Prescrição terapêutica

Veterinária

19/03/2013

Prescrição ou receita é uma ordem, escrita não maioria das vezes a mão. Deve ser legível e fácil de entender, mas não deve de maneira alguma fugir do uso de termos técnicos. Nela o médico veterinário passará para o cliente, proprietário do animal a medicação e a maneira como deve ser administrada ao seu paciente, o animal.

É um documento reconhecidamente legal, sendo o médico veterinário responsável pela exatidão deste. As instruções passadas na receita devem ser claras e objetivas.

O êxito no tratamento de um animal está intimamente relacionado a uma boa prescrição sendo importante fazê-la com muita cautela e exatidão.

As prescrições podem ser de medicamentos ou procedimentos de higienes por exemplo. As de higiene podem constar instruções sobre alimentação, líquidos, temperatura do ambiente, repouso, exercícios, clima entre outros. Estas instruções auxiliam no tratamento do animal e ajudam a garantir o reestabelecimento de sua saúde. As medicamentosas são as que contem os medicamentos a serem administrados. Podemos nesses casos dividir os medicamentos em:

- Medicamentos oficiais: os que já são encontrados prontos em farmácias veterinárias ou humanas.

- Medicamentos magistrais: os que têm sua formula confeccionada pelo médico veterinário e precisam ser manipulados.

Um médico veterinário deve ter ser próprio bloco de receitas. Estes devem ser feitos em gráficas e confeccionados e ½ folha oficio em um papel padrão. É interessante que nesse receituário constem o nome completo do profissional, formação e inscrição no conselho regional de medicina veterinária. Um telefone e um endereço de contato são interessantes e podem estar presentes no rodapé do bloco de receitas.

As receitas são formadas das seguintes partes:

- Cabeçalho: Contem os dados do profissional, nome e CRMV no mínimo.

Ex: “Maria Silva CRMV- SP 0001” ou” Maria Silva, CRMV 0001. Rua Pinocitose, 34 Bairro: Fagocitose – Cidade: Ribossomo- TT; Tel (XX) 00012222.”.

- Identificação: Identifica o animal e seu proprietário
Ex: “Cadela fêmea de nome Mitocôndria, de propriedade do S.R. Lindolfo Cerebelo”.

- Inscrição: Indica a droga e sua concentração. Pode colocar também a via de administração e grifar.
Ex: “Amoxicilina – 500mg/5 ml – solução oral”

- Subscrição: Onde informa a forma farmacêutica e a quantidade.

- Instrução ou indicação: Informa a maneira do uso, quantidade e por quanto tempo será administrado o medicamento.

- Assinatura: É a parte final da prescrição. Caso o cabeçalho não tenha as informações do médico veterinário, esta deve ser carimbada.

Ao escrever uma receita temos que ter cuidado com vários itens importantes. Vamos conhecê-los?

1)Espécie: É importante lembrar que cada espécie tem suas particularidades. Nem todas as drogas podem ser administradas em todas as espécies. Isso tem que ser lembrado na ora de prescrever uma medicação ao paciente.

2)Porte e peso: De maneira geral espécies a dose por Kg é inversamente proporcional ao porte e ao peso do animal. Espécies maiores costumar precisar de uma dose menor. Além disso, animais obesos devem ter a dose do medicamento, se não for lipossolúvel, ajustado.

3)Sexo: É muito importante observar o sexo do animal para utilização de hormônios e drogas teratogênicas.

4)Raça: Alguns medicamentos são tóxicos para algumas raças especificas.

5)Idade: Indivíduos muito jovens ou muito idosos podem ter alteração na metabolização de algumas drogas, precisando algumas vezes de ajustes na dose.

6)Tipo de doença: Deve-se observar o tipo de excreção e metabolização das drogas com o tipo de doença do animal para ajuste da droga ou substituição da mesma.

Os medicamentos podem ser apresentados de diferentes formas:

- Colutório: Destinado à cavidade bucal e não deve ser deglutido. Pode ser colocado com ajuda de uma espátula.

- Provenda: medicamento oferecido oculto no alimento e engolido facilmente pelo animal.

- sopa e barbotage: usado em grandes animais feitos com capim, por exemplo, adicionando o medicamento para ingestão espontânea.

- bebida e beberagem: medicamento líquido oferecido em grande volume para grandes animais. É engolido espontaneamente ou com uso de sonda.

- porção: medicamento líquido fornecido por seringa na boca do animal

- pílula: apresentação esférica semidura do medicamento.

- grânulos ou glóbulos: forma esférica e consistência rígida, usado em medicamentos homeopáticos, por exemplo.

- drágea: envoltório rígido de formato variável.

- comprimido: principio ativo misturado a amido e prensado.

- pomada ou unguento: são formas farmacêuticas onde o principio ativo é misturado à vaselina ou outra substancia gordurosa. O unguento ainda contem substancia resinosa, parecida com a pomada, mas com consistência mais branda.

- enema: introdução de líquido por via retal.

- supositório: usado por via retal, de apresentação cônica.

- velas: Forma cilíndrica para uso intrauterino.

- colírio: liquido para usar nos olhos e nas pálpebras.

- xarope: solução liquida concentrada de açúcar.

- loção: álcool como veiculo para uso na pele.

- pour on: forma pela qual o medicamento é aplicado no dorso do animal e difunde-se por toda superfície corporal.

A observação da concentração do fármaco é muito importante. A fragmentação excessiva do medicamento pode levar a erros de dosagem, o ideal é adequar a apresentação ao porte do animal.

Na receita deve constar também a via de administração do medicamento que estudamos anteriormente. A quantidade do medicamento a ser administrado irá variar de acordo com a espécie e peso do animal, exceto em caso de vacina, que a dose é única. Deve-se escrever na receita, de maneira clara a forma como o proprietário deve administrar o medicamento.

Se for necessário jejum, por exemplo, isso deve constar na receita. Outro item importante é o intervalo de doses que deve estar descrito e por quantos dias. O total de medicamento que deve ser adquirido pelo proprietário deve ser calculado em função dos outros itens.