MASTECTOMIA EM CADELA- RELATO DE CASO

DETALHAMENTO DO RELATO DE CASO DE UMA MASTECTOMIA
DETALHAMENTO DO RELATO DE CASO DE UMA MASTECTOMIA

Veterinária

30/11/2015

MASTECTOMIA EM CADELA- RELATO DE CASO

Por Dr. Lucas Berger da Silva  CRMV 15533

DATA 05/09/2015

INTRODUÇÃO

Tumores mamários na cadela é a neoplasia mais freqüente em caninos e possuem características genéticas, epidemiológicas, biológicas e clinicas semelhante aos da mulher. Entre estas semelhanças podemos citar: a morfologia, presença de receptores de estrógeno e progesterona, a massa tumoral, hereditariedade e evolução clinica além dos órgãos alvo de metástase serem os mesmo em alguns casos. (SILVA et al., 2004). 

O prognóstico do paciente está relacionado com fatores como: tamanho do tumor, envolvimento de linfonodos, presença de metástases, tipo histológico, grau de invasão, crescimento intravascular, presença de receptores para estrógeno e progesterona. (LAVALLE et al., 2011).

Vários autores e profissionais tomam como conduta em seus tratamentos a mastectomia, a técnica utilizada varia, pois vai depender da extensão da doença, drenagem linfática, tamanho e localização da lesão.  (CAMPOS et AL., 2011).

            DESCRIÇÃO DO CASO

Uma cadela da raça Pit bull por nome de Myska, com idade de 9 anos foi atendida na  clinica veterinária Agropet em fevereiro de 2015 com  queixa de nódulo mamário crescente iniciado a   8 meses atrás e  nos últimos meses o mesmo havia ulcerado e apresentava sangramento com intenso incomodo ao animal, o proprietário ele optou por utilizar  colar elizabetano, para que o animal não tivesse acesso a lesão, nos últimos dias ela esta prostrada e passou a se alimentar muito pouco. 

No exame clínico foi constatada a presença de nódulos de consistência firme ulcerado, acometendo a glândula inguinal direita, com tamanho de aproximadamente 7 cm, solicitou-se como exames complementares hemograma, bioquímica sérica e exame radiográfico do tórax para investigação de metástases, com resultados normais,  não sendo detectadas metástases visíveis nem no tórax e nem em cavidade abdominal.

Pela extensão do nódulo mamário, optou-se por realizar a mastectomia unilateral e depois a O.S.H. (ovariosalpingohisterectomia), pelo risco de haver deiscência de sutura se realiza-se as duas cirurgias em um só tempo cirúrgico, pois ocorre  excesso de tensão na pele.

            Encaminhou-se o paciente ao setor de cirurgia para o procedimento com animal com jejum alimentar de 24 hrs e hídrico de 12 hrs, para realização de mastectomia unilateral da cadeia mamaria direita, a M.P.A. (medicação pré-anestésica ) utilizada foi a acepromazina 2 % na dose de 0,03 mg/Kg e meperidina 5% na dose de 4 mg/kg IM, logo após realizou-se a tricotomia e levada a sala cirúrgica onde foi realizada a indução anestésica com propofol na dose de 5mg/kg IV, foi feita a intubação oro-traqueal e a anestesia mantida com halotano.

Em seguida posicionou o animal em decúbito dorsal, e realizou-se uma incisão elíptica em torno das glândulas, dissecou-se o tecido subcutâneo até a localização da artéria e veia pudenda, onde foram isoladas, ligadas duplamente usando fio vicril 2.0 e seccionadas entre as ligaduras. A incisão foi direcionada para baixo até chegar aponeurose do músculo reto do abdome, onde removeu-se a glândula afetada (inguinal caudal), inspecionou-se para avaliar se havia hemorragia ou resquícios de tecido mamário, no qual não foi encontrado, procedeu a redução do espaço morto com pontos simples separado usando fio vicril 2.0, a aproximação da pele foi feita com pontos em zigue-zague usando fio vicril 2.0, a dermorrafia com pontos simples separados utilizando nylon 3.0.

Logo após o retorno da anestesia a mesma foi liberada para casa com a recomendação da utilização de colar elizabetano, repouso total e restrição de espaço, foi prescrito antibiótico cefalexina na dose de 20 mg/Kg de 12/12 horas por 10 dias, antiinflamatório meloxican na dose de 1mg/Kg  uma vez ao dia por 6 dias e analgésico tramadol na dose de 1mg/Kg de 12/12 horas por 5 dias, limpeza com soro fisiológico e pomada sulfadiazina de prata 1% 3 vezes ao dia. Não ocorreu nenhuma intercorrência, a cicatrização foi excelente e os pontos foram retirados após 12 dias da cirurgia, o animal se recuperou normalmente.

Recomendou-se e alertou ao proprietário a importância de se realizar a ovariosalpingohisterectomia, no qual o mesmo optou por realizar posteriormente.          

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Lucas Berger da Silva

por Lucas Berger da Silva

-Graduado em Medicina Veterinária -Pós graduado e Especialista em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais -Membro Efetivo Sociedade de Médicos Veterinários do Brasil -Membro Efetivo Sociedade de Cirurgiões Veterinários do Brasil -Colunista Portal da Educação -Atua como cirurgião e clinico da clinica veterinária Agropet Silva

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