28/11/2015
Autores:
Sandro Cappelli - Zootecnista IFRS - Campus Sertão
Poliane Ferri: Técnica em Radiologia - UPF
A irradiação de alimentos é um processo físico de tratamento, que consiste em submeter o alimento já embalado ou a granel, a doses controladas de radiação ionizante, com finalidade sanitária, fitossanitária ou tecnológica (ANVISA, 2001).
A radiação quando empregada de forma controlada na indústria de alimentos, promove o aprimoramento sanitário, melhorando os parâmetros fitossanitário e zoosanitários, aumentando a vida útil de um alimento nas gondolas do supermercados.
O processo de radiação, quando realizado de forma correta, não implica em danos ambientais ou à saúde humana, desta forma é apoiado por instituições como Organização Mundial da Saúde (OMS), Food and Drugs Administration e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), sempre embasados em trabalhos científicos que atestam a tecnologia como eficiente e segura (PEROZZI, 2007)
De acordo com a Resolução RDC nº 21, de 26 de janeiro de 2001, o alimento irradiado é todo aquele que tenha sido submetido intencionalmente ao processo de radiação ionizante. Esta radiação utilizada, deve ser inferior a limiar das reações nucleares, pois estes níveis podem induzir radioatividade ao alimento irradiado.
As radiações ionizantes utilizadas na conservação dos alimentos, são os raios gama e partículas beta, pelos seguintes aspectos: possuem um ótimo poder de penetração e são de baixa energia, assim não tornando o produto radioativo
O benefícios das radiações nos alimentos são de grande importância, principalmente pelo aumento de vida útil de prateleira. Isto devido a sua capacidade sobre as características biológicas dos produtos, tais como: Impedir o brotamento dos vegetais; retardar o amadurecimento de frutas; destruir ou esterilizar insetos presentes nos vegetais; destruir microrganismo; exaltar o aroma e sabor de frutas; melhorar a vida útil de sementes após a estocagem.
Em estudo realizados por GOMES et al (2014) Com dois mamões comuns e 24 bananas d’agua, sem qualquer adição de agrotóxico, utilizando um equipemento de Raio X convencional hospitalar da Universidade Estadual Estácio de Sá, na cidade de Petrópolis – RS, constatou que as bananas e mamões que passaram pelo processo de radiação mantiveram-se menos maduras e melhor conservadas, provando assim o retardo do amadurecimento.
O emprego da técnica de radiação é muito importante para as frutos que são consideradas climatéricas. São frutos que no final do processo de maturação, apresentam aumento da taxa respiratória e também na produção de etileno, acarretando o amadurecimento.
A irradiação também é uma técnica que pode ser empregada em carnes e derivados. Através de estudos realizados pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (2005) apud RENORBIO (2015), comprovou que as alterações oxidativas provocadas na carne, através da irradiação, não são perigosas para os seres humanos.
A irradiação empregada em carnes e derivados é muito eficiente, pois promove uma grande esterilização do produto, retardando o danos oxidativos e o ataque decorrente da presença de microrganismos.
O uso desta tecnologia em carnes é nova no Brasil e ainda causa muito receio por parte da população e da indústria. Mas, poucos sabem que esta técnica pode evitar uma série de doenças que podem ser adquiridas pelo consumo dos alimentos, e o melhor de tudo, esta técnica é segura e não altera as características dos alimentares e nutricionais.
Bibliografia consultada
ANVISA. Resolução RDC nº 21, de 26 de Janeiro de 2011. Regulamento técnico para irradiação de alimentos. 2011.
GOMES, H.L.; TEIXEIRA, G.J.; VIEGAS, C.C.B.; FILHO, L.G.P.; BRANCO, P.S.M.C. Irradiação de alimentos por equipamento de raio X convencional. Disponível <https://eradiologia.files.wordpress.com/2014/05/irradiac3a7c3a3o-de-alimentos-por-equipamentos-de-raios-x-convencional.pdf> . Acesso: 28/11/2015. Ano. 2014.
PEROZZI, M. Irradiação: tecnologia boa para aumentar exportações de frutas. Revista Inovação Unicamp. v. 3, n. 5, Campinas – SP. 2007.
RENORBIO. Irradiação é um processo seguro para esterilizar carnes. Rede nordeste de biotecnologia. 28 de novembro de 2015.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Técnico em Agropecuária com Habilitação em Zootecnia pelo IFRS - Campus Bento Gonçalves (2010). Zootecnista formado pelo IFRS - Campus Sertão (2015). Desenvolveu pesquisas e possui conhecimento nas seguintes áreas: Nutrição de cães e gatos; Análises bromatológicas; Reprodução animal (biotecnologia). Além de participar de dezenas de eventos na área de Zootecnia, Agronegócio e Medicina Veterinária.
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