28/08/2014
O Herpesvírus bovino tipo 1 é o agente etiológico da Vulvovaginite pustular infecciosa (IPV), uma das doenças virais que mais causa aborto na espécie bovina além de causar problemas na pecuária leiteira e de corte. O aspecto mais preocupante dessa doença é a latência ocasionada pelo vírus. Animais infectados que tenham demonstrado ou não os sinais clínicos da enfermidade são potenciais para transmissão do HBV-1 (GIBBS & RWEYEMAMU, 1977: KAHRS, 1977).
O hospedeiro bovino tipo 1 pertence a família dos Herpesvírus e subfamília Alphaherpesvirinae e é classificado em 3 subtipos 1.1, 1.2a e 1.2b sendo a vulvovaginite pustular infecciosa pertence ao grupo Herpesvírus 1.2a. O primeiro relato de caso do vírus aconteceu nos Estados Unidos em 1956 e se espalhou praticamente por todo o mundo. Alguns países Europeus conseguiram erradicar a infecções por meio de eliminação dos animais soropositivos, já outros países tem introduzido processos de associação do agente causador por meio de vacinação. No Brasil o primeiro caso de vulvovaginite foi constatado na Bahia em 1978. O vírus tem distribuição mundial sendo que alguns países obtiveram sucesso em planos de erradicação da infecção (ACKERMANN etal.,1990).
A IPV é uma inflamação na mucosa vaginal e na vulva das fêmeas bovinas, causando lesões em teto e úbere, além de edemas, secreções, pústulas de conteúdo purulento, Micção frequente, reincidência de cio e infertilidade. As infecções causadas por IPV podem ser transmitidas por meio de contato direto e indireto entre animais, sendo o touro o grande responsável por disseminar o vírus, pois no ato da monta aumenta o risco da fêmea contrair o vírus, devido as lesões no pênis e no prepúcio do animal soropositivo. Aparelhos de inseminação artificial também são meios de propagação, já que em sessões de inseminação artificial pode-se ocorrer o contagio através de sêmen contaminado e ainda o aleitamento materno que também é considerado um disseminador do vírus. Em animais adultos, a infecção pelo BoHV-1 resulta geralmente em infecções mais brandas, porém, frequentemente associadas com redução da fertilidade e abortos (ENGELS & ACKERMANN, 1996). E, em alguns casos podendo resultar em fetos mumificados, natimortos ou até mesmo nascimento de bezerros fracos.
O diagnóstico do BHV-1 pode ser feito por meio da detecção da presença de anticorpos específicos no soro dos animais que fornece uma sorologia positiva indicador útil e confiável do estado da infecção. Qualquer animal com anticorpos para o vírus é considerado um veículo e um potencial de excreção irregular. Um elemento determinante no controle da infecção pelo HBV-1 é evitar a disseminação do vírus no rebanho e, consequentemente, o estabelecimento do vírus incubado.
A vacinação, portanto, além de prevenir a doença clínica, deve reduzir a excreção viral em animais infectados pela primeira vez e a re-excreção em animais latentemente infectados (VAN DRUNEN LITTEL-VAN DEN HURK, 2006). No entanto, nenhuma vacina atualmente disponível contra O HBV 1 é totalmente efetiva em prevenir a infecção primária e o estabelecimento de latência (PATEL, 2005a;b).Não existe tratamento específico para IPV, sendo então sugerido o uso de antibióticos no caso de infecção secundárias e pomadas antissépticas. Para profilaxia alguma praticas podem ser usadas com o proposito de vedar a entrada do vírus no rebanho e caso algum animal esteja contaminado faz se o uso da quarentena e controle de pragas também pode ser considerado.
Por fim, deve-se acentuar que todas as formas de prevenir a entrada do vírus no rebanho devem ser absorvidas pelos proprietários, já que a doença não tem tratamento e pode causar prejuízos econômicos devido a restrição de material genético e principalmente a baixa taxa de fertilidade e natalidade.
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Estudante de Medicina Veterinária
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