03/09/2015
O mercado pet oferece uma variedade de petiscos para nossos amigos peludos. Em muitos, há sugestão em suas embalagens, que o oferecimento desses produtos aos cães é uma prova de carinho. Mas seriam estas guloseimas, benéficas aos cães? Quais os riscos envolvidos neste ato tão singelo?
Todos que possuem um cãozinho em casa sabe como é difícil resistir aquele olhar tristonho que nossos cães fazem quando nos encontramos comendo algo, não é mesmo? No entanto, nem tudo o que consumimos é adequado à ingestão pet, sendo alguns alimentos, inclusive, pouco saudáveis ao nosso próprio organismo, imagina ao deles.
Chocolate, macadâmia, uva, passas, cebola, alho, pimenta, refrigerante são apenas alguns dos alimentos que são considerados tóxicos para os cães. Então, ter em mãos um substituto, desenvolvido para eles é uma excelente opção para consolar ou distrair nossos animais quando estamos nos alimentado, não é mesmo? Infelizmente, muitos desses produtos não são tão inofensivos quanto parecem e alguns nem são seguros.
Ossinhos de couro torcido representam um perigo à saúde do cão. Apesar de servir como distração e auxiliar à remoção de placas de tártaro, promovendo a limpeza dos dentes, esse produto também apresenta sérias desvantagens. Na medida em que o cãozinho desgasta as extremidades do ossinho, o objeto adquire uma dimensão que permite sua deglutição. Isto ocorrendo, o animal poderá apresentar engasgo, obstrução no esôfago, ou em qualquer outra parte do lúmen intestinal. Se o proprietário não tem o hábito de supervisionar o cão durante o uso deste tipo de alimento, corre-se o risco de haver demora na identificação dos sintomas, consequentemente da intervenção do médico veterinário e o animal vir a óbito.
Já os produtos tipo bifinho ou similares, não informam, em sua maioria, a quantidade de ingredientes presente no produto, de modo que não se pode ter certeza que se está oferecendo realmente um bifinho ou apenas um biscoito salgado de soja transgênica com traços de carne. Observando os ingredientes de alguma dessas opções, podemos constatar ainda o uso de elementos cuja margem de segurança é duvidosa, como é o caso dos corantes artificiais, que podem desencadear de uma moderada à severa alergia (dependendo do organismo) e até mesmo propiciar o desenvolvimento de câncer. Estes animais não são estimulados a consumir determinado produto por sua coloração, sendo sua utilização justificada apenas para atrair e agradar aos consumidores humanos.
Outro ingrediente que levanta bastante polêmica é o alho. Uns alegam toxidade, não sendo permitido a administração de nenhuma porção, enquanto outros afirmam que há uma quantidade segura (variável com o peso animal) e que por conta dos benefícios proporcionados vale sua adoção. Como acredito que esses produtos sejam voltados para o público em geral, muito dos que compram petiscos que contenham alho em sua composição desconhecem esses riscos além de não possuírem o costume de ler rótulos e muito menos de seguir as recomendações de dosagem que o produto pode ser oferecido.
E já que falamos de quantidade, essa é outra questão que deve ser considerada. O quanto esses mimos podem ser oferecidos aos cães? Muitos se encontram obesos, seja pela quantidade exacerbada de alimento oferecido, seja pela ausência ou insuficiência de exercícios praticados por esses em seus cubículos residenciais. O fato é que oferecer um alimento sem que ocorra nenhum controle em sua administração só contribuirá para reduzir sua expectativa e qualidade de vida. E não é isso que esperamos ou desejamos quando oferecemos um petisco a nossos animais, não é mesmo?
Existem excelentes opções no mercado e em casa, que podem fazer parte da dieta de seu cão. Promover uma diversificação no cardápio não só fará seu cãozinho mais feliz como mais saudável, desde que o faça com critério e moderação. Consulte um profissional da área, pesquise, não confie em tudo que se encontre nas prateleiras do mercado. Esses animais confiaram sua existência e saúde a nós e é nosso dever promover seu bem estar.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
DANIELLE SARAIVA PEREIRA - Solteira, brasileira, 33 anos. FORMAÇÃO: Formada no curso de Zootecnia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) - 2010
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