Exodontia

Veterinária

02/04/2013

Em odontologia veterinária a meta principal visa à preservação dos dentes e manutenção da saúde bucal e geral do paciente. Atualmente o veterinário dentista pode oferecer inúmeras alternativas à extração dental como a pulpotomia, tratamento de canal, regeneração tecidual guiada, enxertos, etc., porém a exodontia ainda é indicada em muitos casos.

Reconhecer quais são estas situações, vantagens e desvantagens, podem trazer conforto e confiança no momento de indicar esta alternativa ao cliente.

Extrair um dente pode ser fácil se o paciente é portador de doença periodontal, onde os tecidos de suporte (gengiva, ligamento periodontal, cemento e osso alveolar) estão parcialmente ou totalmente destruídos.

Se este não é o caso, a extração pode ser extremamente difícil, demorada, frustrante para o médico e dolorosa para o paciente.

Dentes multi-radiculares, incluindo pré-molares e molares, podem ser difíceis de extrair; quando apenas uma das raízes apresenta destruição óssea decorrente de periodontite, as outras raízes podem permanecer bem aderidas e firmes no osso alveolar. As raízes estão imersas no osso alveolar e possuem ângulos de ancoragem divergentes nos dentes bi ou tri-radiculares.

A odontosecção faz-se necessária no intuito de facilitar o processo, transformando as estruturas em uni-radiculares. Seccionar os dentes em dois ou três segmentos, de acordo com o número de raízes, converte o processo em extrações simples de cada fragmento.

A região de furca é o local indicado para secção e separação das raízes a serem extraídas; na maioria das vezes é necessário rebater a gengiva e mucoperiósteo para se ter um acesso visual à bifurcação.

A odontosecção deve ser executada com uma broca tronco-cônica carbaide, de espessura proporcional ao tamanho do dente, acoplada à caneta de alta rotação do equipo odontológico.

Nas extrações de dentes pequenos e uni-radiculares como incisivos, as alavancas de ponta ativa entre 1 e 2mm devem ser inseridas ao redor do sulco gengival e posicionadas entre o osso alveolar e a raiz.

Com movimentos circulares em direção apical é possível luxar o dente em seu alvéolo. O fórceps deve ser usado apenas quando já é visível a mobilidade e pinçando-se pela base da coroa em direção à raiz, fazer um movimento circular do dente em torno do seu eixo e remover delicadamente do alvéolo.

As suturas absorvíveis são preferíveis em cavidade oral e indispensáveis após as exodontias, pois evitam sangramentos e estabelecimento de infecções alveolares no pós-operatório.

A principal contra-indicação para a exodontia é quando o cliente não aceita. O proprietário deve ser sempre consultado antes de qualquer extração, por mais indicada e necessária que seja.

Mesmo orientado, o dono tem o direito de aceitar ou não o tratamento, assim como o médico tem o direito de optar por não realizar procedimentos inadequados a sua conduta profissional.

Por esta razão, devemos ter total domínio sobre o diagnóstico e recomendações técnicas no intuito de esclarecer o cliente e transmitir confiança quanto à melhor opção para a saúde do animal.