação de próteses. Faz-se tarsorrafia protetora com a terceira pálpebra.

Exenteração


É a remoção do bulbo e todo o conteúdo da órbita (pálpebra, terceira pálpebra, músculos e tecido adiposo). Indicada em casos de tumores invasivos da órbita.

É mais comum em animais de grande porte. Faz-se sutura contínua das pálpebras, incisão da pele até encontrar a conjuntiva e a musculatura, divulsão até atingir o nervo óptico, incisão, ligadura e sutura. A tração exagerada do bulbo deve ser evitada prevenindo assim lesões no quiasma óptico.

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