Período de incubação em geral é de 10 dias a dois meses
Veterinária
14/05/2014
A raiva é uma doença que acomete mamíferos em geral e é causada por um vírus de RNA. O genoma viral é uma cadeia de RNA de fita simples, com um tamanho aproximado de 12 kb e com uma massa molecular de 4,6 x 106 kDa.
Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus, sendo que o cão é principal transmissor do chamado ciclo urbano da doença.
Já a segunda forma mais comum de transmissão é relacionada ao morcego hematófago (Desmodus rotundus), a espécie mais importante na América Latina.
Após a inoculação de partículas do vírus, provocada pela mordedura de um animal infectado e esteja eliminando o vírus na saliva ou ainda, que a infecção ocorra por feridas, remotamente por sangue, leite, urina ou fazes, o vírus de replica no músculo estriado passando posteriormente para terminações nervosas sem mielina dos nervos motores, dissemina-se pelos nervos periféricos subindo pela medula espinhal até o cérebro. A incubação é bastante variável, podendo durar de 20 a 90 dias.
Os sinais clínicos nos humanos são: angústia, cefaleia, hipertermia e alterações sensoriais, geralmente no local da inoculação. Posteriormente ocorre excitação, hiperestesia e sensibilidade à luz e ao som, dilatação das pupilas e aumento da salivação. Após esta fase, ocorrem sinais clínicos decorrentes de paralisia muscular de alguns músculos, principalmente os respiratórios e, a contração violenta de outros, como os digestivos. A duração, em média, é de dois a seis dias, algumas vezes um período maior e, de modo quase invariável, termina com morte.
Nos cães e gatos: o período de incubação em geral é de 10 dias a dois meses. Os animais se escondem em locais escuros, apresentam anorexia, irritação na região da mordedura, estimulação das vias geniturinárias e hipertermia. Depois de um a três dias, o cão (ou gato) torna-se agressivo, com tendência a morder objetos, animais e o homem. A salivação é abundante e pode-se observar nos cães, uma alteração do latido devido à paralisia parcial das cordas vocais, provocando um latido rouco e prolongado, conhecido como latido bitonal. A fase terminal é caracterizada por coma e morte.
O teste padrão para o diagnóstico de raiva é a Imunofluorescência Indireta (IFI).
O controle é feito através da monitorização dos vetores e o seu devido controle populacional, principalmente quando se fala em relação ao morcego. Sem dúvida nenhum, para que haja o devido controle da enfermidade, todo o caso positivo ou suspeito deve ser notificado pela população e pelos profissionais responsáveis. Ainda hoje, a prevenção é a única medica eficaz contra esta doença, ou seja, a vacinação.
A vacinação em animais e humanos é de caráter obrigatório. Em caso de dúvidas ou suspeita de caso positivo para a raiva, ligue para um Médico Veterinário ou para a Vigilância Sanitária de sua cidade e evite o contato com animais suspeitos.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Phelipe Magalhães Duarte
Médico Veterinário, com formação pela Universidade da Região da Campanha (URCAMP). Colaborador em projetos de pesquisa do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF) - Fepagro - UFRGS/ Eldorado do Sul-RS. Pós-graduado em Vigilância Sanitária pelo Centro Universitário Internacional (UNINTER) - Curitiba/PR.
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