Odontogênise: Histologia dos dentes dos animais domésticos

Tipos de arcada dentária que encontraremos
Tipos de arcada dentária que encontraremos

Veterinária

06/06/2013

Semelhante aos ossos, os dentes são estruturas fortemente mineralizadas, formadas por esmalte, dentina e cemento. Dos três componentes, o esmalte é o mais duro e mais durável, formado por 96% a 99% de hidroxiapatita cálcica organizada em grandes cristas que são finalmente cobertos por uma matriz orgânica. O esmalte se localiza ao longo da superfície externa do dente, conhecida como coroa, a qual esta exposta à cavidade oral. Os cristais do esmalte devem ser bem organizados em arquitetura, dispostos de modo variável em fileiras de bastões delgados que se estendem longitudinalmente da mais interna região do esmalte, próximo à dentina, em direção à cavidade oral. Nos suínos, os bastões mais próximos da dentina, camada inicial do esmalte, são retilíneos, mas se tornam ondulados na camada mais interna e formam padrões alternados na camada mais externa do esmalte.

Tais camadas de esmalte em bastão são produzidas pelo ameloblasto, o qual inicialmente sintetiza e secreta enamelina e amelogenina, ambas glicoproteínas semelhantes a ceratina, transportadoras do complexo golgiense para a superfície apical dentro do grânulos secretórios. Quando o esmalte de um dente continua a ser produzido, os ameloblastos diminuem gradualmente. Altamente mineralizado e solidamente projetado, o esmalte de um dente é capaz de suportar grandes pressões.

Internamente o esmalte, existe um outro componente altamente mineralizado e conhecido como dentina. Esta é mais elástica do que o esmalte; está composta de 60% a 70% de hidroxiapatita cálcica e 30% à 40% ligados a água e materiais orgânicos, incluindo colágeno, proteoglicanos e glicoproteínas. Grande parte do dente esta composta pela dentina, a maior parte dela sob a gengiva. Este material é produzido por células de forma colunar denominados odontoblastos, os quais estão localizados ao longo de sua margem interna próximo a periferia da polpa. O Ápice de cada odontoblasto forma os processos odontoblásticos, longos processos citoplasmáticos que se estendem da base da dentina até a junção amelodentária na área da coroa e para a junção dentinocemental abaixo da coroa. Os processos odontoblásticos fazem dentro de um espaço semelhante a um túnel envolvido por dentina peritubular. A dentina peritubular fica dentro da dentina peritubular; esta dentina é mais mineralizada do que o tipo peritubular. O colágeno (tipoI), proteoglicanos e glicoproteínas, que ainda devem ser mineralizados,, estão entre o processos odontoblasticos e a dentina peritubular. Está porção representa a pré-dentina e faz lembrar o pré-osso ou material osteoíde associados aos osteoblastos. Diferente dos ameloblastos, os odontoblastos permanecem ativos durante a longevidade de um dente, secretando pré-dentina e mineralizando-a, mas normalmente a uma taxa reduzida após a erupção do dente.

Quando o dente permanece abaixo do nível da gengiva, a dentina é revestida, externamente, pelo terceiro componente mineralizado, o cemento. Este é menos mineralizado da porção mineralizada do dente, composto aproximadamente de 50% de hidroxiapatita cálcica, sendo o restante composto de colágeno (tipoI), proteoglicanos e glicoproteínas. As células cementoblastos, que são osteoblastiscos na forma e na função. De fato, o cemento como um todo pode ser considerado derivado de uma estrutura óssea. Grande parte do cemento é celular, possuindo células semelhantes a osteócitos denominados de cementócitos que já fazem na lacuna lacuna dentro do cemento. Cada célula se interconecta com outra adjacente por processos citoplasmáticos delgados, dentro de canalículos que podem se estender ao ligamento periodontal vascular. Quando os cementócitos estão presentes esta porção pode ser referida como cemento celular. Entretanto, há uma porção em que falta cementócitos, o cemento acelular. O qual cobre a região superior da raiz.

Cada dente adulto está preso a um encaixe ósseo envolvente conhecido pelo nome de alvéolo. O local de encaixe está servido por fibras colágenas densamente agrupadas que formam o ligamento periodontal. A porção do dente que se situa dentro do alvéolo é a raiz, e a região do dente entre o alvéolo e a coroa é a cérvice. Embora a maior parte do dente seja mineralizada, a área central – a polpa – é formada de tecido conjuntivo frouxo, incluindo um bem desenvolvido leito vascular e suprimento nervoso. Na base da raiz um pequeno canal, o canal da raiz, interconecta a polpa ao ligamento periodontal por meio de um pequeno orifício, o forame apical. É através deste orifício que os vasos sanguíneos e linfáticos e os nervos penetram na polpa.

A polpa é revestida perifericamente por uma camada de odontoblastos que em conjunto formam a zona mais externa da polpa, a zona odontoblástica. Na base do odontoblasto existe uma zona relativamente estreita zona livre de células que cobre a zona mais interna da polpa, a zona rica em células, que é a mais larga das três zonas, está composta de elementos nervosos, linfáticos e vasculares, bem como de fibroblastos e células mesenquimatosas, e ainda está associada a fibras extracelulares e proteoglicanos. Como os odontoblastos permanecem ativos, adicionando nova dentina internamente por toda a vida de um indivíduo, a cavidade ocupada pela polpa vai diminuindo gradativamente de tamanho. Tipos de dentes – Entre os mamíferos domésticos há dois tipos de dentes: Branquidontes e Hipsodontes. A descrição morfológicxa dada acima aplica-se a dentição braquiodontes, onde a coroa está recoberta coberta por esmalte e visível acima da gengiva. Estes dentes são geralmente, curtos, cessando o alongamento ou expansão logo a erupção. A longevidade dos ameloblastos que formam a coroa do dente branquiodonte é curta e restrita ao estágio de desenvolvimento deste tipo de dente. Membros dos carnívoros e primatas possuem apenas dentes com está conformação. Os suínos também têm dentes branquiodontes, e os dentes caninos são do tipo hipsodonte. Os ruminantes têm apenas os dentes incisivos que são braquiodonte.

