A lesão é decorrente da separação do epitélio corneano do estroma
Veterinária
01/03/2013
Também conhecida como Síndrome da erosão corneana superficial, úlcera indolente, ou “úlcera do Boxer”, esta é uma doença com predisposição racial, que acomete cães das raças Boxer, Corgi, Poodle, Samoieda e Golden Retriever.
A lesão é decorrente da separação do epitélio corneano do estroma, e está associada a hemidesmossomos defeituosos, que provocam uma proliferação anormal de estroma, causando edema das células basais.
Geralmente, a área afetada é de 3 a 4 mm e tem contorno irregular, causa dor e se cora com fluoresceína.
O olho deve ser medicado com colírio antibiótico de amplo espectro, quatro vezes ao dia, por dois dias antes da cirurgia e dez dias após. Seu uso deve ser combinado com colírio de atropina 1%, três vezes ao dia, pelo mesmo período.
O tratamento clínico isolado não confere bons resultados. Recomenda-se procedimento cirúrgico conforme a técnica de ceratotomia em grade. Neste procedimento, o epitélio corneano é removido com auxílio de uma espátula para remoção de corpo estranho ou cotonete estéril.
O epitélio é removido até que o epitélio normalmente aderente seja alcançado na borda da lesão. São feitas incisões paralelas no estroma, seguidas de outras perpendiculares, com uma agulha 13x0,4 e não excedendo 25% da profundidade do estroma.
O recobrimento da terceira pálpebra é recomendado logo após a ceratotomia em grade, como forma de reduzir vascularização posterior e eventual fibrose corneana, devendo ser mantido por 21 dias, juntamente com a medicação tópica.
Ulceras por álcali
As úlceras causadas por álcali são mais comuns em filhotes pelo comportamento curioso. Frequentemente os agentes envolvidos são produtos de limpeza. Clinicamente observa-se a córnea azulada, blefarospasmos e fotofobia. A córnea, quando submetida ao teste da fluoresceína, cora-se completamente.
Queimaduras químicas na córnea provocam destruição limbal e impedem a reepitelização. Nestas situações ocorre perfuração ou conjuntivalização e perda permanente da visão.
Estudos experimentais recentes revelaram que o transplante limbal (usando o olho contralateral como doador) fornece vascularização à córnea e impedem a perfuração ou conjuntivalização quando for associado à terapia tópica adequada para úlcera de córnea. Preconiza-se limpeza copiosa do olho, antibioticoterapia a cada 2 horas (colírio de tobramicina ou ciprofloxacina) e atropina colírio 1% a cada 12 horas. No pós-operatório mantém-se colar elisabetano por cerca de 10 dias.
Foi realizado na UFPR – Campus Palotina, transplante limbal em um caso clínico de queimadura química na córnea de um cão, com resultados excelentes.
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por Colunista Portal - Educação
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