O segundo tipo de dente que o hipsodonte, é capaz de continuar a crescer durante a vida do indivíduo, em vez de cessar seu desenvolvimento, rapidamente, após a erupção pelas gengivas. Tais dentes são caracteristicamente longos, especialmente no caso dos dentes caninos dos suínos, os quais se tornam presas em varrões. A morfologia e a organização dos componentes mineralizados da dentição hipsodonte são diferentes da dentinção do braquiodonte. O cemento, que parece aparece apenas abaixo da gengiva em dentes branquiodontes, forma um continuo revestimento externo dos dentes hipsodontes que se estende acima e abaixo da gengiva. O cemento é internamente coberto por esmalte e representa uma organização não vista em dentes braquiodontes. O esmalte, de fato, é formado ao longo da maioria da extensão de um dente hipsodonte, terminando próximo à ponta da raiz. A dentina forma o componente mineralizado mais interno, ficando próximo do esmalte, mas não entrando em contato com o cemento, nem acima nem abaixo da gengiva. Uma outra diferença morfológica entre os dois tipos de dentes é a ocorrência do infundíbulo, o qual consiste em invaginações do cemento e do esmalte na superfície dos dentes quando ela se torna contornada durante o desenvolvimento, como visto em molares. O infundíbulo possuí dobras de esmaltes, o que aumenta o processo de trituração, fornecendo maior resistência às forças físicas de compressão. Os dentes hipsodontes, assim, ninca formam verdadeiras coroas de esmalte como nos branquiodontes.

Odontogênese – Durante a embriogênise, o ectoderma oral prolifera e se invagina em forma semelhante a uma ferradura para o interior do subjacente mesênquima, formando a lâmina dentária. Da lâmina dentária surgem espessamentos individualizados de células epiteliais, o primórdio do desenvolvimento dos dentes conhecidos como órgão do esmalte. Cada órgão do esmalte, inicialmente, toma a forma da cúpula e surge na cavidade oral. A concavidade da cúpula torna-se preenchida com células ectomesenquimatosas formando a papila dentária. As células que revestem a superfície interna da cúpula são epitélio dentário interno, e as que formam uma cobertura externa são o epitélio dentário externo. Ambos os epitélios, inicialmente, parecem ter a forma de pavimento simples. Além disso, as células epiteliais estão alojadas entre os epitélios interno e externo. Essas células formam uma camada média e são denominadas retículo estrelado, porque elas começam a adquirir uma forma mesenquimatosa, formando processos celulares que se ligam um ao outro. O epitélio mais interno eventualmente toma uma forma ativa de células colunares que se assemelham a células secretoras e são conhecidas como ameloblastos, as quais produzem esmalte. As células dentro da papila dentária se diferenciam em odontoblastos e começam a formar a dentina. Como os ameloblastos e os odontoblastos jovens formam a porção mineralizada mais antiga do desenvolvimento do dente, a primeira camada secreta de esmalte e dentina se transforma na junção amelodentinária. Esta junção inicia-se no ápice da coroa do dente branquidonte e estende-se progressivamente ao longo dos lados da coroa até o colo do dente. Com a produção de mais dentina, os odontoblastos são forçados a se mover mais pra dentro onde estava a papila dentária ou a polpa em desenvolvimento.

Na junção mais interna do epitélio dentário interno e externo, as células iniciam um declínio do seu crescimento no interior do tecido conjuntivo adjacebte em desenvolvimento. Estas células epiteliais formam a bainha epitelial de Hertwig e são responsáveis pela formação da raiz. As células epiteliais tornam-se odontoblásticas, e o tecido conjuntivo que elas envolvem como bainha torna a polpa dentária. O odontoblastos criam a dentina da raiz e são contínuos aqueles produtores da dentina da coroa. Todo este processo, incluindo o desenvolvimento do órgão do esmalte, ocorre dentro de uma cápsula engrossada de tecido conjuntivo, que representa o saco dentário. No ponto em que a coroa e sua cobertura de esmalte tenham se desenvolvido totalmente, a coroa se torna exposta à cavidade oral quando se rompe através do saco dentário. Ao longo da raiz, o saco dentário se fecha de todos os lados e se transforma, concomitantemente, em um revestimento de cementoblastos.

A raiz de cada dente é revestida pela gengiva, um tecido conjuntivo denso e irregular, é um epitélio pavimentoso estratificado abundante. Antes, este epitélio se junta ou se torna aderido a cada dente por diversos milímetros em direção ao ápice da raiz do dente, formando o sulco gengival. De forma semelhante a um colar, o epitélio está firmemente aderido à superfície do esmalte de cada dente pelos hemidesmossomas e é referido como o epitélio juncional.

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Cíntia Maria Rocha Silva

por Cíntia Maria Rocha Silva

Cíntia Maria , empresaria do ramo da saúde animal, proprietária da Clínica veterinária Zoodent-Univet na cidade de Itamonte-MG, onde se busca a excelência dos diagnósticos Utilizando das tecnologias hj emprega no mercado da medicina veterinária. Estando em andamento as obras do HVSJT para o ano de 2017 ser inaugurado com td de mais avançado na medicina veterinária.

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